Você vai se arrepender

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CAVEIRA


Fui fazer meus corres pensando na ideia da Berenice. Agora pronto, a boneca tá querendo se hospedar, essa foi boa mano.

- Eaê porra - Cumprimentei Juninho.

- Eae chefia, satisfação - Fiz um toque com ele. - E o braço ? -


- Tá aqui, tá vendo não ? - Ele riu mostrando o dedo. - Se dependesse do Erick, eu perdia o braço -

Ele estava no canto da sala conferindo os caixote de armamento.

- Falei pra tu ir no postinho, só trabalhei, com oque eu tinha - Olhou meu braço. - Mas tu mexeu aí, né ? Tá todo fru-fru -


- Tua amiga que fez - Ele riu de canto balançando a cabeça. - Oque foi ? -


- Hmm...a Bere ? - Olhou pro Juninho e os dois riram. - Nada não, pô. Tão se vendo muito ? -


- É da tua conta ? - Peguei um fuzil de um dos caixote. O aço era do bom.


- Não, mas agora que ela tá grávida e tu assumiu. Devem estar se vendo mais -


- Ele engravidou a Bere ? - Erick assentiu. - CARALHO CHEFIA, LOGO A BERE ? GOSTOSONA, EM ! -


- Tá ficando louco, filho da puta ? - Cruzei os braços.


Erick observou na miúda e comentou.


- Não é frequente defender alguma mina, mas com a Bere, já é a segunda vez -


- Foi mal, chefia - Juninho levantou os braços em rendição. - O pescador caiu no canto da sereia, foi ? -


- Mano, vai se lascar, some da minha frente - Tirei a arma da cintura e ele correu rindo. - Ainda mato ele -


- Vai matar todo mundo que mexer com ela ? - Ele me olhou.


- Só quem ficar enchendo a porra do meu saco, Erick - Me sentei e vi ele dar de ombros. - Já conferiu ? Manda os moleques virem, pra descer isso aí pro galpão, minha sala já tá lotada -


- Já é ! - Passou rádio pra menorzada e me olhou. - Caveira...só cuida bem dela -


Antes que eu pudesse falar alguma coisa ele saiu rápido dando risada.


- Na moral, esses porra quer me ver estressado logo de manhã - Levantei da cadeira e peguei o rádio. - Aê Jamaica, a cesta básica chegou ? -


- Tá entrando no morro agora. Já começo a distribuir ? -


- Tô descendo ! Vai organizando os moradores -

Peguei a grana pra fazer o pagamento da carga e desci o morro de moto.
Paguei o tiozinho que vinha trazer a carga e a gente foi descarregando o caminhão e já distribuindo pro povo.





BERENICE

Entrei em casa dando graças a Deus, por não ver aquele homem e por não ter que ir trabalhar hoje.

Entrei no meu quarto, peguei uma muda de roupas e fui tomar banho.
Depois de vestida, sai e fui pra cozinha, fiz o café pra minha mãe e entrei no quarto dela. Vi os dois deitados na mesma casa e tive nojo.

Será que ela esqueceu das vezes que ficou inconsciente ? Das vezes que ele quebrou as coisas e nos machucou ? Será que, só um pedido de desculpas, fez ela deixar até o abandono dele, no passado ?

Sai dos meus pensamentos com dona Vânia me chamando.


- Oi...-


- Você tá bem, filha ? - Sentou e Henrique fez o mesmo.

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