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ESCOBAR 📿

Estar ao lado dela depois de tudo me da uma paz momentânea boa, só eu sei o quanto esperei por esse momento aqui pô.

Fiz o que fiz não foi porque quis, tive todos meus motivos. Me vi diante daquela guerra toda que não acabava de jeito nenhum e eles já tinham avisado que a única forma deles saírem da favela era comigo com ou sem vida.

E eu jamais me entregaria de bandeja, tenho pessoas que contam comigo, não deixaria minha mulher na mão não, ainda mais com a nossa cria na barriga pô, eu não me perdoaria se eu não lutasse por eles.

Foi quando eu tive a ideia de forjar a minha morte, mas pra tudo sair planejado, ninguém podia saber. Acionei um colega das antiga, Vitorioso, e ele me ajudou com cada detalhe pra que a minha morte fosse o mais real possível.

Fiquei totalmente afastado durante 2 meses e pouquinho, mas aí já não aguentava mais estar sem notícia de todo mundo, mas principalmente da minha mulher que eu deixei aqui grávida. Então entrei em contato com o único que confiava, R3. Ele quem ficava me enformando de todos os passos da Beatriz, e de todo mundo. Mas meu foco era só na minha mulher mesmo e na minha filha.

Descobri que aquele pau no cu do Vk estava armando pra mim junto com os cana, inclusive ele quem deu meu nome pra eles. Até o Árabe ele meteu nesse bagulho, isso que se dizia amigo, tá ligado? E até mandando mensagem ameaçando a Beatriz ele estava, tava metido em bagulho de fake no tweeter também.

Quando soube disso fiquei cego de ódio pô, queria matar ele na hora. Mas tive que agir na cautela pra não me sujar de novo. Primeiro passo foi limpar meu nome, tirar todo rastro que tinha sobre mim de todas as delegacias, deu um trabalho do caralho isso mané, mas com a ajuda de vários maiores que eu, deu certo.

E agora a parte final é dar um rl no Vk de uma vez por todas, x9 é cobrado da pior maneira na nossa mão. Só moldei ele de longe nesse tempo, continua o mesmo, indo nas festinhas dele e continua traficando no Alemão.

Mesmo tendo prova de tudo que falei, não posso simplesmente chegar, jogar tudo pro ar e matar o cara pô. Eu precisava do alvará dos caras da facção, por isso aproveitei e dei as caras pela Rocinha, porque eles estavam todos por lá ontem, só não contava que a Beatriz ia estar por lá pô, ainda mais dentro daquela parte lá, aonde só rola putaria.

Consegui conversar com os caras mostrei tudo, quando eles iam me da uma resposta eu vi a Beatriz entrando naquela porra no meio daquilo tudo e aí não consegui nem terminar a conversa e fui atrás dela sem nem pensar duas vezes.

Mas hoje de noite mesmo eu resolvo isso de uma vez por todas, vou matar esse desgraçado e voltar pra minha favela com os meus de raça. E aí vou conseguir ficar em paz com a minha mulher e com nossa filha.

Fiquei feliz de saber que era menina né? Mais já tô ligado que vou sofrer pra caralho com isso. Tava com um medo da porra de não conseguir resolver as coisas antes da minha bebê nascer, já perdi coisa demais e não queria perder o nascimento dela.

Bia: eu preciso ir embora.

Escobar: vou tomar um banho e a gente já vai. Não vou poder subir lá não, jaé? —ela confirmou.

Entrei no meu banho e sai vendo ela pronta já e comendo os bagulhos que eu deixei separado ali pra ela.

Escobar: tu tá comendo bem né? Porque que eu me lembre tu não pode ficar sem comer não.

Bia: eu tô comendo bem. —revirou os olhos— quando você vai voltar? O que eu vou fazer agora? Agir como se você estivesse morto?

Escobar: tu não vai poder falar nada pra ninguém por enquanto, mas não é por muito tempo não, se tudo der certo, amanhã mesmo eu apareço por lá.

Bia: você fala como se fosse normal né? Ontem morto e hoje "apareço por lá", você vai matar geral do coração, assim como quase me matou.

Escobar: eu só preciso preparar meus coroas pô, de resto eu deixo como surpresa. Bora logo, preta.

Bia: deixa eu comer cara.

Esperei a bonita comer sem nem reclamar, queria mesmo é ficar o dia com ela mesmo, mas não dava. Eu tinha que resolver o que faltava pra mim aí sim poder passar o tempo que eu quiser com elas.

Parei na outra entrada da favela, uma mais escondida.

Escobar: eu quero tu longe daquele Alexandre. —ela me olhou e gargalhou alto.

Bia: te manca Vinicius, saiu da cova ontem e quer botar moral? Eu ainda estou viúva, tá?

Escobar: tu tá brincando demais pô, tô falando sério. Moldei todos esses meses vocês dois, menor não da trégua, não esperou nem meu corpo esfriar porra.

Bia: 5 meses já deu pro teu corpo estar bem frio né? Abre o carro pra mim descer vai.

Escobar: tô falando sério contigo garota.

Bia: eu também tô, você chegou ontem e bagunçou tudo na minha cabeça, eu preciso de tempo pra pensar em tudo.

Escobar: vou te dar esse tempo, mas fica longe dele. Vou te mandar mensagem por outro número e você salva, tá? Vou conversando contigo por ele até eu resolver dar as caras.

Bia: tá bom, abre aí.

Escobar: calmo? Deixa eu me despedir da minha princesinha —tirei o cinto e abaixei perto da barriga dela— posso? —ela assentiu e eu levantei a blusa dela e dei um beijo, em seguida fiz um carinho. Senti logo um negócio tremer na minha mão, olhei assustado pra Beatriz que tava com a maior cara boba.

Bia: ela chutou pra você. Ela nunca tinha chutado antes, primeira vez.

Escobar: tu sentiu falta do papai né? Chuta pra mim de novo pô. —brinquei, mas ela não chutou— preguiçosa demais.

Bia: um chute tá ótimo, pra quem nunca tinha chutado.

Abaixei a blusa dela de novo e subi ficando próximo do rosto dela.

Escobar: eu te amo. —dei um selinho nela, fui transformar num beijo mas a maluca se afastou— qual foi?

Bia: eu disse que precisava de um tempo pra por a cabeça no lugar, Vinicius.

Escobar: se aproveitou de mim ontem, usufruiu do meu corpinho e agora tá maltratando aí, beleza. —fiz joia.

Bia: abre a porta, vai.

Dei um selinho rápido nela e destravei a porta, a bonita pegou o salto dela e desceu do carro, antes de fechar a porta ela se virou.

Bia: eu também te amo!

Nem deu tempo de falar nada e ela bateu a porta do carro com tudo e entrou na favela.

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