BERENICE
Passei a noite em claro, eu realmente não podia acreditar naquilo, não era certo ela desistir de si mesma.
Eu tentei conversar novamente mas levei outro não sobre o assunto. Minha mãe estava me pedindo pra deixá-la morrer. Isso era cruel demais.
Levantei as quatro da manhã e desci as escadas morrendo de cede, enquanto tomava água olhei pra sala. Mesmo no escuro pude ver uma silhueta, eu senti meu corpo gelar, me aproximei e liguei a luz, a imagem sumiu, meu corpo arrepiou e eu senti um mal estar enorme. Lembrei do que me acontecia até uma certa idade.
Me sentei no sofá olhando o chão, era exatamente ali que ficava a cama da minha mãe e ela nunca soube oque ocorria.
Passei as mãos no rosto e levei até o cabelo, suspirei sentindo lágrimas pesando uma tonelada saindo dos meus olhos.
Levantei rápidamente e voltei pro meu quarto, tranquei a porta e peguei um estilete. Me sentei na cama passando aquilo com força em meu braço direito. Vi o sangue saindo pelas laterais e apertei com um pouco mais de força, eu me odiava imensamente.
CAVEIRA
Acordei as cinco da manhã e tomei um banho. Vesti uma bermuda e uma blusa preta, coloquei um tênis e peguei minha arma.
Sai de casa com pressa, hoje tenho uma pá de beó pra resolver e tenho que acabar essa merda logo cedo.
Parei na viela vinte e dois e entrei na casa onde funcionava o laboratório de produção. Fiz um toque com o Zé, que cuida da segurança e fui falar com o Márcio.
— Aê Lavoisier, como as coisas tão aqui ? —
— Tudo em cima, pô — Esticou um prato com pó, na minha direção. — Tá conhecendo bem dos químico famoso em, chefia —
— Dá licença, parsa — A gente riu e eu olhei o prato com pó. Peguei um pouco, passei nos dentes de trás e o barato tava louco. — Trincando pai — Ele riu se gabando. — E as estufa ? —
— Vem ver — Me chamou e a gente entrou no quarto que era feito de estufa com os bagulho necessário pra crescer na qualidade.
Tirei uma folha e cheirei.
— Forte pra caralho em, essa é da boa — Ele me olhou com cara de cu porque arranquei uma folha. — Aí, tem cem quilo da branca e noventa bloco da verdinha saindo pro morro vizinho, na semana que vem —— Pô, me quebrou — O olhei sério. — Tô zoando carai. O pai aqui tira tonelada pro estrangeiro, não vai tirar cem quilo ? —
Ri de canto.
— Bora então, cuida. Quanto antes sair, melhor, junta todo mundo pra agilizar —
— Já é, parceiro —Fiz um toquei e sai.
Subi na moto e fui pro Abatedouro.— Tá preso, né ? — Falei com Dentinho.
— Tá sim, patrão—
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Na mira do Amor
RomanceDesalmado e sem amor, está disposto a lutar pela sua comunidade mas não por seu próprio coração, ele é rancoroso e problemático. O Famoso Caveira leva no peito um ódio mortal por sentimentos e pretende continuar assim. Mas a vida cobra oque não est...