Harry insistiu para que fôssemos até sua casa, mas para minha surpresa, foi Jenny quem pediu para ficar em nosso apartamento. Decidi então fazer companhia para ela.
― Essas câmeras! Você tem noção? ― Ela praticamente saltitava pelo apartamento ― Eu ainda não acredito!
― É tudo muito louco, né? ― Sorri enquanto dobrava uma pilha de roupas que havia acabado de tirar de uma das malas, finalmente ajeitando todas as minhas coisas ― Às vezes ainda não acredito em toda sorte que a gente teve, que a gente tem.
― É como se a gente tivesse bebido um litro de Felix Felicis! ― Jenny riu ― Agora vem, já terminou isso aí? Quero testar essa mocinha aqui! ― Ela ergueu uma das câmeras no ar.
― Se quiser, a gente pode ir lá fora ― Olhei pela janela, me certificando de que ainda estava claro ― Vai escurecer logo e a gente bem que pode pegar chuva no caminho, mas acho que vale a pena, que tal?
― Tem algum parque por aqui? ― Jenny aproveitou e também olhou pela janela ― Esse do condomínio parece meio sem graça.
― Acho que tem pra lá! ― Apontei para o leste ― Sei lá, cara. Vamos caminhando, o máximo que pode acontecer é a gente se perder!
― E Louis fazer piada disso a vida inteira, né? ― Jenny chacoalhou a cabeça ― Tudo bem, vamos!
Saímos correndo, levando apenas os documentos, celulares e no caso de Jenny, a câmera.
Passamos por algumas quadras com vários sobradinhos e outras lojinhas pequenas, até que em um cruzamento, pudemos observar o que parecia ser um parque, ou pelo menos um lugar onde pessoas costumavam caminhar. Não haviam árvores e sim uma área extensa de grama que passava do alcance de nossa vista.
― Compton Terrace Gardens ― Jenny leu em uma placa ― Ali na frente parece melhor! ― Ela apontou para a área maior uma quadra à frente, essa cheia de árvores.
Ela correu sem me esperar e eu fiz de tudo para acompanhar seu pique, até que a ultrapassei segundos antes de chegar em nosso destino. E paralisei.
― Holy shit! ― Deixei escapar enquanto encarava a grande e antiga construção anexa ao parque. Eu poderia reconhecer aquela torre em qualquer lugar.
― Ai! O que houve? ― Jenny trombou em mim, surpresa por eu haver parado antes de atravessarmos a rua ― Credo, que igreja velha!
― Não é só uma igreja! ― Corrigi, ainda boquiaberta com aonde nosso passeio de última hora havia nos levado ― É a Union Chapel!
― Parece uma igreja, tem nome de igreja! ― Ela deu de ombros, se preparando para clicar a construção ― Logo, é uma igreja.
― Só durante o dia ― Sorri, puxando ela para atravessar a rua comigo ― A noite, é uma casa de shows!
― Como assim? ― Jenny abaixou a câmera, me olhando desconfiada ― Impossível, não tem lógica.
― Tem sim ― Apontei para uma placa azul, que informava sobre a missa dos domingos e outros eventos ― Missas, casamentos, funerais, almoços... Pera, almoço só na quarta feira... Enfim, todas as noites, shows de diversos artistas ― Apontei para dentro ao terminar de ler ― Bóra conhecer?
― O que tem hoje? ― Jenny também se aproximou da placa, porém não havia nada sobre o convidado daquela noite ― Isso é estranho, mas vamos entrar.
A igreja parecia... Bem, uma igreja. Ainda era relativamente cedo para os shows e o que mais aproximava o lugar de uma casa de eventos eram as grandes caixas acústicas dispostas ao longo das paredes ovais, além de um microfone e alguns fios soltos numa espécie de palco improvisado. Ou altar. Eu estava confusa.
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Evergreen
Fiksi Penggemar"Era uma vez uma cidade cheia de cor, um ano cheio de promessas e uma garota com uma mochila cheia de sonhos. A cidade? Londres. O ano? 2014. E a garota? Sou eu. Para mim, uma garota brasileira, viver no Reino Unido é como morar em um lugar onde as...
