ESCOBAR 📿
Horas antes...
Deixei a Bia em casa e levantei pra ir na boca resolver umas coisas.
Escobar: qual foi?
R3: Ogro.
Escobar: o que tem ele?
R3: ele falou que vai parar de fornecer os armamentos. Que fornecia porque era parceiro do Th, mas agora que ele morreu não tem mais pra que dar. Só que a gente sabe o porque ele não quer mais mandar, por causa de tu e a irmã dele.
Goiabada: você agiu igual moleque, Escobar. Pensou com a cabeça de baixo e agora vai foder nossos bagulhos por causa de mulher.
Escobar: abaixa seu tom quando tu falar comigo —apontei pra ele— tu é quem aqui nessa porra pra gritar comigo?
Goiabada: eu era aliado do Th e só to vendo tu acabar com legado dele.
Escobar: qual a tua hein? Me fala pô... já tô soldando você há um tempão. Só to ouvindo os menor chegar em mim pra falar que você anda perguntando sobre o que eles acham de eu estar no comando, que tu vive falando de mim. Isso é inveja menor? Tu queria tá aqui no meu lugar não é não? Fala aí.
Goiabada: não é inveja não, mas com certeza eu merecia mais que você. Jamais que deixaria me levar por mulher e perder um negócio, mesmo ela sendo aquela gostosa lá. —coloquei a mão no coldre na hora, minha vontade era de atirar nele.
Escobar: garanto pra tu que você está aonde está, não é nem por mérito seu, é porque tu babava ovo do Th, diferente de mim que não precisei fazer nada disso e tô acima de você. —me aproximei ficando frente a frente com ele— não tô perdendo porra nenhuma por mulher, Ogro que tá sendo moleque e não sabe separar os bagulhos. Agora se você tá insatisfeito com a gestão, entrega o fuzil e o radinho. Você aqui não faz diferença não, é porra nenhuma menor, tu é um bandido de merda pô.
Goiabada: só não entrego essa porra em lealdade ao Th. —disse firme.
Escobar: então já que não vai sair, tu vai aprender a me respeitar, vou te mostrar quem é que manda aqui nessa porra. Vai descer de cargo, vai ficar como vapor de novo. Mete o pé daqui.
Ele era um homem leal, mas a lealdade dele sempre foi pro Th e não pra mim.
Podia muito bem mandar ele sair ou simplesmente matar ele, mas não, vou fazer questão de assistir todos os dias ele sendo moldado por mim, ele tendo que me obedecer e aprender que dentro do crime existe uma hierarquia, e se ele estiver a baixo de mim, vai tem que me engolir a seco.
Goiabada nunca foi com a minha cara. Eu e ele fazia a segurança do Th, só que depois eu subi de cargo e ele ficou como segurança até hoje. Carrego na memória até hoje as palavras que o Th me disse.
Th: tu ta sendo merecedor Escobar, é novinho, mas tenho certeza que se amanhã ou hoje eu morrer, tu vai conseguir comandar essa porra toda.
Escobar: mas e o Goiabada, pô?
Th: ele é bom, um bom soldado, um bom aliado. Mas não seria um bom patrão. Só quem é merecedor de comandar uma favela é aquele que honra a bandeira, protege os amigos e acima de tudo respeita aqueles que estão acima e abaixo dele. Goiabada não respeita ninguém, não daria um bom patrão. Diferente de você que é esperto, respeita e tem lealdade. Eu confio em você.
Vou honrar tudo o que ele me disse, tô cuidando desse morro como se fosse tudo pra mim, a gestão tá uma maravilha, ninguém reclamando a não ser o cuzao lá, fora que os lucros tão alto.
Escobar: eu vou no Alemão e vou resolver essa porra.
R3: cuidado com o que você vai fazer, não vai meter os pé pelas mãos.
Escobar: tenho tomar cuidado pra não meter bala naquele cuzao.
[....]
Escobar: tá tranquilo? —fiz toque com o Árabe.
Árabe: tô de boa. E você? —confirmei— desculpa por aquele show do Ogro, mas ele só fez o papel de irmão mais velho, tá ligado?
Escobar: não vim pra falar disso. Ele tá aí?
Árabe: vamo subir, vou passar o rádio pra ele.
Subi com ele pra uma salinha, me sentei e peguei meu cigarro no bolso, acendi meu cigarro e dei um trago.
Árabe: veio por causa de que?
Escobar: me leva a mal não, mas quero conversar isso de uma vez só com o Ogro. Mas você deve imaginar.
Árabe: eu tô ligado, ele tá colando aí já.
Peguei uma latinha vazia ali do lado e bati o cigarro deixando as cinzas caírem. Quando ouvi a voz do cara, nem olhei pra trás, continuei do mesmo jeito. Ele deu a volta e sentou na minha frente.
Ogro: seja breve.
Escobar: vou ser. —dei mais uma tragada no cigarro e soltei a fumaça— se você for parar de mandar os armamentos, eu paro de fornecer a cocaína e aquele território que você aluga pra exportar, já era. —ele riu.
Ogro: eu já tava ligado nisso Escobar, não preciso disso não, por isso tô cortando os bagulhos.
Escobar: não vem pagar de esperto pra mim não, só tenho cara de moleque. Você e ele —apontei com o dedo pra ele e depois pro Árabe— sabem bem que a maior parte do lucro do alemão vem das exportações que vocês começaram a fazer. E sem aquele território lá, vocês só vão gastar mais e vão ficar sem lucro. Quem sai perdendo, são vocês. Se quiserem cortar, que se foda. Mas tu seja homem e fala que tudo isso é só porque não sabe separar os negócios da vida pessoal.
Nossa relação era mútua, os armamentos deles eram bons, difíceis de achar por aqui, mas não impossível.
Ogro: que se foda as exportações.
Escobar: ótimo. —levantei dando as costas.
Árabe: pera aí, a gente vai pensar mais, vamos conversar e depois eu broto na Nova. —o irmão dele olhou puto— coe, tô de sub não tô? Esse é meu legado também, os mesmos direitos que você tem, eu tenho. Tu não é mais moleque, Ogro, sabe que ele não mentiu. Sem exportação a gente se fode.
Escobar: 2 dias. 2 dias e eu quero respostas, se não, já era.

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Intocável
FanfictionEu tenho amor com liberdade Quando eu vou poder dizer "quero de novo?" Quando eu vou poder dizer "'to com saudade" É que você sabe, né? Não quero incomodar Nem me precipitar, mas ser objetivo Te chamar de minha dama, aquela pegada na cama E que daqu...