Porque Taylor estava me olhando daquele jeito? O que eu teria feito para fazer até seu sorriso habitual ser substituído por uma expressão que com certeza não era de felicidade. Seus lábios estavam comprimidos e seu olho tremia. Cheguei a pensar que estava tendo um derrame.
― Podemos mudar a estação? ― Ela finalmente suspirou, mexendo no rádio antes que eu pudesse responder ― Qualquer uma. Aqui, ótimo!
― Ahn... Eu... É... Tá ― Gaguejei. Será que eu deveria perguntar o que havia acontecido? Aparentemente eu já estava na merda mesmo.
― Ah! Bem melhor ― Ela sorriu, aliviada ao escutar um comercial de remédio para gastrite.
Sério? Gastrite? Melhor que Katy Perry? Eu precisava intervir.
― Ahn, desculpa perguntar mas... Você não gosta daquela música? ― Arrisquei.
― Ah eu gosto da música ― Ela riu ― Você tá sendo irônica, né?
― Porque eu seria? ― Ri junto com ela, ironizando o fato de que ela estava me achando irônica e também um pouco confusa com tudo aquilo.
― Ah meu Deus! Você realmente não sabe? ― Taylor me encarou, claramente chocada.
― O quê, gente? Era pra você ter gravado Roar? ― Perguntei ― Tuas músicas são legais e tudo o mais, só que sei lá, Roar não combina muito com você, sabe como é...
― Ai... Meu... Deus! ― Taylor me interrompeu, gargalhando de uma maneira bastante sinistra. Ou isso ou era a imagem que eu tinha dela que fazia seu riso parecer sinistro ― Katy Perry! Katheryn Elizabeth Hudson!
― Ahhhhhhh! ― Exclamei ― Agora eu entendi a treta, é briga de macho? Foi por causa do John Mayer né? Eu achava que você tinha superado ele ― A vodka que eu havia bebido fez eu me soltar mais do que eu gostaria ― Mas realmente, não deve ser fácil de superar um cara como ele. Eu te entendo.
Silêncio. Olhei para Taylor e ela piscou quatro vezes antes de abrir a boca.
― Você morava em uma caverna? ― Ela sorriu, definitivamente tirando sarro de mim e não da forma amigável.
― Não, eu... Realmente não sei o que aconteceu ― Abaixei o tom e engoli em seco enquanto dirigia, tomando cuidado de olhar apenas para a rodovia. Então lembrei do que Harry havia me dito, para ser forte, e respirei fundo, voltando ao meu tom normal ― Mas se você não quiser contar, tudo bem.
― Nós eramos amigas ― Taylor respondeu pausadamente ― Mas coisas aconteceram e... Eu não esqueço de absolutamente nada.
Eu poderia estar com os olhos na estrada, mas ainda assim sentia a forma como Taylor me observava a cada palavra que dizia. Era como se me avisasse para tomar cuidado, embora eu nunca tivesse feito nada de errado, pelo contrário.
― Achei que a graça da vida era perdoar as pessoas ― Joguei verde, mesmo sabendo que isso era mais difícil de se fazer do que parecia.
― Depende do que te fazem. Ou do quão próximas à você são as pessoas que elas machucam.
O que ela queria dizer com isso? Que eu estava machucando Sheeran? Estava prestes a perguntar quando por sorte, meu celular tocou. Vi que era Jennifer e liguei o viva voz para conversar enquanto dirigia.
― Hey! ― Ouvi Jenny exclamar do outro lado ― Já buscou a chat...
― SIM! ― A interrompi antes que Taylor pudesse entender ― Sim, estamos no carro, diga oi pra Taylor.
― Eta! Ah! OOOOOOI TAYLOR!
Eu não sabia dizer se Jennifer estava se esforçando para ser simpática, sendo fofa de verdade ou apenas irônica. Controlei o riso o melhor que pude.
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Evergreen
Fanfiction"Era uma vez uma cidade cheia de cor, um ano cheio de promessas e uma garota com uma mochila cheia de sonhos. A cidade? Londres. O ano? 2014. E a garota? Sou eu. Para mim, uma garota brasileira, viver no Reino Unido é como morar em um lugar onde as...