Capítulo 33

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Santiago Castillo

Encosto o carro na entrada da minha garagem, e avisto Giovanna ao lado de fora da casa, com uma mulher que segura uma mala pequena. A semelhança entre as duas é muito grande, logo imagino quem seja, a mãe de Giovanna.

Embora eles estejam sorrindo, e aparentemente felizes, percebo que em momentos ou outro, Giovanna franze a testa e faz cara de choro, parece insistir com algo.

Intrigado, desligo o carro e tiro a chave da ignição, assim que abro a porta, e desço do carro, Giovanna sorri e acena.

Me aproximo daquelas duas, observando os olhos da mulher avaliar da cabeça aos pés, embora ela aparenta ter mais de cinquenta anos, com algumas rugas e marcas de expressão, tem o corpo em forma, e ainda é muito bonita, sua aparência me lembra muito uma índia; de corpo magro, cabelos lisos escorridos e olhos pequenos puxados.

— Olá, boa noite! — digo ao me aproximar.

— Mãe, esse é o Santiago, o pai do meu filho. E Santiago, essa é a minha mãe Manoela.

Pela feição alegre e o orgulho em apresentar a mãe, logo suponho que tudo tenha corrido bem e me sinto aliviado por isso.

— Prazer em conhecê-la, dona Manoela. Mal chegou já está indo embora? — Pergunto ao cumprimentá-la com um beijo no rosto.

— A teimosa não quer ficar aqui na minha casa — Giovanna deixa os ombros caírem e olha para o chão com a cara emburrada.

— Por que não? Vai ser bom ter a senhora por perto — falo e vejo os lábios da mulher se contrair.

— Eu tenho meus motivos, filho — ela diz abrindo um sorriso triste. — Não fique triste meu amor — ela pega as mãos de Giovanna a obrigando a olhar para a mãe. — Eu vou ficar em um hotel, até conseguir um lugar para ficar, mas eu sempre vou estar por perto.

— Não! — eu falo. — De maneira alguma. Não vou permitir que a mãe de Giovanna vá dormir em um hotel. Por favor, fique aqui na minha casa — insisto.

Os olhos brilhantes de Giovanna acendem, e ela sorri de uma forma, que me faz ceder a qualquer coisa só para vê-la sorrir.

— Eu não quero incomodar, filho — ela diz.

— Por favor, mãe. A senhora, não aceitou a ajuda que Bruno ofereceu, fazendo assim eu até penso que não quer ficar perto de mim.

— Não querida — Manoela levanta o rosto de Giovanna e a repreende. — Nunca mais diga isso, se estou aqui, é por você. Se decidi voltar a ter contato com seu pai, é tudo por você.

— Então, aceite a ficar na minha casa, assim a senhora vai poder ficar perto da sua filha e do seu neto, e vai ser um prazer te receber na minha casa. Eu fico muito sozinho, preciso mesmo de companhia. E eu acredito que vocês ainda têm muito para conversar.

A mulher me olha vencida.

— Tudo bem, eu fico, mas até eu conseguir um emprego. — Manoela cede e eu vejo os braços de Giovanna se levantar em sinal de conquista.

No mesmo instante em que estamos acompanhando a decisão de Manoela de ficar na minha casa instalada, Bruno sai para o lado de fora, e abraça Giovanna pelas costas. Ele sempre faz isso quando estou por perto, parece que quer marcar território.

— Então, já resolveram?

— Sim! — Giovanna sorrindo responde.

— Eu vou ficar morando por um tempo com esse rapaz, só espero não estar incomodando — Manoela ri olha para a filha.

— Claro que não mãe, a senhora nunca vai incomodar. — Giovanna fala e gira seu corpo na direção de Bruno. — Amor, eu estou tão feliz, nós vamos nos casar e minha mãe voltou. Eu vou ter os meus pais na igreja, como sempre sonhei.

— Você merece toda a felicidade do mundo, meu amor! — Bruno a beija e acaricia seus cabelos.

— Hum-Hum — limpo a garganta incomodado. — Então, dona Manoela, vamos? Vou apresentar a casa para a senhora.

Dou um passo para frente, pego a mala da senhora que nos observa atentamente.

— Santiago, amanhã nós vamos fazer um jantar formal para apresentar as famílias, minha mãe e minha irmã vem, se você quiser comparecer está convidado — Bruno toma a palavra.

Ótimo além de ver Giovanna se jogar nos braços dele ainda tenho que ver, esse vigarista tentando cumprir a política da boa vizinhança.

— Obrigado — acompanho Manoela até entrada da minha casa, desejando que tudo fosse o oposto, eu queria estar do lado de Giovanna no reencontro com a mãe, eu queria estar fazendo um jantar formal para apresentar a minha família aos pais dela, eu queria estar fazendo tudo no lugar de Bruno, incluindo recebendo aquele beijo de felicidade que ela deu nele.

Quando tudo deu erradoOnde histórias criam vida. Descubra agora