O que poderia ser tão urgente e importante para Harry ter que me buscar e só assim poder contar? Decidi não me preocupar no momento e comprar algumas guloseimas com Jennifer, que agora além da lata de Pringles, carregava um pacote de balas, um de biscoitos e uma garrafa de um litro de refrigerante.
― Quer ajuda? ― Não pude evitar senão começar a rir quando vi ela empilhando tudo em seu peito e segurando firme com ambas as mãos enquanto a bolsinha da câmera sacolejava mais abaixo.
― Tô bem ― Ela acenou com a cabeça, despejando todos seus itens no caixa ― Deve ser TPM.
― TPM ou tá é grávida de um Niallzinho ― Gargalhei enquanto discretamente acrescentava uma lata de Redbull nas compras delas.
― Nem comece! ― Jenny apontou um dedo para mim, mas logo riu em seguida ― Ele que tenha quantos filhos quiser e com quem quiser, daqui não sai nenhum.
Guardamos as compras em sacolas reforçadas e saímos no vento frio de Londres. Não chovia propriamente, mas gotas fininhas atingiram nosso rosto como spray. Chuviscos de outono.
― Quem era no telefone afinal? ― Jenny perguntou enquanto virava para a rua por onde havíamos chegado, pensando em voltar para nosso apartamento.
― Harry! E a senhora pode ficar paradinha aí porque ele tá vindo buscar a gente ― Fiz sinal para o outro lado da rua, um pouco mais a frente, onde se erguia a Union Chapel que havíamos visitado mais cedo naquele dia ― Falei que íamos esperar ele ali.
― O que você fez dessa vez? ― Ela riu, mastigando um biscoito de maneira ruidosa ― Que quê você fez, Thamara?
― Se eu ainda soubesse ― Cocei a cabeça enquanto me ocupava em procurar o Redbull dentro da sacola de Jennifer.
― Vai ver ele não quer dormir sozinho e precisa de você por lá ― Jenny provocou enquanto atravessávamos a rua e voltávamos para a Union Chapel.
― Alá, parou ein! ― Chacoalhei a cabeça enquanto bebia um gole do energético.
― Vai ver que Harryzinho todo nhonho precisa de Thamizinha por perto ― Ela riu, piscando diversas vezes para testar minha paciência enquanto continuava comendo seus biscoitos.
Harry estacionou do nosso lado no exato momento em que dei um peteleco na cabeça de Jenny. Ele piscou os faróis uma vez e logo destrancou a porta. Eu, rápida, corri para o banco da frente, deixando Jenny reclamando atrás.
― O que é tão importante? ― Me apressei em perguntar assim que coloquei o cinto de segurança.
― Eleanor ― Harry riu ― Não que eu devesse estar rindo, quero dizer... Louis tá muito puto.
― QUÊ? ― Jenny que então se ocupava em tirar o lacre da lata de Pringles a deixou cair no chão do carro.
― Ela ― Harry parecia tentar encontrar as palavras ― Mandou uma carta lá pra casa porque não sabia o endereço de vocês.
― Como assim, carta? E o que nosso endereço tem a ver com isso? ― Franzi o cenho.
― É uma intimação, Tami ― Harry ergueu as sobrancelhas para me olhar, como quem pede desculpas.
― Intima... Eta porra! ― Deixei escapar ― Acusação de agressão? ― Suspirei, imaginando do que se tratava.
― Isso ― Harry batucou nervoso no volante.
― Jennifer, porque diabos você tinha que bater naquela garota? ― Levei uma das mãos à testa ― Agora a gente vai ter que procurar um advogado pra você e eu sei lá como essas coisas funcionam aqui no Reino Unido.
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Evergreen
Fanfiction"Era uma vez uma cidade cheia de cor, um ano cheio de promessas e uma garota com uma mochila cheia de sonhos. A cidade? Londres. O ano? 2014. E a garota? Sou eu. Para mim, uma garota brasileira, viver no Reino Unido é como morar em um lugar onde as...