O tempo passa rápido

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BERENICE


— Mãe ? — Entrei no quarto dela com uma bandeja de café da manhã.


— Oi, filha ! — Sentou com dificuldade. — Bom dia —


— Bom dia — Sorri beijando a cabeça dela. — Aqui, você precisa comer — Deixei a bandeja em seu colo. — Vou te ajudar —


— Você é um anjo, trabalha, estuda e ainda cuida de mim — Tossiu. — Eu odeio a quimioterapia —


Fiquei calada por alguns instantes.


— Você merece mãe — Peguei um pedaço de melão e levei até a boca dela. — Eu sei que não gosta, mas precisa pra ficar bem —


—  Eu vou melhorar e vou te ajudar — Passou a mão em meu rosto. — Eu me preocupo com você, você não se diverte, trabalha desde que seu pai desapareceu. Você sozinha reformou a casa, trás comida pra cá, paga as contas.
Você tem que sair filha, tem baile direto e você só fica aqui —


— Mãe, não começa. Eu fiz tudo e faço outra vez, a senhora sempre lutou por mim, porque não posso fazer o mesmo ? Agora esquece isso e come — Terminei de dar o café pra ela e desci, ouvi ela me chamar outra vez e quando entrei no quarto a vi chorando.

Ela me implorou desculpas e me disse que não conseguiu segurar, acabou fazendo xixi sem querer.


A levei ao banho e cuidei dela, troquei os lençóis e substitui o colchão, eu já tinha comprado um novo mas ela era apegada aquele. Eu disse que era mais confortável mas essa foi a oportunidade pra trocar.

Deixei minha mãe limpa e coberta e fui cuidar do restante da casa.


Liguei pro médico avisando o ocorrido e ele aconselhou o uso de fraldas. Eu obviamente fui comprar.

Voltei e conversei com ela sobre isso, a mesma acabou aceitando pra não me dar trabalho e depois de tudo pronto fui tomar um banho.

Liguei o chuveiro lembrando de alguns anos atrás, suspirei encostada no box de vidro e logo sai.

Me arrumei, fiz uma maquiagem leve e soltei o cabelo, peguei meu celular e minha carteira. Sai de casa outra vez, mas em direção contraria. Passei por algumas vielas e cheguei num barraco conhecido, entrei e ele já estava lá.

— Demorou pra caralho, em ! — Caveira deixou a arma na mesa e terminou o back.


— Foi mal, minha mãe...— Comecei a falar enquanto tirava minha sandália mas ele me interrompeu.


— Foda-se, vamos logo —

Tirou a camisa e eu a minha roupa, me mandou ficar numa posição que ele gostava e colocou a camisinha.

Tentei tirar a tenção do meu corpo e passei as mãos nos ombros dele tentando investir num beijo.


—  Já falei que não curto, porra —


Pedi desculpas e ele continuou. Depois de terminar se levantou e foi vestir a roupa.

Continuei deitada com um pouco de desconforto e ele foi saindo.

— Caveira ? — Ele me olhou.


— Oque tu quer ? — Jogou a camisa no ombro me esperando falar.


— O dinheiro...— Falei quase em um sussurro puxando o lençol para cobrir meu corpo.


— Hmm...— Abriu a carteira e tirou sete notas de cem. — Quando sair, tranca o portão — Jogou o dinheiro na cama e saiu.

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