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ESCOBAR 📿

Vida no crime né mole não pô, sou cria da maré, moro aqui desde que me conheço por gente, papo reto. Entrei no crime com 17 anos, novão mesmo e por opção ainda.

Em casa nunca faltou nada, mas eu sempre via os moleques com roupa de marca, tênis do momento, gastando em bebida. E eu comecei a querer ter isso e o dinheiro dos meus pais não era o bastante pra isso, busquei trabalho no asfalto, mas pra quem é favelado, sabe como é a discriminação. Foi quando fui atrás do Th e pedi pra fazer os corre.

Comecei lá de baixo mesmo, de fogueteiro até chegar aonde cheguei hoje, gerente geral. Levei minha mãe enganada por 2 anos ainda, contava a maior mentira: dizia que trabalha na pista, ela acreditava. Mas meu pai não era bobo, sabia que tinha algo de errado, quando ele me viu de pistola pela primeira vez me deu maior surra. Mas é foda quando tu pega gosto por essa vida. Não vou negar que eu gosto. Tem a adrenalina, dinheiro, as festas, mulheres. E isso me agrada, não o suficiente, mas agrada.

[....]

Garota folgada, não gosto de abuso pra cima de mim não, ainda mais me tirando de comédia, se não fosse aquele amigo dela eu ia acabar com a graça dela rapidinho.

Já tinha ficado bolado ali, mas não vai ser uma piranha que vai acabar com minha noite.

Brotei no camarote e logo avistei a Marina, ela sorriu pra mim e eu só acenei com a cabeça. Meu lance com ela é de anos tá ligado? Antes mesmo de eu entrar nessa vida. Chegamos até a namorar quando eu tinha 17 anos, durou 1 ano só e acabou, mas até hoje a gente mantém a relação, mas só sexo e sem sentimento.

Encostei ali e ela logo veio na minha direção, tava com um vestidinho decotado que deixava o silicone bem destacado, silicone que eu paguei, investi pra caralho nela pô.

Marina: nem foi lá em casa ontem né? Deixa você cara.

Escobar: tava de plantão, fui numa reunião com Th, nem deu.

Marina: posso ficar aqui com você? —sorriu pra mim.

Escobar: fica aí, só não fica grudada o tempo todo.

Marina: suas marmitas não pode vê né? —debochou.

Escobar: isso mesmo pô. —ela fechou a cara— se for pra ficar do meu lado desse jeito, pode ir pra onde tu tava.

Marina: você não faz nem questão que eu fique aqui, nossa Vinicius.

Escobar: você que quis vim, não foi? Então pronto. Só não quero ninguém de cara feia do meu lado.

Rapidinho ela mudou o humor dela. Marina é cheia desses dramas porque sabe que eu dou a maior condição pra ela.

Baile tava gostoso, cheio de gente de fora. Várias patricinha, só os rostinhos bonito. Eu mesmo já não aguento ver as candangas daqui, tudo já rodou no bonde todo.

Sou chato pra mulher, não é qualquer uma que eu pego não. E quando pego, gosto de deixar tudo no oculto, mas não divido também.

R3: meu pitbull de raça aí pô, tá de laço?

Escobar: tô ficando maluco ainda não pô. —dei risada— meter essa de laço é problema, se liga como Th ta.

Th: to nem entendendo tu menor, tô quietinho no meu canto aqui.

Escobar: hoje tu tá escondido, eu que não tô te entendo irmão. Brigou com qual delas?

Th: toma no cu pra lá, Escobar. Vai encher saco de outro, filho da puta. —dei risada com R3.

Quando tô com os de fé é assim mesmo, gestação pura. Agora quando tô com outros menor, aí eu fico na minha, sou desconfiado pra caralho e por isso nem dou corda.

Marina tava dançando grudada em mim, chega me sufocar, papo reto. Fui e puxei o bonde pra fazer a ronda pô.

R3: nois taca o pau em todas putianes. Vai passar, o trenzinho dos traficantes. —cantou levantando o fuzil.

Ele tava na frente puxando a tropa e eu atrás, só marolando e de olho pô.

Passamos na frente do camarote aonde tava aquela folgada do caralho, olhei feio pra ela e a garota sustentou o olhar e comentou alguma coisa com a Suzuki, abusada pra caralho ela, vai vendo.

Com certeza ela nem era daqui, caso contrário não teria nem falado daquele jeito comigo. Todo mundo da favela me conhece e me respeita, ninguém bate de frente comigo não, até porque não dou motivo, dou a maior moral pros moradores.

Só sou ruim quando tem que ser.

R3: aí menor, tua fiel lá no camarote discutindo.

Marina era foda porra, conseguia cortar minha brisa legal.

Escobar: vou resolver essa porra.

Voltei pra trás e deixei a tropa, bati no ombro de alguém, quando vi era a mesma garota, perseguição já.

-caralho, de novo, eu hein. —ela resmungou.

Ignorei ela e subi pro camarote, tava ela e uma menina discutindo, garota parecia ter uns 15 anos no máximo pô.

Escobar: qual foi Marina porra?

Marina: essa garota aqui, tava me olhando e rindo.

-tu tá malucona eu hein, nem te conheço, se manca. Tava rindo mesmo e nem era de você, estrela de Hollywood. —marina ia pra cima dela e eu só puxei ela pelos cabelos e levei pro canto.

Escobar: toda vez a mesma porra, consegue se por no teu lugar não? Tu vai mete o pé do camarote e vai ficar na pista, se fazer auê por lá tu vai se resolver com quem tiver no plantão, que se foda.

Marina: eu não acredito Vinicius, tu tá me mandando descer?

Escobar: tô e se não for por bem, vai por mal. —dei as costas pra ela.

Por essa e outras que ela não ta comigo hoje, não tem postura pra nada, vai virar fiel como? Não da pô. Só vi ela saindo do camarote sozinha.

A morena vira e mexe me olhava, e eu só encarava de rabo de olho. Tava nem entendendo qual a dela comigo. Mas deixa pensar que tá passando batido, só deixa pô. Melhor hora eu cato ela na curva.

Marina

Marina

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