CAPÍTULO 44

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Leandros

O mundo parou em câmera lenta quando vi a porta do carro preto sendo fechada com ela lá dentro. E então, tive um estralo e comecei a correr rápido, o mais rápido que eu consegui. A praia se tornou um verdeiro pandemônio de pessoas correndo, e eu estava indo contra o mar de desesperados.

Por favor, Deus...

Eu não conseguia pensar em mais nada. Só olhava pra frente e ia abrindo espaço com os braços. Tentando, dando o meu melhor pra chegar a tempo. Quando cheguei perto o suficiente pra conseguir ver um homem no chão no local do rapto, o carro saiu cantando pneu.

O cara desacordado no chão, com a boca sangrando, era o perfil de um traficante. O mesmo perfil dos caras do carro preto. Ariel devia ter nocauteado ele quando tentou pegar ela.

Não pensei duas vezes, peguei o cara pelo colarinho e o coloquei contra um outro carro que estava estacionado perto. Dei um soco na boca dele e depois perguntei.

---- Pra onde estão ela?!

O cara olhou pra mim e respondeu.

---- Eu não sei...

Olhei em volta. A adrenalina e a raiva dominando todo o meu corpo. Eu olhei dentro do olho dele e disse:

---- Se você dizer outra vez que não sabe de nada, eu vou enfiar minha mão por dentro da tua goela e arrancar teu coração pela boca. ---- era isso que eu tinha vontade de fazer. ---- Vou perguntar só mais uma vez: Pra onde estão levando ela?

Ele me olhou e rosnou.

---- Prefiro morrer!

Eu não podia perder tempo com esse filho da puta, eu tinha que conseguir pegar ela antes deles saírem da estrada.

Peguei o cara e meti a cabeça dele contra o vidro do carro. Ele desmaiou na hora e eu não me importei se ele estava vivo ou rezando pra subir.

A sirene da polícia me fez jogar o cara no chão. A última coisa que eu queria, era a polícia do Rio De Janeiro estragando tudo. Olhei o final da estrada e ainda vi o carro preto. Eu iria conseguir pegar os caras se eu estivesse de carro. Saí correndo na direção do carro da família da Ariel, mas me lembrei que deixei as chaves na praia. Considerei roubar um meio de transporte quando um carro surgiu do meu lado, e o motorista gritou pra mim.

---- Ei! Entra aí! ----  era o colega de trabalho da Ariel.

Eu rosnei, mas agradeci a ajuda que o divino me enviou.

Pelo que eu sabia, ele era da polícia. Já era de grande ajuda. E por incrível que pareça, eu confiava mais nele do que na própria polícia do Rio. Entrei dentro do carro sem pensar duas vezes.

---- Acelera essa porra, caralho! ---- disse rápido.

Ele meteu o pé no acelerador e foi desviando dos carros a toda velocidade.

---- Merda. ---- ele trocou a macha rápido e foi indo cada vez mais rápido atrás do carro preto. ---- Isso tá me cheirando armação!

Eu abria e fechada a mão, agoniado. Aterrorizado. Eu sentia que era capaz de correr mais do que o carro.

---- Mais rápido! Eu não posso deixar nada acontecer com ela! ---- eu disse, batendo no painel do carro.

Ele olhou pra mim e respondeu.

---- Primeira coisa: mantenha a calma, sua mente tem que ficar limpa pra você conseguir pensar com clareza. Não adianta se desesperar. ---- ele tinha a paciência de um cirurgião, operando uma pessoa com risco de vida. ---- Eu estou indo o mais rápido que eu posso aqui. Não quero mostrar nossa localização, vou pegá-los de surpresa.

Duas Semanas De Puro PrazerOnde histórias criam vida. Descubra agora