Tudo por vocês

2.8K 169 40
                                    

CAVEIRA


Entrei em casa, lavei as mãos e já fui pro quarto ver como as coisas estavam.
Abri a porta e vi a Bere dando peito pro Daniel.


— Bom dia — Ela sorriu.


— Bom dia — Deixei um beijo em sua testa e em meu filho também. — Tava trabalhando ? —


— Estava resolvendo nossa vida — Segurei a mão da bolinha no colo dela.


— Como assim ? — Perguntou confusa.


— É surpresa — A bicha já ficou toda curiosa. — Vou fazer um café pra gente e acordar a Júlia.
E eu pedi pra Beth não vir hoje, eu quero sair com vocês —


— Sabe que não se pode fazer surpresa pra gente ansiosa, né ? — Riu e tirou o Daniel do peito. O colocou cuidadosamente pra arrotar e foi dando leves tapinhas em suas costas.


— Por isso que não contei antes, tu vai descobrir ainda hoje — Apertei a coxa dela. — Depois que ele arrotar, tu vai se arrumar. Pode deixar que eu arrumo a Jú e ele —


— Tá bom —


Algumas horas depois, estávamos no carro e eu continuava mantendo segredo.


— A gente tá viajando ? —


Há uns quinze minutos atrás entramos em uma cidade com uma placa de "Bem vindos", ela ficou toda boba.


— Digamos que sim, mas a gente volta pra casa ainda hoje — Olhei o retrovisor. Eu passei a viagem toda cuidando pra nada dar errado.


— Eu já tô com dor, pai — Vi o bico dela pelo retrovisor e em seguida devolveu a chupeta que Daniel tinha deixado cair.


— A gente tá chegando — Virei rapidamente e mostrei a língua pra ela.


Depois a criança sou eu — A gente riu. — Gente...sabe oque eu lembrei ? Da minha festa de sete anos —


— Ô meu amor, aconteceu tanta coisa, mas a mamãe não esqueceu, tá bom ?, a gente vai fazer sim — Berenice contornou e eu sabia que não era mentira.


Júlia sorriu com satisfação, mas logo reclamou outra vez por estar a tanto tempo no carro.


Mais vinte minutos passaram com aquelas duas reclamando e eu entrei numa rua tranquila, onde algumas crianças brincavam.

Parei o carro na frente de uma casa com paredes revestidas em azulejos de pedra, portões pretos e uma sacada discreta e bonita.


— Pronto, suas velhas carcomidas —


— Tá, eu vi a placa na entrada da cidade de, estamos em Brotas. O caminho foi ótimo até aqui, mas oque estamos fazendo aqui e quem mora nessa casa ? — Minha namorada me olhou séria.


— Para de perguntar e bora entrar —


Sai do carro e abri a porta pra Júlia, andei até o outro lado e peguei o baixinho, junto com o bebê conforto.

Esperei minha mina sair do carro e tirei uma chave do bolso. Deixei elas irem na frente e acompanhei depois de trancar o portão.







BERENICE

Imaginei de quem aquela casa seria.


— Porque não fala logo ? —


Bufei e ele abriu a porta me pedindo pra entrar logo.

Analisei algumas coisas que eu conhecia. Os poucos móveis que estavam num canto eram da minha antiga casa.

Na mira do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora