Tranquilo até demais

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BERENICE


Acordei sozinha na cama e me espreguicei esticando os braços, eu dormiria por mais dois anos se minha bexiga não estivesse cheia.


— Me desculpa por ontem —


Falei com minha barriga e dei risada da minha idiotice.

Levantei e fui ao banheiro, fiz minha higiene matinal e quando sai, coloquei um vestido soltinho, penteei o cabelo e arrumei a cama.
Calcei meus chinelos, abri a cortina e saí do quarto.


Entrei na cozinha vendo a Beth fazendo arroz com mais algumas coisas típicas de churrasco.

— Bom diaa —


— Bom dia, minha linda — Olhou minha barriga. — Já se vê que você não está sozinha, em —


Sorri extremamente boba.


— Eu tô apaixonada — Olhei minha barriga e passei as mãos ali.


— Pelo bebê ou pelo pai ? — A olhei incrédula pela pergunta.


— BETH !! — Ela riu. — Pelo meu bebê, é claro ! —


— Tá bom, vou fingir que não ouvi nada ontem, tá ? — Com toda a certeza fiquei vermelha.


— Me desculpa — Eu não sabia onde enfiar a cara. — Beth, é sério, que vergonha — Peguei um copo.


— Tá vendo ? Se entregou, eu não ouvi nada — A fuzilei com o olhar. —  Vergonha do que ? Todo mundo faz isso —


— Meu Deus — Acabei rindo da situação.  — Ele não se apaixona por ninguém. Eu poderia ter uma queda, mas ele vai ser sempre pedra —


— Para de dar uma de poeta e vai comer, menina —

Pedi licença e abri a geladeira pegando a jarra de suco.

— Já dizia minha mãe, água mole, pedra dura, tanto bate...—


— Até que fura...minha mãe também diz isso — Completei sorrindo de lado. — Improvável, mas okay. Cadê eles ? —


Disse me referindo ao Caveira e a Júlia.


— Foram buscar carvão, cerveja e refrigerante pra vocês duas —

Ela abriu o micro-ondas e tirou um prato, dentro tinhas dois pães bem recheados.

— Separei pra você —


— Obrigadaa ! — Sorri feliz e comecei a comer. — Ontem, ele me disse que eu poderia chamar quem eu quisesse, será que é verdade ? —


— Deve ser, ele sabe que você não tá bem esses dias. Eu tento, mas velha do jeito que sou, não acompanho.
A Julia, parece mais uma entrevistadora, o Miguel, nem se falar, né —

Dei risada enquanto pegava meu celular.


Mandei mensagem pra Vanessa e até pra Katia, chamei as duas e elas confirmaram presença.

— Sabe oque eu queria ? —


— Oque ? — Espetou um dos legumes que estava cozinhando pra salada de maionese.


— Um sorvete bem grande, com calda de morango e muita fini azeda — Senti minha boca encher de água.


— Pede pro Miguel trazer, ué ! — Riu da cara que fiz.


— Não, nem pensar — Terminei de comer e me levantei indo ajudar a Beth.


— Tá bom —


Deu de ombros e pediu para que eu fosse  adiantando uma farofa e saiu da cozinha.
Voltei olhando oque eu já tinha cortado pra farofa.

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