Epílogo

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Giovanna Martins 

Cinco anos depois...

Os lábios de Santiago encontram os meus novamente e a ocitocina do meu cérebro me deixa cada vez mais inebriada. Me deixo levar pelo peso do seu corpo e desabo sobre o travesseiro novamente. É a décima vez que tento me levantar da cama, mas ele não permite. Suas mãos agora fazem um percurso pelo meu braço, arrepiando meus pelos, aflorando cada poro. Meus olhos estão fechados e minha boca se abre sedenta para recebê-lo e novamente ele avança tomando meus lábios.

Fujo por alguns instantes.

- Santiago, hoje é o aniversário da Bruninha, nossas famílias vão chegar daqui a pouco.

- Ainda está cedo, e eu não quero sair dessa cama. - Não tenho oportunidade de assimilar as suas palavras, tampouco retrucar, porque ele me beija de novo e de novo, tirando quase todo o meu raciocínio. Passamos muitos minutos nos beijando, experimentando o toque de nossas mãos e misturando nossos cheiros, gostos e respirações.

Todos os dias eram assim, acordamos com um fogo ardente que nunca se apaga, e naquele dia não foi diferente, mas... Com exceção de ser o dia do aniversário de quatro anos da nossa filhinha que batizei com o nome de Bruna Martins Castillo.

Depois da viagem que serviu para unir mais e mais nossa vidas, Santiago e eu voltamos para o Brasil e nós casamos no civil, fizemos uma linda festa no religioso e nos mudamos para a casa que Santiago havia comprado próximo a casa do meu pai. Deixei todos os bens que Bruno deixou para a nossa filha nas mãos de dona Ieda e Susana até que a pequena crescesse e pudesse cuidar de tudo. E elas estavam administrando tudo muito bem, e com isso, elas se aproximaram significativamente e criaram um vínculo longe dos erros do passado.

Meses depois dei entrada na maternidade em trabalho de parto. Ainda me lembro da cara assustada de Santiago que me acompanhou em tudo, enquanto eu gritava de dor e arranhava seus braços, mas toda aquela tortura valeu a pena. Dei a luz a uma linda garotinha pálida de olhos azuis como os olhos de Bruno e cabelos lisos negros. Com toda certeza aquela foi mais uma alegria para nossa família recém formada.

Num todo estávamos felizes, e eu havia conseguido a família que sempre sonhei, tinha a casa dos meus sonhos e um marido maravilhoso. Eu estava vivendo o que parecia um final de uma novela mexicana.

Infelizmente nem todos se acertaram. Meus pais ainda andavam bastante distantes, e eu sabia que haviam muitos assuntos mal resolvidos do passado entre eles, mas num todo eles sempre se esforçaram para dar a nós um ambiente familiar confortável.

Meu pai se casou com Vanessa, e eles eram nossos vizinhos, estavam felizes e sempre que podiam estavam por perto mimando Christian e Bruninha. Minha mãe alugou um apartamento a algumas quadras de onde moramos, mesmo eu insistindo tanto para que ela viesse morar com a gente. Ela se sustentava com um emprego de assistente que Santiago cedeu a ela em sua empresa, e estava vivendo muito bem.... Claro, a vovó babona sempre que podia vinha até a minha casa me dar auxílio com as crianças e fazer a vontade dos netos.

Susana estava namorando com Lucas que resolveu se estabelecer no Brasil, e eles estavam vivendo suas desventuras construindo sua própria história de amor ao lado do homem por quem ela se apaixonou. Eu torcia para eles realmente fossem bem longe com tudo.

***

Era nossa tradição, fazermos uma comemoração para cada aniversariante da família, e Bruninha era sempre a primeira a fazer aniversário no ano.

A noite caiu, e as luzes acesas, revelam melhor o jardim do quintal gramado da nossa casa, está todo enfeitado com bolas e fitas rosa, há uma enorme mesa com um bolo gigantesco com o tema da Moranguinho e muitas guloseimas, além de um pilha enorme de presentes que foram trazidos pelos convidados. A trilha sonora do Mundo Bita toca animando as crianças que correm para todos os lados enquanto os adultos se entrosam em conversas aleatórias.

Todos estão presentes na festa, meus pais e Vanessa, os pais de Santiago, seus irmãos, dona Ieda, Susana acompanha de Lucas e nossos amigos. Todos estão conversando e bebendo refrigerante, com exceção do meu pai que está concentrado comendo os salgadinhos servidos. Ele adora festas infantis.

Estou sentada em uma cadeira próxima a piscina observando Santiago pegar Bruninha no colo e passar chantili em seu narizinho, ela o chama de papai e ele libera o sorriso mais bonito que alguém poderia dar, Christian se aproxima e ele beija a cabecinha do filho, logo depois os pega no colo, colocando cada um de um lado para serem fotografados pelo fotografo que os guia, indicando a melhor posição para a foto.

Quando o flash aparece, Santiago coloca as crianças no chão e elas saem correndo em direção a mesa de doces juntando-se às outras crianças. Ele me olha e sorri mostrando as ruguinhas dos seus quarenta e cinco anos que lentamente mudavam suas feições.

E mesmo ele estando mais velho, eu nunca me arrependeria das decisões que tomamos que culminou a nossa união, pois somos uma família feliz.

Abro um sorriso sonhador e dou uma olhada na minha família, Christian correndo pelo gramado e Bruninha sendo paparicada pelos convidados. Santiago vem caminhando em minha direção e eu me levanto da cadeira para recebê-lo.

— Você está com uma cara de boba — ele brinca quando finalmente chega até mim.

Envolvo os braços em sua cintura e o beijo com carinho.

— Eu sempre fico boba quando olho para a nossa família. Nossa garotinha já está fazendo quatro anos. O tempo está passando rápido.

— Eu prefiro pensar em como aproveitar essa festa e todos esses doces.

— Santiago Castillo! — protesto.

Santiago ri e envolve seus braços ao redor do meu corpo me puxando para mais perto.

— É brincadeira, estou feliz por estarmos acompanhando o crescimento dos nossos filhos, pemitindo-os ter uma infância saudável, além de estarmos juntos.

— Eu não poderia estar mais feliz, vocês são a minha felicidade. Eu nunca poderia desejar mais que isso, porque vocês são o meu mundo.

— E eu devo tudo isso, a você! — ele responde encostando sua testa na minha, unindo nossas respirações.

Fim!

Quando tudo deu erradoOnde histórias criam vida. Descubra agora