Capítulo 30

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Giovanna Martins

Sinto beijos leves nos ombros, mãos grandes subir pelas minhas costas e movimentos sensuais próximo do meu corpo. Algumas cenas da noite passada se refrescam na minha memória, esfrego a perna nos lençóis de seda e me espreguiço.

Bruno está deitado do meu lado, sendo paciente e me despertando com carinho.

— Meu amor, acorda. Santiago vai trazer o Christian para o levarmos à praia — ouço a voz suave me dando motivos para começar o dia. — E, eu preparei o seu café da manhã.

Vou abrindo os olhos aos poucos e vejo Bruno, vestido uma calça branca solta, com o cabelo e barba bagunçados e olhos sonolentos me olhando com ternura.

Uma semana se passou desde que tive aquela recaída com Santiago. Daquele dia para cá, tenho me esforçado o máximo para esquecer daquele beijo, e da forma como ele jogou na minha cara que eu não tenho capacidade de amar outro, pois o que eu senti por ele um dia ainda continua vivo. Mentira não é, mas decidi fazer com que dê certo com Bruno a todo custo. Então, por me sentir culpada, decidi que era hora de termos um momento só nosso, e cedi a ele o que tanto queria, uma noite de amor.

Bruno foi romântico e delicado, preparou tudo que pudéssemos ter uma noite perfeita em sua cobertura já que Santiago passou a noite com Christian nos dando assim, a privacidade de que precisávamos.

— Bom dia — me estico na, king size, do quarto de Bruno e me sento na cama, puxando o lençol para cobrir a minha nudez.

Nos pés da cama há uma bandeja repleta de delícias de café da manhã, bolo, frutas e sucos.

— Amor — ele me dá beijinhos e segura as minhas mãos. — Nossa noite foi ótima. Você foi ótima — acaricio sua barba e sorrio me lembrando dos detalhes da noite.

— E você foi maravilhoso — replico.

— Há! — Ele se levanta da cama e pega um envelope dourado. — Tenho um presente para você.

— Presente? — pergunto enquanto me sento na cama.

— Sim. Abre — ele me entrega o envelope.

Assim que abro a caixinha percebo que dentro há um cartão Brack internacional, e uma chave.

— Pra quê isso?

— Para você meu amor. Esse cartão é para você comprar tudo o que precisar para nosso novo lar, e a chave é da cobertura, você disse que gosta daqui por causa da localização, porque fica de frente para a praia, então pensei que seria bom começarmos a nossa vida de casados, por aqui. O que acha?

— Acho perfeito!

— Sei que faltam alguns meses para o casamento, mas gostaria que você fosse cuidando de tudo o que diz respeito a casa, enxoval, essas coisas.

— Ah, Bruno, você é tão fofo — dou um beijo em cima do furinho de seu queixo e ele ri, jogando uma mecha do meu cabelo para trás da orelha.

— Agora para de me enrolar... Preparei a água do seu banho, e não se esqueça, depois da praia, vamos dar a notícia ao seu pai do casamento.

— Ah, meu Deus! — me levanto às pressas. — Ele chega hoje de viajem?!

— Sim.

— Acho que vou pedir para ele fazer um eletrocardiograma primeiro — Brinco. — Não sei se seu coração está em um bom estado para receber essa notícia.

Bruno ri e me dá um tapinha na bunda, eu corro para o banheiro.

— Vai logo sua gostosa!

Minutos depois estamos passando pela recepção do prédio, que Bruno mora, é uma linda cobertura localizada em Ipanema. Estou usando um short comum, a parte de cima do meu biquíni, minha bolsa de palha está no ombro, chapéu na cabeça, óculos escuro no rosto e chinelo nos pés.

De mãos dadas com Bruno, caminho em direção ao local onde marcamos de nos encontramos com Santiago, hoje é meu dia de ficar com Christian. Depois da conversa que tivemos em sua casa, combinamos de que intercalaríamos os dias, assim não haveria a necessidade de Santiago frequentar tanto a minha casa, e diminuíram os conflitos entre ele e Bruno.

Quando o Mustang preto para em frente ao prédio, Christian sai de lá com a mochila da patrulha canina nas costas, pulando de alergia. Ele adora ir à praia.

Abraço meu filho matando toda a saudade que sinto em vinte e quatro horas de distância. E Bruno faz o mesmo, já começa a prometer comprar tudo o que está à venda.

Rio daqueles dois e observo Santiago sair do carro com mais uma bolsa. A cena é rápida, mas na minha mente tudo se passa como em milhares de minutos.

Santiago, sai do carro, retirando os óculos escuro sacudindo a cabeça, o que deixa a cena mais charmosa do que já é, ele usa uma bermuda jeans preta, camisa polo branca e sapatênis. O seu modo de andar é sensual, charmoso e galanteador. Pisco várias vezes, mas é impossível não notar todo seu exuberante charme e virilidade, e isso me deixa tensa.

— Bom dia! — Por fim ele se aproxima.

— Bom dia! — Bruno e eu respondemos uníssono.

— Aqui está a bolsa, com roupas, protetor solar, toalha e brinquedos — ele entrega a bolsa para Bruno e beija a cabeça do filho.

— Bruno, será que podemos conversar? Vai ser rápido, prometo. — Ele fala e Bruno concorda me deixando apreensiva.

Eles vão para um canto reservado, e conversam por minutos, Santiago faz gestos, e gesticula enquanto fala, Bruno permanece com a cabeça baixa e apenas escuta com atenção. No final eles apertam as mãos e caminham de volta em minha direção, ambos sem tirar os olhos de mim.

— Tchau! — Santiago me lança um olhar rápido e beija a cabeça do filho mais uma vez. — Vai se comportar?

Quéo aquilo — o menino aponta para algumas pranchas de surf que estão enterradas na areia.

— Não me respondeu à pergunta. Vai se comportar?

— Sim papai!

— Obedeça ao tio Bruno — Sinto que ele intensifica a palavra "tio" para impor um limite na aproximação de Bruno com o menino. — E cuida da mamãe.

Quando a despedida termina, mais uma vez ele me olha me deixando claro que está mexido com meu relacionamento com Bruno, mas respeita nos dando a privacidade necessária, agindo feito o homem maduro que é, ou passou a ser.

Quando tudo deu erradoOnde histórias criam vida. Descubra agora