Capítulo 18

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Giovanna Martins

— Filho, se apresse, seu avô está chegando — digo cantando todos os brinquedos espalhados enquanto organizamos a bagunça da casa.

Meu pai pela manhã cedo ligou, e disse que resolveu encerrar a viagem, ele diz que não aguentava tanto frio, e sentia falta do clima tropical do Brasil. O pior de tudo é que ele só me ligou quando já estava desembarcando no aeroporto do Brasil, e como eu sei que ele é do tipo, perfeccionista, que gosta de ver tudo no lugar, desde seus livros organizados por datas de compras, tamanhos e cores, às suas coleções de enciclopédia medicinal, que devem permanecer intactas nas prateleiras do escritório, ele ficaria louco se chegasse em casa e visse a bagunça de brinquedos, roupas e almofadas que estão jogadas no chão da casa; principalmente por eu ter dado a minha palavra que cuidaria de tudo em sua ausência.

— Mamãe — Christian puxa a manga da minha camisa. — Quéo ir na casa do papai — ele aponta para o lado.

— Querido, está muito cedo, seu pai deve estar dormindo, e eu ainda tenho de arrumar toda a bagunça que você fez com suas brincadeiras ontem à noite — digo e o vejo cruzar os braços em protesto. — Quéo ir na casa do papai! Dar bom dia pro papai.

Meu filho está tão feliz desde de que Santiago veio morar na casa ao lado, ele tem comido toda sua comida, e já não fica mais tão preso na televisão ou em seu tablet. Quando Santiago chega do trabalho, ele o leva para nadar na piscina de sua casa, andar de bicicleta na rua e fazer atividades ao ar livre, sei que isso tudo tem feito muito bem para meu menino.

— Ah! — suspiro brava, mas no fundo, meu peito está cheio de orgulho. — Você venceu — eu digo pegando em suas pequenas mãos. — Vou deixar você com ele, enquanto arrumo a casa, certo?

Pulando ao meu lado, meu filho sai vitorioso de casa, assim que nos vemos diante da grande porta do vizinho, toco a campainha, sentindo certa angústia pelo tempo curto que tenho para organizar tudo.

Leva alguns minutos, e quando a porta se abre, Santiago aparece usando apenas um short de seda curto, enquanto seu abdômen faltoso de roupas, mostra o quanto ele ainda é aplicado a exercícios físicos. Ele se espreguiça, flexionando os bíceps e tríceps inchados e nos olha bocejando e abrindo um sorriso ao mesmo tempo.

Nem parece que esse homem tem quase quarenta anos, penso perdendo todo o ar.

— Bom dia papai! — Christian corre em direção do pai, e abraça sua perna.

— Bom dia, garotão — ele diz, pegando o filho no colo.

— Desculpa te acordei, não é?

— Está tudo bem — ele volta a beijar a cabeça do filho. — Receber esse "bom dia" animado, justifica tudo.

Depois de ajustar Christian em seu colo ele me olha, esperando uma reação minha, que não seja apenas olhar para seu corpo desprovido de roupas quase limpando uma baba que está escorrendo no canto da minha boca.

Balanço a cabeça e tento me concentrar em minhas palavras.

— Então, ele queria vir te desejar "bom dia", e como meu pai está chegando de viagem, gostaria de saber se você pode ficar com ele, só até que eu cuide da casa, que está um tanto... — encolho os ombros envergonhada — bagunçada.

Sorrio sem graça.

— Claro, pode ir, eu fico com ele, sem problemas.

Solto mais um riso sem graça e aceno para eles.

- Até logo. Se comporta filho.

Quandoviro as costas sinto seu olhar me queimar em mim enquanto caminho de volta emdireção a casa ao lado. A sensação de ser um alvo só sai de mim, quando entrona minha casa, fecho a porta e encosto nela, sentindo meu peito subir e descerpela respiração descontrolada. Esse é o efeito que Santiago Castillo me causatoda vez que está exibindo seu corpo sem nenhum pudor. 

Quando tudo deu erradoOnde histórias criam vida. Descubra agora