Não Suporto

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BERENICE


Julia dormiu e Caveira foi levá-la para a cama, provavelmente deve ter ido se deitar, nao o vi mais, e ele parecia cansado.

Terminei de lavar a louça enquanto pensava na minha mãe sozinhas esses dois dias.
Estava tudo muito recente, e eu queria ir lá, mas...foi ela que me mandou sumir.

Sequei minhas mãos, apaguei a luz da cozinha e subi.


Entrei no quarto vendo Caveira acordado e fui até o closet, peguei meu Baby Doll preto e fui pro banheiro, me troquei e voltei ao quarto.

Me sentei na cama e olhei o dono da casa.

— Eu...queria saber...se eu posso ir arrumando o quarto...pra eu ficar —


Ué, tá bom aqui não ? — Sentou prestando atenção no assunto.


— Sim, tá ótimo. Eu nunca dormi numa cama melhor — Ri.


— Então, sossega esse rabo —


— Mas, eu não quero te incomodar, eu sinto que tô atrapalhando —


Bufou.


— E atrapalhando oque ? Fala ! —


— Sei lá, vai saber se não quer trazer alguém pra cá e eu tô aqui, no meio da sua cama —


— Deixa de ideia, porra, tu tá aqui porque eu quero. E enfia na tua cabeça, que eu nunca trouxe mulher pra transar dentro dessa casa, mano —


— Tá bom...me desculpa —


— Outra coisa que tu tem que aprender, é parar de pedir desculpa toda hora.
A Beth, disse que de vinte palavras, se pede desculpa por quarenta —

Fixou o olhar no meu.

— Tu não tem que se desculpar por tudo não, fica susa, pô —


— Tá bom...— Sorri de lado. — Obrigado —  Puxei o edredom e me deitei.


— Fiz nada — Dei de ombros e desviei o olhar. — E esse olho...doendo muito ? —


— Mais ou menos, aliviou um pouco — Cocei a cabeça. — E seu braço ? Tá melhor ? —


— Tá, terminei aqueles remédios que tu me deu — Mostrou a ferida seca.


— Que bom, fiquei preocupada —

Me ouvi.

Puta merda, preocupada com ele ? Cala a boca, Berenice.

— Porque, poderia infeccionar, estava bem feio aquele dia...—


— Entendi — Mordeu a boca segurando o riso. — Me diz aí, tem muito pijama assim ? —


— Nem tantos, eu...— Entendi oque ele quis dizer e senti um nervosismo misturado com agitação. — Eu posso falar um coisa ? —


Resolvi mudar de assunto.


— Fala, tô com tua boca não — Me sentei outra vez e ele me esperou falar.


Tentei não revirar os olhos, odeio essa estupidez.


— Eu...comprei os pães hoje de tarde, e fui confirmar com seu Jorge, se era amanhã de tarde mesmo, o meu horário de entrar. Ele me deu dinheiro pelo tempo trabalhado e me despediu —




CAVEIRA

Só faltava essa, a mina já não tinha passado por coisa boa e vem isso.

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