Não tem espaço

2.4K 162 14
                                    

CAVEIRA


— Essa mulher vai ter o dela — Soquei a mesa.


— Parsa, tu tem que ficar calmo — Erick me olhou.


— Já tem um mês que ela tá na minha casa, NÃO SUPORTO MAIS VER A FUÇA DELA —


— Porque tu deixou ela entrar ? Eu não consigo entender essa merda — O fuzilei com o olhar.


— Que merda, Erick !! — Cocei a cabeça. — Deixei entrar, porque ela ameaçou tirar a Laura de mim, disse que se eu matasse ela, já tinha gente dentro da polícia, sabendo oque fazer com minha filha —

Soquei a mesa outra vez.


— Ela só tá morando naquela casa, por causa da Júlia. E a merda do advogado não faz nada útil —


— Mano, vou nem falar mais nada — Levantou. — Vou cuidar dos meus beó que eu ganho mais — Pegou a arma. — Vê se esfria a lata — Saiu.


Acendi um cigarro branco e sentei. Eu tava tão nervoso com as provocações da Célia que eu fumaria uma fábrica inteira de cigarros.
Eu tinha que tirar ela de lá, mas ao mesmo tempo proteger minha filha.





BERENICE

Acordei fora do horário e levantei as pressas, corri pro quarto da Jú e não vi ela nem sua mochila.
Com certeza, Miguel ou Beth a levaram.

Ultimamente eu estava acordando tarde, o Dan, não parava quieto a noite, somente quando estava prestes a amanhecer o bonito parava e aí eu pegava no sono.

Voltei pro meu quarto, arrumei a cama e desci de pijama mesmo, estava morrendo de fome.
Entrei na cozinha e vi a Beth preparando um pudim.

— Aí Daniel, a tia Beth quer matar a sua mãe de tanto comer — Me aproximei dela e beijei sua bochecha. — Bom dia, meu amor —


— Ô Daniel, avisa sua mãe, que eu não obrigo ninguém a comer, eu só faço a comida — Rimos. — Bom dia, linda —


— Você viu minha sogra ? — Peguei um prato, dois pães e requeijão na geladeira.


Beth fingiu ânsia e eu me acabei de rir.


— A venenosa deve estar na piscina. Não faz outra coisa, além de atormentar, criticar e ir pra piscina —


— Olha, vou ser sincera, ela tira o Miguel do sério e isso me irrita — Mordi um pedaço de pão. — Ele até tenta, pela Júlia. Mas a Célia não ajuda, Beth.
Fora que ela tenta fazer lavagem na menina. Ontem peguei ela falando pra Júlia parar de me chamar de mãe, não fui eu quem pari, então ela não pode.
Sabe, eu acho que se meu filho chamar uma pessoa que cuida e ama ele, de mãe, eu não vou ligar, já ela, tenta entupir a menina de besteiras e quer deixá-la fazer tudo que quer, pra ser a boa mãe —


— Não vai falar pro Caveira ? — Ela colocou o pudim no forno e conferiu o arroz. Depois de tampar a panela se virou pra ver olhar.


— Não, eu não quero ser o motivo dele brigar ou matar ela — Cocei a cabeça. — Ela me provoca, vive perguntando porque estou com o filho dela, porque gosto da Júlia, porque eu engravidei. Pergunta sobre meu pai...—


— Olha, isso vai sair de controle, você não vai aguentar. Se o bebê nascer e ela continuar aqui...na sua cabeça, você vai estourar, e a merda vai ser bem pior. Eu falaria agora —

Na mira do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora