Vai arrumar pra cabeça

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BERENICE

Quinze dias passaram e enjoos agora se tornaram frequentes, tonturas, fome descontrolada, sono em excesso, cansaço em dobro. Mas, tirando isso tudo, eu tô curtindo.

Comecei a notar as mudanças no meu corpo e ver o quanto eu estou diferente com apenas dois meses, é estranhamente maravilhoso.

Eu decidi não contar pra minha mãe ainda, ela vai odiar saber quem é o pai, já que não suporta o Caveira.

Falando nele, me chamou duas vezes, como se nada tivesse acontecido. Na primeira vez, achei que fosse pra se desculpar ou pelo menos pedir o teste de DNA, mas não. Era pra me comer, eu fiquei com tanta raiva, mas acabei ficando, farei isso enquanto a barriga não aparecer, pois preciso do dinheiro.

Depois, eu me viro somente na padaria, tenho um bom dinheiro guardado pois eu logo ia começar a faculdade, mas...vai ter que esperar.


...

Levantei cedo e cuidei da minha mãe. Arrumei a casa, fiz almoço e fui pra padaria na parte da tarde, trabalhei feito uma cachorra até as oito da noite e antes de ir pra casa, passei na farmácia pra comprar as vitaminas que o médico receitou.

— Renatinha...— Sorri passando as mãos na barriga.

— Mentira...— Sorriu boquiaberta. — Parabéns !! — Saiu do balcão e me abraçou. — E o pai ? — Perguntou apreensiva.

— Ele...disse, que se eu realmente estiver grávida, não é dele — Ela sussurrou um sinto muito. — Não ligo, vou criar só — Dei de ombros. — Agora adianta essas vitaminas aqui —

Soltei as receitas no balcão e ela foi pegar.

Depois de pagar dei tchau e sai.

Fui subindo pra minha casa e acabei batendo no Erick em uma das vielas.

— Porra, já te disse pra não andar nessas vielas de noite — Revirei os olhos. — É sério, pô —

— Eu tô morrendo de sono, de cansaço e de fome. Preciso chegar mais rápido — Fiz bico e ele bufou. — Prometo que não venho mais pelas vielas —

— Mesmo ? — Afirmei. — Então, tá —  Pegou minha sacolas todo curioso. — Tem oque pra comer ? Mó larica —

— Nada, retardado, são só vitaminas, que o médico passou — Puxei a sacola.

— Que merda — Mostrei o dedo. — Bora, malcriada, vou te levar pra casa — Foi subindo comigo. — Então, essas tais vitaminas aí, são pra que ? Tá anêmica ? — Pegou um dos meus braços. — Não tá parecendo não —

— Cala a boca, Erick — Dei risada. — Achei que seu chefe tinha falando, sobre meu golpe — Ele me olhou sem entender. — Eu tô grávida...—

Erick parou desacreditado e cruzou os braços.

— Mesmo ? — Balancei a cabeça em um sim. — HAAAA MULEQUE, EU VOU SER TIO, PORRAAAA !!!!! —

Ele me abraçou me tirando do chão.

— Erick !!! — Ri com ele.

— Por isso tu passou mal aquele dia, né ? — Coçou a cabeça agitado depois de me deixar apoiada em meus próprios pés outra vez.

— Sim, eu ainda não sabia, mas estava desconfiando já — Voltamos a andar.

— Maluca, tu vai ter um bebê ! — Sorriu. — Mas aí, que história é essa de golpe ? —

— Eu contei pro Caveira, há uns quinze dias. Ele disse que é mentira, e se for verdade, o filho não é dele —

— Esse maluco tá me tirando, não é possível — Falou putasso. — Tu é pu...—
Bateu na própria boca. — Foi mal, Bere. Mas tu já fica com ele há quatro anos. Não sai, não se envolve com outros mano, não namora. Como ele desconfia ? —

Na mira do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora