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BEATRIZ 🌪
5 meses depois

A dor de perder alguém é uma coisa surreal. O pior de sentir saudade, é quando você sente saudade de uma pessoa que você sabe que não vai ver mais. É foda pra caralho de verdade.

Fiquei péssima com a morte do Vinicius e custei muito pra aceitar, única coisa que me deu força pra continuar lutando foi o meu bebê, se não fosse pelo meu bebê, com certeza eu teria desistido fácil.

Não tô 100% né? Até porque acredito que nunca vou estar, mas consigo ir, tô levando a vida do jeito que da. Gabriel que está sendo essencial pra mim de verdade.

Morou comigo durante um tempo, tá me ajudando nos negócios da loja. Na real ele que tomou frente de tudo de lá né? Eu estou começando a voltar a trabalhar agora pô, depois de 5 meses.

Mas não tem um dia se quer que eu me levanto e não penso no Vinicius, é impossível não lembrar dele e de todos momentos que tivemos juntos e só de pensar que ainda tínhamos muitos o que viver, dói.

Rayssa: bom dia titias. —entrou na loja com o Ravi no colo dela.

Bia: deixa eu vê meu bebê. —sai de trás do balcão e fui pegar ele, babo demais nesse meu sobrinho cara. Veio a cara do Luan todinho, juro!

Graças a Deus a Miriam tomou jeito e parou de implicar com a Rayssa né? Aquele lance dela e do Luan não deu em nada, eles pararam de ficar e viraram amigos pô, estranho a beça isso, mas vira e mexe quando precisa a Rayssa ajuda a cuidar do Ravi.

Brinquei com meu gordinho enquanto a Rayssa fazia as fotos pra loja, eu nem fazia provador mais, porque minha barriguinha de 6 meses já estava bem a mostra e sem condições né?

Inclusive hoje tenho consulta pra descobrir o sexo, era pra ter visto mês passado, mas meu filho já é complicado igual os pais, estava de perna fechada todas as vezes que fui, parece até que gosta de tirar uma com a minha cara pô.

Rayssa: que horas a consulta mesmo mana?

Bia: horário de almoço, meio dia e quinze.

Rayssa: vai fechar a loja?

Bia: Biel vai ficar aqui, contra gosto, mas vai. Minha mãe e sua tia que vai me acompanhar.

Na real desde que comecei a fazer meu pré natal, eu não vou em uma consulta sozinha. Sempre estou acompanhada de alguém, de lei é a Silvana ou a minha mãe, que não perderam uma consulta.

Acho ótimo ter esse apoio delas, de início achei que era somente por pena, mas aí vi que não, que elas estavam ali por fazerem questão.

Quando deu a hora eu meti o pé e fui pra clínica com a Rayssa e o Ravi, era aqui pertinho do salão, dava 5 minutos andando. Chegando lá minha mãe já estava com a Silvana. Povo farofeiro, as mães normalmente vem fazer as consultas somente com um acompanhante, já eu, só falta trazer a família toda cara.

Bia: tomara que essa safada abra as pernas pra mim ter certeza que é menina.

Silvana: mãe sente, Bia. Se você está achando que é menina, certeza que é.

Carmem: tô doida por um menininho pô, Beatriz era insuportável quando era menor, sai fora!!

Silvana: então fodeu, se puxar pro Vinicius também não sai coisa boa não. Ele era teimoso e birrento demais. —dei risada.

Bia: de beleza ele vem forte pô, mamãe gata e o pai era um gostoso. —ela riram e eu passei a mão na barriga devagar lembrando do Vinicius.

Porra, se ele soubesse o quanto faz falta, meu Deus!! Queria ter dito mais um momento com ele sabe? Pra beijar e abraçar pelo menos mais uma vez, sentir aquele cheiro gostoso que só ele tem, tocar nele, se eu pudesse fazer tudo por uma última vez!

Sai dos meus pensamentos quando entrei na sala e a doutora passou o gel enquanto me fazia umas perguntas, as mesmas de sempre por conta da hipoglicemia.

Alessandra: boa notícia pra você, Bia. Hoje nosso bebê resolveu abrir as perninhas e eu consegui identificar o sexo já.

Bia: já fala doutora, antes que me mate de curiosidade.

Alessandra: qual era os nomes mesmo?

Silvana: Vinicius ou Alexa.

Alessandra: então eu informo pra vocês que vem aí a Alexa. —ela aumentou o barulho dos batimentos cardíacos e eu não aguentei, comecei a chorar.

Rayssa: pelo menos uma pra titia ensinar os babados da vida!!!

Não era a primeira vez que escutava o coraçãozinho dela, mas mesmo assim toda vez que eu escutava parecia ter a mesma sensação da primeira vez, uma coisa inexplicável de verdade.

Nunca me imaginei sendo mãe, só que hoje em dia já não me imagino sem a Alexa, mesmo ela estando só na minha barriga ainda. Por mim manteria ela aqui por muito mais que 9 meses, assim ela poderia ficar protegida no meu forninho em paz.

Parece que ela é um pedacinho do que o Vinicius deixou aqui na terra e assim eu consigo pelo menos me sentir menos vazia.

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