Cansei

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BERENICE

Acordei com meu celular despertando as seis da manhã. Cocei os olhos e desliguei o alarme, me dei conta de onde estava e só então senti o peso da perna do Caveira em cima da minha.

Que merda...

Tentei levantar sem o acordar mas gritei quando em um movimento rápido ele segurou meu pescoço e começou a apertar.

— Sou eu...calma, tá me machucando —

Caveira caiu na real do que estava fazendo e me soltou.

— Foi mal...— Sai de perto dele e comecei a me vestir, eu não estava acreditando numa merda dessa. — Toma, teu dinheiro — Sentou pegando a carteira, mas eu sai não fazendo questão.

Cheguei em casa e tomei um banho sentindo uma dor de cabeça chata.

Quando terminei me vesti com um conjunto de moletom, o tempo não estava muito bom hoje.

Arrumei minha bolsa e fui pro quatro da minha mãe, completamos a rotina matinal e saímos de casa, descemos a comunidade calmamente e na entrada tinha um Uber esperando a gente.

Coloquei minha mãe no carro e vi PL na segurança, ele me encarou e eu ignorei, entrei no carro e o motorista deu partida.




CAVEIRA

Bufei e deitei de novo olhando tudo.
Na moral, nunca amanheci aqui, muito menos com alguém.

—  Oque a bebida não faz, né ? —

Olhei as horas e levantei lembrando que tinha prometido levar a Julia na escolinha.

Me vesti e logo estava em casa.
Levei a Júlia e depois fui cuidar das paradas do morro.

Entrei no escritório e comecei a passar os cálculo do lucro das bocas pro computador. Claro que cada coisa ficou com nome diferente, não podia dar bandeira nessa merda.

Terminei umas duas horas depois e fui pegar o dinheiro em espécie em cada boca. Contei na tudo na frente de cada gerente e na última estava faltando milzinho.

— Tem parada errada aqui, não ? — Erick apontou a arma pro filho da puta do Gean.

— Não, chefia, tá tudo nos conformes — Tentou pegar o dinheiro pra contar. — Qual é ? Tá desconfiando ? —

Contei de novo, dessa vez falando alto.

—  Eai ? Tá nos conforme, essa merda ? — Abri a mão e dei um tapão na orelha dele. — Mês passado foram duzentas pilas, dei um voto de confiança achando que eu tinha feito merda. Agora é mil ? —

—  Não foi eu não, chefia — Me olhou transtornado. — Pô, eu sou seu amigo —

—  Meu amigo ? — Dei risada. — Meu amigo é Deus — Dei outro tapa nele. — TU TA ME TIRANDO, PORRA ? ASSUME SEUS BEÓ !! — 

— Faço oque, Caveira ? — Erick perguntou e depois encarou Gean. 

 
— Tu tem alguém que te ajuda a vender ? Algum aspirante ? —

— Deve ter sido ele — Falou no apavoro. — Vou matar aquele moleque —

— Chama ele pelo rádio — Me afastei e encostei no muro da viela.

Logo o menor apareceu, me cumprimentou com o cu na mão e eu fui com ele até o GN, que já começou a levantar a voz e querer bater no moleque.

— Cala a boca, Gean ! — Esbravejei e ele abaixou a bola. — Tem quantos anos ? E qual o teu nome ? —

Na mira do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora