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4/4LORENA ⚓️
Ficar angustiado esperando uma notícia é ruim, mas só não é pior do que quando você recebe a resposta e não é a que tanto queria.
To casada tem um tempão com o Ricardo e não me imagino sem ele de jeito nenhum, ainda mais agora que estou carregando um filho dele né? Não consigo nem imaginar a dor que a Bia está sentindo nesse momento.
Pra gente sair de búzios numa boa foi difícil, ela estava num estado de negação total, descontrolada mesmo sabe? Não queria acreditar de jeito nenhum, continuava falando dele como se o mesmo estivesse vivo ainda. Garota estava em choque e com razão mesmo, perdeu o namorado e pai do filho dela. Tivemos que dar logo dois chá pra ela ficar mais tranquila e conseguir fazer a viagem numa boa.
Rayssa estava toda calada, sei bem que ela não consegue por pra fora o que tá sentindo, conheço a minha amiga e não é de hoje não.
Lorena: você pode conversar comigo, você sabe né?
Rayssa: não tem o que falar, Lorena. Meu primo morreu, é isso. —sorriu falsa e olhou pro lado aonde a Bia tava olhando pro nada com a maior cara de paisagem— passei anos morrendo de medo disso acontecer, mesmo ele falando que uma hora ou outro isso ia acontecer, eu nunca estive preparada, só achei que ia doer bem menos sabe? A dor que eu tô sentindo aqui dentro —apontou pro peito— é horrível, como se uma parte de mim foi embora, não da não cara. Como que vou falar pra minha tia isso? Se é que ela já não soube pela reportagem.
Lorena: você não conseguiu falar com ela? —ela negou— vem cá. —me virei ali no banco e puxei ela pra um abraço.
Não tinha muito o que eu falar, nada que eu falasse ali ia confortar ela, a dor de perder alguém não é substituída com palavras, mas eu acho que posso ajudar com gestos, um abraço, uma demonstração de afeto.
(...) Beto: teus irmãos tá na Nova esperando por você —falou pra Bea.
Bia: e o Vinicius? —ele me olhou sem saber o que responder.
Lorena: Quando a gente chegar lá você conversa melhor com seus irmãos.
Ela tava se negando a aceitar a morte dele e não vai ser eu que vou conseguir por na cabeça dela que ele realmente morreu, até porque nem eu sei se é verdade né?
Apensar que se fosse mentira o Beto falaria vendo o estado que ela ficou lá, seria sem coração demais ele deixar ela daquele jeito sabendo que o cara tá aqui vivo, mancada demais.
Pedi logo pra ele deixar a gente na minha casa, o mesmo disse que o R3 pediu pra deixar na segunda casa dele, porque a nossa casa tinha sido destruída, já deu aquele aperto no coração né? Não é a primeira vez que acontece, só que nessa casinha aqui já tinha até o quarto do Caleb construído, tava tudo perfeitinho já.
Quando vi meu marido, meu coração deu até uma aliviada, soltei o ar que eu nem sabia que estava prendendo e desci do carro indo na direção dele, assim que me viu deu um sorriso e retribuiu meu abraço.
Lorena: graças a Deus você está bem.
R3: tava com saudade do teu cheiro, papo reto. —passou a mão no meu cabelo e eu tirei o rosto do peito dele pra poder olhar em seu rosto
Lorena: ele morreu? —ele desviou o olhar durante um tempo e depois mordeu os lábios me encarando.
R3: infelizmente, fizeram uma covardia do caralho com ele. A Bia tá mal?
Lorena: olha lá —olhei pra ela que ainda estava sentada no carro conversando com a Rayssa— a Rayssa tá triste, acabada. Mas a Bia, a Bia não quer aceitar de jeito nenhum, negação total. Parte meu coração ver elas assim pô, já penso logo em você cara, jamais aceitaria te perder não.
R3: aí, não pensa nessas parada agora não pô, tô vivo aqui, não tô? —abaixou e me deu um selinho.
As meninas desceram do carro e vieram na nossa direção, a Rayssa automaticamente olhou na direção do irmão mais velho da Bia, Ogro se eu não me engano e eu vi que ao mesmo tempo que o olhar tinha um certo alívio por ver ele, tinha um pedido de socorro.
Bia: cadê o Vinicius?
Ogro: Bia, ele morreu. —ela balançou a cabeça negando.
Bia: todo mundo me dizendo que ele morreu, por que? Ele deve tá vivíssimo por aqui rindo da cara de todo mundo cara, O Vinicius não ia me deixar e deixar nosso bebê aqui, não mesmo! Eu quero ver o meu namorado. —desviei o olhar dela, porque era difícil ver ela assim, dava pra sentir a dor nas palavras dela. Quando toda essa negação passar, a dor vai vim dez vezes pior.
Árabe: vem cá —se aproximou devagar e puxou ela pra um abraço— pegaram ele Bia, ele se foi pô. Agora tá num lugar melhor. Vamo pra casa? Bora.
Rayssa: cuidem dela, qualquer coisa me chamem, eu preciso ir ver minha tia, a essa altura ela deve tá maluca.
Ogro: te levo lá. —ela só concordou e os dois saíram abraçados.
Bia: Eu quero ver ele.
Árabe: ele se foi, Bia. Infelizmente ele não tá mais aqui não, vamo embora comigo, hum? —disse abraçando ela.
Bia: me promete que eu vou ver ele.
Árabe: eu não posso. Mas te prometo que lá em casa você vai ficar bem, a mãe está lá te esperando.
Com muito custo ele conseguiu levar ela. Tava um clima horrível, não só aqui entre nós, mas na favela toda. Também, imagine o tanto de gente que acabou perdendo algum amigo ou parente no meio dessa guerra toda.
Só tenho que agradecer pela vida do meu marido e orar pra que o Escobar encontre paz de onde é esteja.
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Intocável
FanfictionEu tenho amor com liberdade Quando eu vou poder dizer "quero de novo?" Quando eu vou poder dizer "'to com saudade" É que você sabe, né? Não quero incomodar Nem me precipitar, mas ser objetivo Te chamar de minha dama, aquela pegada na cama E que daqu...