De começo era a missão e o Halo,depois era preocupação com a vida de alguém inocente e a ambição de Lilith que me assustava um pouco,mas ao final de tudo ...algo maior me conectou com aquela garota de feições infantis e total falta de senso de responsabilidade. Eu lembro de ficar pensando em tudo que ela estaria passando e tentei usar de empatia mas também me doía por Shannon estar morta e ela sem querer nos fazia lembrar daquele dia triste em que perdemos nossa amiga.
- "A vida não ta fácil pra ninguém agora e ajudaria todo mundo se você não fizesse piada o tempo todo". Sei que não foi muito carinhoso da minha parte,mas quando eu percebi que ela sentou ao meu lado talvez em busca de algo que eu não sabia o que exatamente, eu só consegui ser racional num nível...eu.Afinal toda aquela situação também me deixou impactada.
Mas mesmo assim ela foi ...suave eu acho,até quando falei que o halo não estava procurando alguém por aí e que tinha uma dona me referindo a Shannon...Ela apenas disse baixinho : Eu sei. E me perguntou com real interesse: - Como ela era? Nessa hora eu senti uma pontinha de culpa por algo que tinha feito ,afinal ela era uma menina assustada e eu estava ali sendo mais acessível que as outras mas nada muito encorajadora! Só que ao lembrar de Shannon e tentar descreve-la foi como poder prestar uma "homenagem",expressar como eu me sentia e isso não é bem o que eu costumo fazer ,porém as reações dela,não sei...acabei falando até demais para uma primeira conversa porque me senti confortável.
E é assim que eu me lembro de um certo "começo" ...para contar essa história.Tudo depois não é muito racional,são apenas memórias de como eu...bem...de como tudo aconteceu.
A madre superiora estava querendo fazer o que achava certo ao forçar Ava com uma dose de realidade,mas ela não estava preparada ,quem estaria? Ao vê-la ali encurralada e chorando Beatrice vai até ela pensando que não era assim que as coisas deviam ser feitas,afinal a menina estava aos prantos ,tremendo,mas para sua surpresa ela serviu de consolo pois Ava virou-se para ela como uma aliada,algo do tipo,ela foi buscando um refúgio e encontrou nos braços de Beatrice que não teve outra reação do que protege-la.
Beatrice não sabia o que fazer pois não esperava aquela reação mas também,era capaz de supor,apenas deixou que ela chorasse e se sentisse amparada naquela hora. Depois de um tempo,quando o Padre Vincent foi falar com a Madre Superiora e Ava tinha saído dali pra outro lugar talvez para se recompor,Beatrice a encontrou num cantinho feito aquele bichinho acuado que ela sempre sentia que ela era,em partes!Quando não estava sendo uma pentelha zoando tudo com piadinhas.Sorriu para si mesma e foi ao encontro dela.
- Eu não me matei...
Assim começou aquela conversa de "consolo" entre elas,Beatrice fazia sua parte como pessoa generosa e ponderada e Ava reagia com muita sinceridade ,uma certa pureza infantil.Mas ali...em certa hora uma conexão maior foi gerada,sem alarde,simples,apenas um sussurro ... quando Ava perguntou : Você acredita em mim? Talvez ninguém achasse que aquilo realmente era importante para ela. Mas tudo que acontece no caminho é que faz o quadro final.Cada pedacinho vai sendo montado feito um mosaico que a princípio não parece fazer sentido. Aquela pequena fagulha de início de " talvez uma amizade" tinha muitas incertezas ,mas só uma verdade velada: Era a segunda vez que elas se olhavam e sorriam assim,confortáveis e relaxadas uma com a presença da outra.E isso não parece muito importante quando se olha o tal quadro geral,mas os detalhes....ah os detalhes! Eles que criam a atmosfera do todo. E isso faz sentido?
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Quando o amor é mais forte - Avatrice -
FanfictionApenas uma forma de descrever um amor .