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ESCOBAR 📿

Toda aquela raiva que tava dentro de mim saiu na hora mermo, saber que eu vou ser pai e é de verdade agora, é uma sensação boa pra caralho, meu peito até chega transbordar de felicidade, ainda mais sabendo que é como? Com a mulher da minha vida pô.

Já até prevejo como a criança vai vim pô, de qualquer forma vai dar trabalho. Eu sou trabalhoso, Beatriz mais ainda, tem jeito não pô.

Amo menina, só que tô ligado que eu como pai de menina não ia dar certo não, ia ser sistemático pra caralho mesmo pô, por isso é melhor vim como, um moleque logo e já era.

Hoje tinha um churrasco na casa do R3, ia comemorar que descobriu o sexo da criança, veio logo um menino. A Beatriz tava se maquiando lá no banheiro e eu sem paciência já pra esperar.

Minha vontade era de explanar nesse churrasco que eu descobri que vou ser pai tá ligado? Só que a Beatriz preferiu contar primeiro pra mãe dela pessoalmente. Por mim era só fazer uma ligação e já era, mas ela tá cheia de frescura.

Escobar: aí agora tu tá grávida, tamo junto e pá, vem morar aqui. —ela parou de passar um treco branco na cara e me olhou.

Bia: calma, vai com calma lindo. Um passo de cada vez, tu tá querendo ir rápido demais.

Escobar: rápido foi a minha porra que entrou em tu e te engravidou, eu só tô fazendo os bagulhos do jeito certo.

Bia: você só fala bosta cara, pelo amor. —riu— Oh, se quiser falar pro R3 tudo bem, agora não vai sair explanando não cara, deixa os parentes saberem primeiro, até porque se meus irmãos souberem pela boca dos outros, vai ser uó!

Escobar: já falei pra tu que vou esperar tu falar com quem você quiser, pra depois quando eu anuncia no baile tu não reclamar. —ela revirou os olhos— vai demorar aí?

Bia: to acabado cara, para de encher vai.

Bufei e dei as costas voltando pra cama, peguei meu celular e fiquei mexendo ali. Até chegar umas mensagens da Marina, estranhei de cara.

Eu não bati de frente com ela, nem cheguei a ver a cara dela depois daquilo, porque se eu visse eu sei que ia perder o controle e não sei do que eu seria capaz de fazer com ela, por isso tô me mantendo longe. Mas passei um recado pela Kauany, mandei avisar que eu queria ela longe do meu caminho, principalmente do da Beatriz. Que se ela se metesse, eu ia cobrar ela, ia até esquecer que ela tá maluca da cabeça.

Só que não me surpreende ela vim atrás, ela sempre foi assim, sempre me subestimou, se acha a peito de aço. Nunca acatava as minhas ordens de primeira, gostava de desafia. Parece até a Beatriz nisso, a diferença é que a Marina não tem peito pra isso, depois de um A ela já abaixava a guarda e fazia o que eu pedia, agora a maluquinha da Beatriz é bem diferente.

Bia: acabei. —saiu do banheiro toda maquiada, bloqueei a tela do celular e analisei ela de cima a baixo, tava com um shorts jeans claro, uma blazer por cima já que tava um ventinho, e tiara no cabelo. Gata pra caralho.

Escobar: porra, tu é muito gata mesmo. —levantei guardando o celular no bolso— agora bora minha gata que tu já demorou demais.

Ela passou na minha frente e eu puxei ela pela cintura e dei um selinho devagar pra não tirar o negócio vermelhinho na boca dela. Ela se virou de costas pra sair e meu olhar caiu na bundinha empinada e durinha dela, que nesse shorts só destacava ainda mais. Não resisti e dei um aperto ouvindo ela me xingar baixinho.

Sai de casa vendo a entrada vazia, dei folga pros moleque da contenção, eles estavam ficando aqui dia e noite pô, merecem um descanso, tá ligado?

Engraçado pensar que a gente tá recebendo ameaça, acabamos de matar um pm em frente o batalhão e tamo como? Fazendo churrasquinho pra comemorar a porra do sexo do bebê.

Mas é isso mermo, a gente tem que aproveitar agora, porque ninguém sabe como vai ser o dia de amanhã, possa ser que amanhã mesmo a gente tem que entrar numa guerra aí e acabar morrendo, nunca se sabe. Nessa vida tudo é incerto, as coisas podem acontecer assim, do dia pra noite.

Quantas vezes já vi os menor tudo felizão pela manhã e de noite como? A 7 palmos pô. Isso pra nois é normal.

Casa dele tava cheia de gente já, tinha até uns parentes deles, mas a maioria era tudo os cara do corre e as mulher deles. Ricardo sempre teve essa mania de comemorar sempre fazendo coisa grande.

R3: ai calica, o padrinho chegou. —veio fazendo um toque comigo e depois pegou na mão da Bia— sabia que tu como padrinho ia representar, falei. —disse olhando a sacola na minha mão.

Escobar: tu é muito filho da puta menor, papo reto. Devia nem ter trago nada também.

R3: já não entrava também. Sobe aí, geral na laje, bora. —tomou a sacola da minha mão e segurou no dedo, já que a mão tava ocupada com a latinha de cerveja.

Ele subiu as escadas primeiro e eu coloquei a Beatriz na minha frente e segurei a cintura dela. Assim que viu a Lorena já saiu pra ir falar com ela e eu fui pro lado dos caras.

Encostei na parede ali e segurei a lata de cerveja que o R3 me deu.

Escobar: tu que chamou ele? —falei olhando pro Vk.

R3: chamei, tem problema pra tu? Na real mermo, ele veio com Árabe, o mano perguntou se podia trazer e eu deixei.

Escobar: tranquilo. —balancei a cabeça e virei minha lata na boca.

Olhei de longe pro Vk, mas ele não me viu, estava olhando em outra direção. Mudei meu olhar de foco e fui na mesma direção que ele, na Beatriz.

To sentindo esse maluco mal intencionado de longe e não é de hoje não, tô sempre moldando as coisas, nada passa aqui.

To ligado do passado deles, até respeito, porque sei que tenho o meu também e que não é dos melhores. Mas aí é muita tiração esse maluco ficar encarando minha mulher na cara de pau, já me escaldei logo sentindo que hoje não daria bom, alguém ia sair fodido daqui e não seria eu.

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