BERENICE
Ele ficou comigo no chão por um bom tempo até que eu me acalmasse.
Nós conversamos e ele pareceu me entender melhor que ninguém naquele momento.Eu me senti tão segura, foi como se nada pudesse me atingir dentro daquele abraço. Sempre que ele me segurava daquela maneira, eu sentia isso.
...
Dois dias decorreram e nós agora, estávamos tirando as coisas do quarto do Daniel.
Caveira e o Jamaica, iam levando as coisas mais pesadas e eu apenas uma sacola ou outra.
Caveira quase não me deixou ajudar, com medo de que eu pegasse algo muito pesado.
— Bom, só falta a cômoda — Apontei para o móvel que eu mexi há alguns dias atrás.
— Tô ligado — Olhou o móvel. — Essa não vou jogar fora não, vou colocar no outro quarto enquanto não arrumo pra tu —
— Tá bom — Dei de ombros e ele levou sozinho mesmo. — Oque foi ? — Peguei Jamaica me encarando.
— Tu acha mesmo, que um dia esse teu quarto sai ? — Dei risada
Estalei a língua no céu da boca.
— Sai daqui, Jamaica — O ameacei com uma vassoura e ele correu.
Comecei a varrer o quarto.
— Cadê aquele cavalo ? — O pai do meu filho entrou no quarto e abriu a janela.
— Acho que foi na cozinha — Vi o Mufaza entrando e começando a passear na sujeira, assim como o seu dono. — Dá pra vocês saírem ? —
Me olhou seriamente.
— Tu não pediu pra eu sair ontem, né ? — Tenho certeza que corei. — Vou pegar a tinta lá no carro —
Eu ainda acabaria morrendo de vergonha com essas coisas.
E sim, ontem nós transamos. E eu sei, as vezes minha vergonha na cara, me dá tchau e some.No fim do dia, o quarto estava pintado e eu pra adiantar, já limpei o chão, enquanto Caveira e o Jamaica limpavam os utensílios que usaram.
O quarto estava lindo, um azul claro na parede onde o berço ficaria, com nuvens e balões com ursinhos dentro.
O Jamaica arrasa em desenhos, fez oque eu tinha pedido e ainda melhor.
Antes de entrar pra essa vida, ele tinha se especializado em artes e grafites.O restante do quarto estava pintado com um azul mais escuro e com a decoração na cor branca.
— Gostou ? — Ouvi o Caveira e afirmei ainda olhando a parede. — Vou começar a montar os móveis, as prateleiras e os outros bagulhos eu parafuso amanhã, se não vai zoar a tinta —
— Tá bom, não tem problema — Ele buscou os móveis ainda embalados e colocou a maioria no corredor, foi levando para o quarto aos poucos, conforme montava.
Desci as escadas procurando algo pra comer, e ri lembrando da Júlia, quando me vê abrindo a geladeira, ela sempre come um monte de besteiras comigo.Ela foi no shopping hoje com a Beth, depois passariam a tarde na casa de uma filha dela.
Fiz dois lanches e subi com uma latinha de Coca-Cola.
— Miguel ? — Bufei. — Caveira ? — Ele me olhou rindo e levantou.
— Pode chamar de Miguel — Mordeu o lanche. — Salvou em ! —
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Na mira do Amor
RomansaDesalmado e sem amor, está disposto a lutar pela sua comunidade mas não por seu próprio coração, ele é rancoroso e problemático. O Famoso Caveira leva no peito um ódio mortal por sentimentos e pretende continuar assim. Mas a vida cobra oque não est...