Minha Berenice

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BERENICE



— Eu ? — Sorri sem humor. — Você foi um babaca, eu quis te agradar, puxar conversa, eu fiquei preocupada, você foi um idiota. Você me odeia —


— EU TE ODEIO ? Sabe o porque desse olho roxo ? — Me encarou. — O PL tava espalhando de novo, que tu tinha dado pra ele, que te comeu no último churrasco.
Eu fui tirar satisfação e ele veio pra cima.
Enquanto eu te imaginava com ele, eu soquei aquele filho da puta. Pergunta pra tua amiga se sobrou um dente naquele maldito ! —

Espirrou.

— Eu peguei uma chuva da porra, um carro me jogou longe, eu tô machucado pra caralho. Só porque te odeio, né ? Tu nem imagina as atrocidades que passou pela minha cabeça pra fazer com alguém, se tivessem te machucado.
Mano, quando eu te imaginei tendo uma dessas crises...eu achei que fosse enlouquecer...mas é porque eu te odeio, né ? —


Segurou meu rosto, suas mãos estavam frias e molhadas.


— Foi mal por ter sido um merda contigo —


Como esperado, eu já chorava por ouvir tudo aquilo. Mesmo brava com ele, eu senti dó por vê-lo naquela situação.


— Na moral ? Vamos pra casa ? Pra sua casa !? —


Assenti e peguei o outro capacete.

Ele subiu na moto e me ajudou.


Não foi muito confortável estar segurando ele todo enxarcado mas...eu não tinha muitas opções.

Logo estávamos em casa, eu entrei na maior vergonha, meu plano não era ficar ali.


— Vai tomar um banho...ficou toda molhada —


Concordei e subi as escadas, entrei no quarto em silêncio e vi a Júlia dormindo.
Um arrependimento descabido me tomou, como pude fazer aquilo com ela ?.

Tomei meu banho e vesti somente um blusão.
Quando sai do banheiro a cama estava vazia, imaginei que ela tivesse acordado mas antes de sair do quarto o Miguel entrou.


— Cadê ela ? —


— Levei pro quarto dela, é cedo ainda, vou tentar dormir — Foi pro banheiro espirrando e bateu a porta.


Desci as escadas e vi Beth na cozinha.


— oi...—


— Oi, meu amor — Sorriu. — Você tá bem ? Fiquei tão preocupada — Me abraçou.


— Sim — Suspirei. — Desculpa —


— Não se preocupa meu amor — Fez carinho em minha barriga. — O importante é que está bem.
Veio tomar café ? —


— Não...ainda tá cedo, vim buscar alguma coisa quente pra ele...pegou chuva, tá espirrando muito —


Beth balançou a cabeça.


— Tá bom, tem café quente na garrafa, acabei de fazer —


— Se quiser...deixa a Júlia em casa...eu vou ficar com ela hoje, pode até ir pra casa, preciso me desculpar com ela — Falei enquanto colocava café numa xícara.


— Então tá bom — Sorriu. — Vou curtir meu netinho então, e se o pai do Daniel brigar comigo, eu bato em ti — Rimos.


— Não vai, fica tranquila — Beijei a bochecha dela e subi outra vez.


Caveira estava saindo do banheiro e espirrou outra vez.


— Eu trouxe pra você...—


— Valeu, quero não — Vestiu uma calça de moletom e foi pra cama.

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