Capítulo 38

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Santiago Castillo

— Obrigado — estico a mão e pego a champanhe das mãos da maravilhosa loira de olhos grandes azuis e lábios carnudos que se aproxima sorrindo.

— Você está com uma cara, imaginei que uma bebida lhe ajudaria.

— Você tem razão — dou um gole na bebida, e encaro seus olhos, agora em um ambiente mais iluminado, Susana parece muito mais bonita e jovem do que quando a vi na casa noturna. — Devo me desculpar, não devo?

— Não — ela ri tímida e olha para dentro da sua taça. — Não se preocupe com isso, Bruno me disse que tudo não passou de um mal entendido.

— Por favor — Gesticulo para que ela não continue sendo tão bondosa. — Eu devo me desculpar sim, fui um idiota e te tratei mal. Eu sinto muito — pego sua mão e dou um beijo cheio de galanteio.

Claro, como mulher ela me interessa muito, ainda mais depois de passar tanto tempo sem fazer sexo e pensando em uma mulher que me rejeita, e agora está noiva de outro.

— Não deveria — ela puxa a minha mão e sorri. — É Santiago, não é? O pai do garotinho?

— Sim — respondo.

— Admito. Você é muito corajoso para vir aqui, numa comemoração dessa.

— César me disse a mesma coisa a pouco tempo — também sorrio e vejo os lábios dela se ampliarem.

— Tem planos para depois daqui? — ela pergunta cheia de pretensões. — Podíamos sair juntos para nos divertirmos em algum lugar. Eu sou dona de uma boate, poderíamos nos divertir um pouco.

Desejo é o que não me falta. Susana é uma mulher bonita, está sozinha, e eu carente. É a oportunidade perfeita, para sair e tentar esquecer que Giovanna ainda insiste com esse casamento. E quando estou próximo a concordar com o convite, a dona dos meus pensamentos vem andando em nossa direção, possuindo uma carranca assustadora.

— Santiago, acho que já está na hora de você ir para casa! — Giovanna diz ríspida e zangada.

—Que isso? Eu mal cheguei — me defendo.

— Não importa, essa casa é minha... do meu pai — ela se corrige —, e acho que você não deveria estar aqui, está incomodando meu noivo — ela volta a dizer com a voz esganiçada e fria.

— Cunhada, por favor, não seja indelicada — Susana tenta intervir, mas Giovanna a ignora.

— Vamos, Santiago. Saia da minha casa! Agora!

Não bastando a humilhação de ir no noivado dela com outro, ela ainda me expulsa de sua casa?

— Tudo bem. — Digo. — Filho o papai já está indo.

O menino larga a beyblade no chão e corre para o meu colo.

— Não papai, bincá comigo — ele diz juntando lágrimas em seu olhar.

A cena atinge Giovanna que também fica com os olhos brilhantes e as bordas avermelhadas, mas mesmo assim ela disfarça o sentimento e continua me olhando, decidida a me fazer ir embora.

— Filho, depois nos vemos, tudo bem?

Ele confirma com a cabecinha e pede o colo da mãe, enquanto seu biquinho esticado mostra o quanto ele está magoado por eu ter que deixá-lo.

— Opa! — a voz de César nos alerta de que a atenção de todos está em nós. — Acontecendo algo, Santiago?

— Não, está tudo bem — falo sem tirar meus olhos de Giovanna, sem acreditar no que ela acabou de fazer —, César, eu já vou indo! — Olho para Giovanna e depois para Bruno que nos observa. — E... Meus parabéns pelo noivado!

Mesmo que meu tom seja cheio de sarcasmos rancor, tento não demostrar o quanto fiquei abalado em ser tratado daquela forma pela mulher que tanto amo. E quando chego no lado de fora, a decisão já está tomada. Não adianta mais insistir. Giovanna não vai mudar de ideia, essa é uma luta perdida. E, eu vou embora para a Espanha como já havia planejado.

Quando tudo deu erradoOnde histórias criam vida. Descubra agora