BEATRIZ 🌪
Aquele papo pegou firme na minha mente, me fez enxergar as coisas de uma forma diferente, sabe? Antes tava pensando muito com medo de tem que parar minha vida, de estragar meu corpo e as coisas vai muito além disso.
Se meu corpo ficar de um jeito que eu não goste, meto logo uma lipo e já era pô. E a Silvana conversou mais comigo dizendo que eu não precisava parar de fazer as coisas pra mim, por mim, que a minha vida ia continuar, só que agora com mais uma pessoa ali.
Rayssa ficou toda boba cara, já queria ir sair contando pra Lorena e pro Gabriel, mas não deixei não. Vou contar primeiro pro pai da criança e depois pros outros né, nada mais justo.
Bia: mas meus exames não deram bom não, além da gravidez deu que as tonturas era por falta de glicose no sangue.
Silvana: eu tive hipoglicemia na gravidez do Vinicius também, é só cuidar direitinho, se alimentar bem e tudo mais. Bom é fazer acompanhamento com a nutricionista.
Bia: depois eu corro atrás de tudo, tenho plano de saúde, então vou ter direito a exames e profissionais muito bom na gravidez.
Meu celular começou a vibrar e eu peguei lendo as mensagens do Vinicius pela barra de notificação, perguntando aonde eu estava. Só respondi dizendo que tava voltando pra casa dele já.
Me despedi da Rayssa e da minha sogra e meti o pé pra casa dele, tava bem nervosa pra contar pra ele, tava dando até frio na barriga.
Desci aquele morro na maior lentidão até a casa dele, nunca tinha andando tão devagar assim. Quando cheguei na porta da casa dele que vi o carro estacionado em frente o portão já fiquei mais nervosa ainda.
Passei pelos meninos e entrei na casa dele. Meu olhar já bateu no mesmo que estava no sofá sentado, dava pra ver a cara de puto dele de longe, e claro que não podia faltar a maconha entre os dedos, mais que normal já.
Fechei a porta e fui até o outro sofá, me joguei nele e olhei pro outro que nem me encarava, continuava olhando firme pra frente. Maluco demais cara!!
Escobar: qual foi que tu não me esperou pra almoçar?
Bia: você não tava aqui.
Escobar: eu não ia demorar, mas tu gosta de fazer gracinha pô, falando até pros menor que aqui quem manda é tu.
Bia: e eu menti aonde? —segurei a risada— tu sabe que é a verdade cara, coe.
Escobar: num sei de porra nenhuma não.
Bia: Eu preciso falar sério contigo, muito sério Vinicius. —ele deu um trago na maconha e virou a cara me olhando.
Escobar: pode falar. Se for pra terminar por causa de ontem, vai dormir que amanhã é outro dia. Comigo tu não vai terminar nunca pô, ontem eu tava bolado mermo sabe? Aquela pilantra me deixou numa onda do caralho, não queria descontar em você, por isso fiquei na minha.
Bia: não tem nada haver com isso. Apensar de você ter sido um escroto comigo —respirei fundo e sentei me ajeitando— caralho, tô muito nervosa pra falar.
Escobar: fala logo, sem cutcharras.
Bia: me enche nao hein? —disse nervosa, ele não tava ajudando em nada— eu tô grávida.
Ele abaixou o baseado, franziu as sobrancelhas.
Escobar: tu tá de k.o não né? Porque aí, se for brincadeirinha da tua parte, eu não vou entender legal não.
Bia: não é brincadeira Vinicius, eu não brincaria com isso né. Os exames tá lá em cima na minha bolsa, se quiser ver. Eu descobri ontem, ia te falar, mas tu tava nervoso e não quis ouvir nada.
Escobar: vem cá, na moral. —apagou o baseado e bateu a mão no colo dele.
Levantei devagar e fui até ele, sentei na perna dele. Sua mão fez carinho na minha coxa e depois subiu pro meu rosto, me puxando pra perto do rosto dele.
Escobar: eu te amo demais garota, na moral. Tô nem acreditando que fiz gol em tu porra, caralho! Achei que ia demorar pra sair, mas não, veio rapidinho. —disse com os olhos brilhando e um sorriso no rosto— foi mal por ontem, de verdade. Essa notícia aí melhorou meu dia, minha vida todinha. Tu tá feliz né?
Bia: agora sim, conversei com sua mãe, com a Rayssa e elas colocaram umas coisas boas na minha cabeça. Mas tava bem confusa, com muito medo. Até porque tem o negócio do meu salão né? Meu aniversário e tudo mais.
Escobar: e tem outro bagulho também que preciso de falar agora que sei que tu tá grávida, pode ser que depois do teu aniversário a gente tire um tempo daqui da favela, tá ligado? Só eu, tu, meus pais e a maluca da Rayssa. Não é pra longe não, mas o suficiente pra gente tá seguro.
Bia: que merda tá acontecendo? Tem haver com aquele policial né?
Escobar: com isso tu não precisa se preocupar não. —me deu um selinho e depois desceu cheirando meu pescoço— hoje nem pensar nisso eu não quero, só quero comemorar que vem meu herdeiro aí. Tu tem nem noção da sensação boa que estou sentindo aqui dentro? Papo de felicidade que não cabe em mim.
Bia: seu herdeiro —imitei ele— e tem outra coisa, lembra aquelas minha tonturas? Então, era falta de glicose no sangue. A minha gestão não vai ser tão tranquila assim, porque eu tô com hipoglicemia.
Escobar: pelo nome difícil a parada é grave.
Bia: nem tanto, só eu me alimentar bem e não da em nada.
Ele me fez mil perguntas, ficou fazendo carinho em mim, no maior chamego, confesso que aquilo me confortou pra caralho e me fez até esquecer dos meus receios.
A única coisa não esqueci é que se a gente vai precisar sair da favela, a coisa é séria, sabe? E agora eu grávida, fica mais complicado ainda. Eu só não quero que nada aconteça comigo e com o baby.

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Intocável
FanfictionEu tenho amor com liberdade Quando eu vou poder dizer "quero de novo?" Quando eu vou poder dizer "'to com saudade" É que você sabe, né? Não quero incomodar Nem me precipitar, mas ser objetivo Te chamar de minha dama, aquela pegada na cama E que daqu...