— Você está bem? — Jin perguntou assustando Jimin por um segundo.
— Eu vou ficar bem. — Jimin disse. — Desculpe, eu deveria ter me controlado...
— Você o fez falar. — Jin balançou a cabeça. — Às vezes temos que usar nossas emoções para fazê-los falar.
— Eu sei. — Jimin suspirou porque ele já tinha ouvido Hoseok e Yoongi dizerem isso uma ou duas vezes para ele. — É só que ouvir Myung falar me fez sentir que toda vez que eu dou um passo à frente eu sou empurrado de volta para baixo. Eu sei o que meu irmão era e parte de mim queria... — Jimin lutou para dizer as seguintes palavras.
O que ele queria? Para de alguma forma tornar seu irmão o mocinho? Desconsiderar seus crimes só porque amava ou era amado por alguém? O fato e a realidade eram que seu irmão era um monstro – um produto de sua criação. Não havia mocinhos ou bandidos. Havia apenas crimes e baixas. Todos eram vítimas de suas próprias narrativas e toda ação poderia ser justificada. Em que ponto Jimin poderia dizer o suficiente? O pensamento de seu irmão como um garotinho em uma laje chorando enquanto o bisturi o cortava... uma mula para pedras preciosas para os ricos e gananciosos. No entanto, seu irmão havia feito o mesmo com os outros. Aquelas garotas do Diamond Club foram todas sequestradas para serem vendidas pelo maior lance, e isso foi obra de Jihyun. As pessoas que o Oficial Cha encontrou no norte de Seul foram todas obras de Jihyun.
Ao mesmo tempo, Jimin queria manter o menor raio de esperança. Esperança de que houvesse uma luz e redenção no nome de seu irmão mesmo após a morte. A única coisa pura que Jihyun e Seonim criaram foi sua filha. Ela era a redenção deles e se Jimin pudesse encontrá-la, então talvez, apenas talvez todos pudessem ser perdoados. Havia escuridão suficiente entre os Parks, Chois e Jawang para compensar as atrocidades da Mão Vermelha.
Aquela garotinha era o que importava agora.
— Jihyun era um monstro. — Jimin engoliu essa verdade como um remédio ruim e ele fez uma careta quando disse isso.
Os olhos de Jin se arregalaram, chocado demais para reagir, talvez ele também pensasse, mas era atencioso demais para ter dito qualquer coisa. Talvez todos os seus amigos pensassem a mesma coisa, ou talvez tivessem descartado isso como mais um caso do sistema. De qualquer forma, Jimin sentiu que tinha que dizer isso. Para dizer a verdade e ser honesto. No primeiro dia em que chegou ao SPO, ele foi colocado com Jin e o mais alto disse: “Espero que você seja um aprendiz rápido ou pelo menos um caminhante rápido”.
Agora era hora de colocar todo o aprendizado que ele tinha em ação e transformá-lo em algo pelo qual valia a pena lutar. Respire... pense... não foram suficientes... Era hora de caminhar.
— Jihyun era um monstro. — Jimin disse novamente e desta vez com mais convicção. — Mas isso não significa que a pequena Jimin precisa pagar pelos erros de seu pai. Ela pode ser a redenção deles, mas não deve nada a ninguém. Ela merece viver, cometer erros e sentir o que é o amor. Eu não vou deixar ninguém tirar essa chance dela. Eu não vou. Eu não sei como e eu não sei se isso vai me levar uma vida inteira. Mas ela merece o mundo e o mundo merece tê-la nele. Jin.
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Seul: Cidade Sem Coração - Jikook
Fiksi PenggemarDetetive/Criminal ┊𝐂𝐨𝐧𝐜𝐥𝐮𝐢𝐝𝐚 Park Jimin lutou com unhas e dentes para chegar ao SPO (o FBI da Coreia do Sul). Ele se junta ao ás da equipe Jeon Jungkook que, por acaso, não o quer por perto. Seul, assim como Jungkook, é impiedoso, mas como...