Não sou muita coisa

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BERENICE


Acordei no dia seguinte sentindo aquelas dores mais forte, nada absurdo, mas já era diferente de quando começou, e mesmo que eu não quisesse ir no médico, tive que ir.

O Caveira quase surta quando eu contei que já estava sentindo aquilo e não tinha contado nada antes.

Nós chegamos lá e como eu já previa, a obstetra me examinou, disse que era normal, e pediu pra eu começar a cronometrar a contrações.

Me pediu para voltar só quando elas estivessem com intervalos de cinco minutos e duração de pelo menos cinquenta segundos.
Voltamos pra casa e meu namorado me disse que não sairia mais.


— Você pode ir — Falei pro Miguel que parecia um cão de guarda.


— Não vou sair daqui não — Bufei. — Tu vai ter ele sozinha ? —


— Miguel, você ouviu a médica, só tenho dois dedos de dilatação, isso ainda pode demorar muito — Me sentei no sofá apoiando nas almofadas, eu estava muito pesada.


— E oque tem ? — Cruzou os braços. — Vou ficar com vocês dois, nem adianta —


— Tá bom, teimoso — Sorri.


Por mais que eu não quisesse todo mundo jogado nos meus pés, eu gostei bastante dessa atitude.


— Obrigado —


Ele piscou.


— Vou na cozinha, quer alguma coisa ? — Falou enquanto colocava a arma numa prateleira alta, acima da televisão.


— Se ainda tiver pudim, eu quero — Fiz bico e ganhei um beijo.

Quando ele já estava saindo do meu campo de visão eu falei alto.

— SUCO TAMBÉM ! —


— FOLGADA ! —


Ele demorou um pouco mas quando voltou trouxe até pipoca.


— Toma aê — Me entregou o prato com pudim e um copo de suco.


Acabei ficando de olho na pipoca.


— Lá vem ! — Riu e colocou pipoca na minha boca.


— Para de chatice — Falei depois de mastigar e vi a porta ser aberta por Beth.


O Mufaza passou correndo e veio pro sofá, protegi a barriga como podia e senti as lambidas dele em meus braços.

— Se acalma ! —

Ele sentou e ficou me olhando com as orelhas abaixadas doido pra brincar.


— Aí meu Deus, desculpa, achei que vocês ainda não tinham chegado — Dona Beth pendurou a
guia do Mufaza no chaveiro que eu mandei fazer a pouco tempo.


— De boa, Beth — Caveira a tranquilizou e olhou o Mufasa, nem precisou falar nada, ele deitou e já ficou quieto.


— Sem problemas — Vi o acontecido e ri. — Ô meu amor — O dog já voltou a se abrir. — A mamãe não aguenta —
Fiz carinho na barriga dele e na junta de suas patinhas, ele amava.


— Por isso tá mal acostumado, eu brigo e tu apoia ele —


Arqueei as sobrancelhas e a Beth começou a rir.


— E aí minha gente, e esse menino ? — Cruzou os braços esperando alguma notícia.


— Oque eu já tinha dito — Falei convencida. — E só tenho dois dedos de dilatação ainda —


Expliquei tudo oque a médica me falou e por fim levantei a blusa.


— Já tá toda contraída — Apertei levemente com os dedos e eles viram as marcas que iam ficando.

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