Cap. 75 - A Chave de Erebor

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Poucas coisas me fascinam na vida, no entanto, Londres e um certo garoto de cabelos ruivos conseguem me tirar o fôlego. Seja com uma tempestade voltando para a cidade ou com um olhar cheio de desejo ao me repousar na cama horas antes.

Eu ainda podia ouvir a chuva caindo do lado de fora da janela, mas havia algo a mais. Mesmo de olhos fechados, eu podia sentir a presença de Ed ao meu lado, com sua respiração lenta, quase que ronronando, sinalizando que ele dormia a sono solto. Ele estava cansado e era justificável, eu também estava. Ri do pensamento, lembrando de tudo que havia acontecido nas últimas horas.

“Eu tô apaixonado por você” lembro claramente das palavras murmuradas por Ed assim que terminou de tirar minha roupa, as mãos inquietas porém extremamente suaves percorrendo todo o meu corpo.

"E que Deus proteja nós dois" ele confessou enquanto eu o beijava "porque esses relacionamentos, não, eles não são fáceis" e Ed riu, eloquente "mas eu tô tão apaixonado por você"

Eu fiz apenas segurar seu rosto com ambas as mãos, quebrando nosso beijo, pronta para dizer que não havia o que temer, mas não consegui. Assim que nossos olhos se encontraram naquela quietude quase que sagrada, qualquer medo que pudesse existir dentro de nós se foi junto com o raio que iluminou o quarto, ressaltando toda a palidez do corpo de Ed sobre o meu. Em questão de segundos, dois se transformaram em um só. E durante todo o tempo, ninguém se atreveu a desviar o olhar.

Suspirei, só então percebendo como estava sorrindo ao lembrar da noite mais inesquecível de minha vida até então. Ed não era meu primeiro e eu não era a primeira dele, talvez inclusive, não fossemos os últimos um do outro, mas eu jamais vou esquecer nossa primeira noite. Mesmo que tenhamos outras quinhentas.

– Sonhando, meu amor? – Sem eu notar, Ed havia acordado e levou uma mão até minha bochecha, acariciando suavemente enquanto se ajeitava sob o edredom, se aproximando mais de mim.

– Ah! Não – ri, sem graça por ter sido surpreendida – Só tava... Pensando, – Cocei os olhos e me virei de frente para ele, observando cada detalhe em seu rosto, cada sarda, os pelinhos ruivos da barba por fazer, a cicatriz perto do olho, assim como as ruguinhas de expressão quando ele sorria – pensando em você.

– Em mim ou em nós? – Ed se aproximou ainda mais, me segurando junto à ele num meio abraço pela cintura e antes que eu pudesse responder, me beijou. Sempre tão suave e ao mesmo tempo tão intenso que me deixava atônita.

– Nos dois – Confessei com um sorriso tímido, fechando os olhos por alguns segundos antes de encarar outra vez aqueles olhos azuis que eu parecia conhecer a décadas – Lembrando da noite passada.

– Oh! – Ed riu, passando a língua pelos lábios – Sabe o que é melhor que relembrar? – Imediatamente senti a mão que ele usava para me prender firmemente junto à ele pela cintura deslizar pelo meu quadril – Reviver – E ele rapidamente puxou minha perna sobre a dele, adotando uma postura parecida como a da última noite. Um leão em pele de gatinho.

Foi nesse momento, no entanto, que ouvimos a campainha soar duas, três, quatro vezes.

– Você tá esperando alguém? – Sheeran me olhou desconfiado, um tanto quanto frustrado, porém ainda me segurando da mesma forma.

– Não, a Jenny ia dormir com Niall ou... Louis, whatever, não tô esperando ningu... Oh, shit!

E antes que eu pudesse terminar minha frase, pudemos escutar o barulho da fechadura se abrindo e uma voz muito conhecida de ambos nos saudar já do lado de dentro do apartamento.

– Tami? Heeeey? – A característica voz rouca de Harry escoava pelas paredes do quarto. Ele estava muito perto – Tá dormindo?

– O que ele tá fazendo aqui? – Ed murmurou e franziu o cenho, rolando por cima de mim na cama e cobrindo nós dois com o edredom, nos escondendo do mundo.

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