Ed ficou olhando para minha tatuagem por uns bons segundos antes de tocá-la com a ponta de seus dedos. Senti minha pele queimar no lugar em que o desenho estava.
– Tatuajes de tus besos llevo en todo mi cuerpo ♪ – Lembrei de uma música em espanhol que eu tanto gostava e cantei baixinho, rindo.
– O que? – Ele voltou sua atenção para meus olhos, curioso com o que eu havia dito.
– Ahn, nada. É só uma música em espanhol que fala de tatuagens.
– E o que ela diz?
– Sobre lembranças de beijos inesquecíveis que ficaram marcados em forma de tatuagens na pele. – Umedeci meus lábios com a simples idéia de sentir os de Ed junto aos meus e sorri timidamente.
– Legal – Ele jogou o macacão por cima do ombro, passando a língua sob os lábios também – Mas acho que para existirem lembranças... – Ele foi se aproximando mais de mim – é preciso que as coisas aconteçam – seu corpo já estava praticamente encostado no meu, uma das mãos rapidamente subindo pelo meu braço, ombro e pescoço até quase alcançar minha nuca.
– Hmmm aham! – Consegui me abaixar e me desviar rapidamente, indo em direção à porta, porque eu havia feito aquilo? Nem eu sabia. Reuni forças onde já não havia e sorri para ele – Vou... Vestir isso... Escolhe o filme pra gente? – Corri para meu quarto e fechei a porta, imediatamente deslizando encostada atrás dela até sentar no chão.
Meu coração estava a mil por hora. Porque eu não havia deixado ele me beijar? Porque, Thamara, porque? Respirei fundo, tentando raciocinar. Então ele também estava interessado. Mesmo que por apenas uma noite, ele estava mesmo interessado. Liam não havia mentido. Ele e Zayn estavam certos todo o tempo. Achei que era muito egoísmo de minha parte não compartilhar o que estava acontecendo com eles, que haviam me ajudado tanto. Rapidamente tirei o celular do bolso da calça e liguei a aparelho, digitando uma mensagem para Payne:
Cancelamos o restaurante e viemos para o flat. Tá tudo ok. Não precisa buscar a gente. Você tava certo.
A resposta veio em menos de um minuto:
O QUE ACONTECEU?
Nada ainda. – Respondi – Te conto depois. Não sei se voltamos hoje, mas qualquer coisa, chamamos vocês. Thanks Leeyum! xx
OKIE DOKIE! Boa sorte, Tami! Love ya x
Deixei o celular sob o criado mudo e troquei de roupa o mais rápido que pude para Ed não estranhar minha demora. O macacão caiu como uma luva e era muito, muito confortável. Puxei as mangas para deixar os braços livres e amarrei o cabelo num coque alto e bagunçado. Quando voltei para a sala, vi que Ed já estava sentado no sofá, vestido igualzinho à mim, com vários dvd à frente na mesinha de centro, confuso quanto aos títulos. Peguei duas garrafas de cerveja na cozinha conjugada.
– Bonita roupa – Sorri me sentando ao seu lado e oferecendo uma das cervejas.
– Eu ia dizer o mesmo! – Ele brincou, me olhando com cuidado por um tempo que pareceu longo demais – Confortável?
– Demais! – Abri minha cerveja e fiz sinal para ele fazer o mesmo – Bóra brindar? – Levantei minha garrafa – À esses dois loucos que preferem comer maltesers e assistir Star Trek à jantar num restaurante top cheio de frufru com peixinhos caros.
– Aos loucos – Ed encostou sua garrafa na minha – E ao amor, que deve ser celebrado todos os dias.
– Ao amor! – Eu pisquei para ele, batendo a garrafa na dele e bebendo um gole.
– WOW! Pera aí! Você disse Star Trek? – Ele estava a ponto de beber mas parou no meio caminho, tomando um gole só depois de perguntar.
– Sim! Live long and prosper! – Fiz a saudação vulcana com a mão que estava livre.
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Evergreen
Fanfiction"Era uma vez uma cidade cheia de cor, um ano cheio de promessas e uma garota com uma mochila cheia de sonhos. A cidade? Londres. O ano? 2014. E a garota? Sou eu. Para mim, uma garota brasileira, viver no Reino Unido é como morar em um lugar onde as...