CAPÍTULO 26

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Ariel

— Eu estava em um leilão beneficente, sai de lá e vim direto encontra você. Mas você obviamente não estava lá — ele ficou sério, me olhou por um segundo só para então voltar sua atenção na estrada.

Um leilão? Ele foi arrumado desse jeito só para ir em um bendito leilão? Não dava para acreditar. Ele talvez teve um encontro com outra mulher, por eu ter descontado aquele beijo, ontem na festa. Ele poderia fazer isso só por raiva.

— Comprou o que?

— Dez cavalos da raça árabe.

Eu olhei pra ele com uma cara de descrente.

— Deixa eu ver se entendi! — eu alisei as rugas da minha testa. — Você passou perfume, pra ir em um leilão comprar cavalos? É isso mesmo?

Ele riu.

— Ariel, o que significa esse interrogatório todo? Era eu que deveria te encher de perguntas — não, era não. — Não é a primeira vez que fico esperando você no hotel.

— Eu fiquei distraída no livro que eu estava lendo, pode ter certeza que não estava com ninguém — eu retruquei já sem paciência. — Ao contrário de você que parece suspeito de algo!

Ele respirou fundo e relaxou no banco, exibindo um sorriso lindo.

— Você está com ciúmes. Gosto muito disso — ele esticou sua mão e acariciou meu rosto olhando pra mim com carinho, então continuou dirigindo com perfeição enquanto falava comigo. — Você tem razão, não costumo usar perfume. Mas esse foi minha avó que deu hoje pra mim, resolvi usar. Pensei que você iria gostar inclusive. O motivo do carro já expliquei. Então só falta a roupa. Mas o motivo é bem simples.

— Então explica logo... — eu disse baixinho.

— Eu iria estar em um leilão com pessoas bem influentes, minhas roupas casuais não iriam servir.

— Hm... — eu fiquei sem graça. Me virei pro vidro do carro e fingi desinteresse enquanto observava a chuva aumentar cada vez mais. Acho que ele entendeu o motivo de eu ter ficado quieta e não ter aberto mais a boca para dar ataque de ciúmes.

Tomara que ele não tenha ideias de que estou loucamente apaixonada por ele, mesmo depois desse interrogatório todo. Não o amo, só não quero ser traída. Digo traída me referindo a todos os sentidos dessa palavra, não só ao grande par de chifres que a pessoa vai ter em sua cabeça.

Chegamos no hotel com o céu desabando. E enquanto subiamos no elevador a caminho da cobertura, Leandros me abraçou carinhosamente por trás e me beijou na testa. Eu iria sentir falta desse carinho quando tudo acabar. Quando as portas do elevador se abriram, ele pegou na minha mão e assim fomos para a nossa suíte. Entramos e logo reparei nas grandes janelas de vidro que tinha como paisagem uma tempestade assustadora. Que só de olhar me gelava os ossos.

— Tive uma ideia — Leandros sugeriu enquanto dobrava a manga da sua camisa social até o cotovelo, em um jeito bastante casual e sexy. — Quê tal um banho quente? Pode deixar que eu preparo a banheira.

— Eu iria gostar muito — eu sorri pra ele, que sorriu de volta. —Vou pedir uma garrafa de vinho pra gente, então.

— Seria ótimo.

— Então tá.

Me virei e fui até o telefone mais próximo, que ficava na sala mesmo. Pedi o vinho e ainda mais algumas coisas para comer, afinal eu tava com fome. Depois de ter feito o pedido, fui até a janela que ia do chão ao teto e fiquei observando a chuva cair com força e o vento sobrar com raiva.

Duas Semanas De Puro PrazerOnde histórias criam vida. Descubra agora