Surpreendente

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CAVEIRA

Resolvi os beó do transporte de droga lá pros Andes, e depois do caminhão ficou pronto e a droga bem escondida, eu desci pro barraco.

No caminho comprei umas paradas e quando cheguei fui logo tirando a roupa.

Entrei pro banheiro, tava um calor da porra.
Deixei no frio e quando sai, vesti só a bermuda.

— Caralho, essa mina não vem não ? —

Bufei falando pra mim mesmo e a porta foi aberta.

Ela tava gata pra caramba, eu quase deixei o queixo cair.




BERENICE

Eu cheguei do curso passando mal por culpa do calor, então resolvi tomar um banho, antes de ir pro barraco.

Erick tinha me falado ontem, que o Caveira queria me ver, eu só não entendi o porquê do próprio não me mandar mensagem.

Tomei meu banho e coloquei um vestido que já ficou meio apertado nos peitos, na barriga e até na bunda. Resumindo, completamente apertado.

Troquei o vestido, colocando um mais soltinho.

— Pronto neném, sua mamãe até que tá ficando bonitinha — Ri e passei no quarto da minha mãe, avisei que estava saindo e fui.

— Oi...— Falei ao chegar no barraco.

Caveira estava sem camisa e com o peito molhado. Lindo de bonito, pena ser um filho da puta.

— Senta aí — Apontou pra cama e abriu um engradado de cerveja gelada. — Quer ? —

Não esperou resposta e me jogou um saco de Doritos.

Aquilo estava bem estranho, será que ia me matar ?. Nunca foi gentil...Mas eu estava morrendo de fome, não ia dar uma de besta.

— Me chamou pra que ? —

— Pra bater um lero — Tomou a cerveja e eu dei de ombros.

— Pode falar então — Abri o pacote e mastiguei o salgadinho.

Caveira levantou me trazendo uma lata de Coca-Cola.

— Vai me matar ? —

— Que ? Tá se drogando, caralho ? — Neguei e ele sentou de novo. — Tá de bucho mesmo ? —

Respirei fundo e peguei meu celular, estiquei a mão aproximando dele para que visse o PDF do resultado do exame que me mandaram.

— Esse aí é o resultado do exame de sangue. Eu tenho ele impresso em casa, me deram na clínica, junto com as receitas e encaminhamento de exames. Se quiser, eu pego —

Fica susa — Terminou a cerveja e abriu outra, parecia nervoso. — Eu quero DNA, vou assumir tudo. Documento, consulta, remédio e hospital do bom, mas eu quero o DNA —

— Direito seu — Bebi a Coca-Cola. — Mas eu acho bem injusto, tu sabe que eu só fiquei com você esse tempo todo —

Caveira deu risada.

— Se tá dizendo, quem sou eu pra falar que não —

— Para com isso, você sabe, são quatro anos. Você ainda lembra daquele moleque que começou a gostar de mim ? Você viu ele me beijando e fez questão de contar oque eu fazia, e ainda espancou ele —

— Ele não pagaria tão bem — Terminou a cerveja e eu o fuzilei com o olhar.

— Quer saber ? Não precisa nem colocar seu nome do RG dessa criança — Me levantei. — Eu cansei de ser tratada com um pedaço de pano velho, eu recebia pra isso. Mas é muito humilhante, uma pessoa nem te beijar durante o sexo, não que eu tenha transado com outras pessoas, pra poder ter uma boa experiência.
Até porque foram quatro anos vivendo isso, sendo completamente sua, com você me machucando e mal me dando um boa noite.
Meu filho vai ter tudo, mas não vai ser com o seu dinheiro — Fui saindo.

Na mira do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora