Cap. 37 - Lego House

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– Thamara, não é isso! – Ed me puxou pela cintura para perto dele novamente, dessa vez de forma mais intensa – Pelo amor de Deus, não é isso!

Eu fiz apenas suspirar, as lágrimas ainda rolando soltas pelo meu rosto.

– Olha pra mim. – Ed parecia tão desesperado quanto eu, mas puxou meu queixo delicadamente para que eu olhasse para ele.

– O que é, então? – Respirei fundo, a voz totalmente embargada.

– Eu quero ter tempo pra você. Pra nós. – Ele puxou uma das mangas para cobrir sua mão como sempre fazia e com ela secou minhas lágrimas – Eu não quero que isso seja apenas um... Rolo... I already know that she's a keeper ♪ Lembra da música? YOU ARE A KEEPER. – Ele cantou e sorriu, aguardando uma resposta.

Ah ótimo. Agora eu estava me sentindo mais boba do que nunca. E lisonjeada, mas ainda assim, muito retardada por ter levado a conversa para um rumo completamente diferente. Mas eu não podia me culpar, meu histórico não era dos melhores.

– If you feel you're falling, won't you let me know? – Eu ri, cantando um trecho da mesma música enquanto fungava para reprimir o choro. Não foi uma jogada muito inteligente, mas Ed me fazia sentir assim, tão boba, que mesmo após esse momento tenso, eu não conseguia pensar no que dizer, apenas... Dizer o que sentia. Se é que isso faz sentido. Não havia filtro, com ele, era meu coração que falava.

– Acho que sou eu que devo perguntar isso – Ele sorriu, beijando meus lábios com intensidade.

– A gente parece dois adolescentes – Eu ri, o beijando com desejo. – If you love me, come on, get involved ♪

– Say what? – Ele riu também, a tensão do momento anterior havia ido embora completamente – Feel it rushing through you, from your head to toe ♪ –

– SING!

– LOUDER!

Quando percebemos, os dois estavam rindo e cantando alto naquela passagem apertada. Por sorte, não havia ninguém por perto, pois parecíamos dois loucos bêbados, e olha que ainda estávamos sóbrios.

– Can you feel it? – Ed mudou o tom, passando da cantoria para uma pergunta de verdade.

Eu sinceramente não soube o que responder. O sentimento era mais do que claro, mas assumi-lo assim, não sei, ainda havia medo em meu interior, por mais bobo que isso pudesse parecer.

– Found you hiding here so won't you take my hand, darling? – Continuei cantando.

Ed balançou a cabeça, rindo. Pegou novamente o violão, pendurando uma das alças da capa em seu ombro e segurando a garrafa do mesmo lado. Com a outra mão, segurou a minha, me puxando finalmente para fora daquele caminho estranho e estreito.

Para minha surpresa, saímos numa espécie de bosque. Havia uma pequena clareira com bancos e algumas árvores. Um lugar tão bonito e natural que parecia nos levar para o interior, para longe de tudo.

– Eu adoro esse lugar – Ele me levou para o banco mais próximo das árvores. – Ninguém visita, porque os vizinhos do Zayn são muito velhos. Ele também não costuma vir aqui... Só se traz a Perrie, mas nunca os garotos. Quando venho visitar eles sempre dou uma escapada pra cá. É, sei lá... Calmo. E durante o dia, tem esquilos.

– É lindo. – Eu olhava para todos os lados, maravilhada.

– Não tanto quanto você – Ed abriu a garrafa e me ofereceu.

– Você sabe como me deixar sem palavras – Eu sorri, tímida, bebendo um gole do whiskey e devolvendo a garrafa para ele.

– Desculpa se a conversa tomou um rumo diferente. Não era minha intenção – A luz da lua que iluminava parte do banco rescendia sob os olhos de Ed, tornando-os mais azuis do que nunca e eles, como sempre, me fitavam com curiosidade, admiração e... Talvez, eu pudesse arriscar dizer, amor?

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