Promete ?

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CAVEIRA


Eu tava no ódio.

Entrei em casa batendo a porta e quando acendi a luz, começaram a cantar parabéns.

Mano, desde que meu velho morreu, ninguém faz essas paradas no meu aniversário.

Eu passei a não suportar essa comemoração, era só baile, grana, bebida e no fim da noite alguém que eu pegava no baile.

Tinha pouca gente ali, só os mais chegados. Cocei a cabeça e eles terminaram, só dava a Júlia me pedindo pra apagar a tal da vela, fiz isso e aquela porra não parava de acender. Apaguei com o dedo mesmo e os moleques vieram me abraçar e me dar cerveja.


— Quem fez isso aê ? —


Beth levantou as mãos já dizendo que não tinha sido ela e não iria se envolver.


— Adivinha quem ? A mãe do Daniel !! — Jamaica pegou bolo que ela tinha cortado e me deu — Pra quem vai ? —

Encarei Berenice e ela me lançou um olhar alegre e um sorriso de lado.
Por mais que eu quisesse falar, que o primeiro pedaço era pra ela, alguma merda me travava.


— Pra Júlia —


Ligaram o som e eu fui comer, estava varado.

As amigas da Berenice me deram parabéns e trouxeram até presente pro pai.

Os meninos também trouxeram e ficou tudo na moral, música, cerva gelada, doce, salgado, bolo e o sorriso da Berenice. Na moral, já tô é bêbado.




BERENICE

Eu fiquei feliz de todos estarem curtindo o momento, e principalmente por Miguel não ter ficado com cara de bunda.

Acho até que ele ficou feliz.


— Mãe...— Julia me chamou fazendo bico.


— Oi meu amor, quer mais bolo ? —Falei depois de mastigar uma coxinha.


— Eu quero dormir — Levantei pegando sua mão. — Espera ! —


Correu pro colo do pai e beijou a bochecha dele, já dando o último parabéns e voltou pra onde estava.


— Pronto ? — Jú confirmou e eu subi as escadas com ela. — Tá feliz ? —


— Sim — Disse simples ao entrarmos no quarto e se sentou na cama. — Meu pai tá feliz ? —


— Eu espero que sim. Você foi acordada só pra cantar parabéns pra ele, ele tem que estar feliz, não é ? — Ela riu.


— Te amo — Beijou minhas bochechas deitou depois de pegar o Robson.

Estranhei ela não ter pedido mamadeira mas deixei passar, imaginei que fosse por estar de barriga cheia.

Fiz carinho na Jú até ela dormir, quando isso aconteceu, eu me levantei ligando seu abajur e antes de sair, apaguei a luz.

Desci as escadas e vi a Kátia num canto falando com o Erick. Vanessa, por sua vez, quando me viu já me chamou pra fofocar.


— Oque foi, Maria fifi ? —


— Teu macho, já tá bêbado — Dei um tapa não mão dela. — É sério ! —


— Fala baixo ! — Ela riu. — Ele não é meu macho —


— Af, eu queria que ele parasse de ser retardado e ficasse logo com você — Tomou sua cerveja.


— Ai Vanessa, que coisa chata, ele não gosta de mim, só tá comigo aqui, pelo bebê. Ele mesmo já assumiu que eu não passo de uma puta pra ele —

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