Interlúdio Intervalo de tempo que interrompe alguma coisa; pausa. Como se fosse um flashback. Esse é o segundo Interlúdio, focando no Namjoon.
1.
Namjoon sabia desde muito cedo quem era sua família. Ele sabia o que eles faziam, as razões por trás disso ainda estavam perdidas para ele. Namjoon sabia quem era seu pai e o que ele fazia para viver. Ele não era estranho à violência que seu pai infligia, e as razões pelas quais ele sabia de tudo isso era porque seu pai estava tentando ensiná-lo. Para ensiná-lo a ser forte, e para ele continuar o império que seu pai e seu avô haviam esculpido para si mesmos. Todas as atrocidades, mesmo que não fosse feitas por suas mãos, foram feitas para e por ele, pelo legado que os homens de sua família deixariam para ele. Então, por causa disso, Namjoon sabia que ele era tão culpado quanto.
Mesmo assim, quando as coisas ficavam um pouco violentas, seu pai colocava fones de ouvido nos ouvidos para abafar os gritos. E Namjoon decidiu ler, por isso ele sempre carregava livros com ele. Namjoon adorava ler, qualquer coisa que lhe permitisse fechar os olhos para o que acontecia ao seu redor.
Pouco a pouco, as coisas ao seu redor pararam de incomodá-lo. Certa vez, no recreio, um de seus colegas de classe caiu do macaco. Ele estava gritando e chorando por sua mãe enquanto as outras crianças faziam um círculo em torno dele com uma mistura de nojo e estranha fascinação. Não havia sangue, mas o braço do menino estava dobrado em um ângulo estranho.
Seu professor correu para alertar os outros membros da equipe sobre o que havia acontecido. Mas o garotinho não parou de chorar, e Namjoon ficou irritado. Ele se afastou do barulho para procurar uma vara resistente. Ele tirou o cachecol e abriu caminho através do pequeno circulo ao redor do menino chorando. Ajoelhou-se diante dele e, sem dizer uma palavra, começou a enrolar o cachecol em volta da vara e o braço numa tipóia improvisada.
— Pronto. — Namjoon disse ao garoto pálido com ranho* por todo o rosto e um dente faltando. — Você não deveria chorar tanto.
(Catarro)— Mas isso dói. — O outro menino falou e enxugou o rosto com a manga deixando rastros de ranho em seu rosto.
— Claro que dói. — Namjoon disse e bateu levemente na cabeça do menino como seu próprio pai fazia sempre que chorava. — Mas meninos não devem chorar.
— Yoongi! — A enfermeira da escola e sua professora voltaram correndo: — Oh, meu Deus, o que aconteceu?
E com isso Namjoon se levantou e deixou os professores assumirem. Ele voltou para o seu lugar perto dos balanços, pegou seu livro... e continuou lendo como se nada tivesse acontecido.
2.Namjoon sabia que havia algo errado com ele quando seu pai levantou a mão sobre sua mãe novamente. Namjoon, de dez anos, olhou casualmente por cima de seu prato e com a mesma indiferença voltou sua atenção para sua comida. Sua irmã mais velha tentou se colocar entre os punhos de seu pai e sua mãe, mas o golpe a jogou no chão. Sua mãe colocou o corpo dela protetoramente sobre a da filha enquanto seu pai pegava o par de mulheres chorosas. Em defesa de seu pai, sua mãe não deveria ter demorado tanto para lhe dar uma garrafa de soju.
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Seul: Cidade Sem Coração - Jikook
FanficDetetive/Criminal ┊𝐂𝐨𝐧𝐜𝐥𝐮𝐢𝐝𝐚 Park Jimin lutou com unhas e dentes para chegar ao SPO (o FBI da Coreia do Sul). Ele se junta ao ás da equipe Jeon Jungkook que, por acaso, não o quer por perto. Seul, assim como Jungkook, é impiedoso, mas como...