Evergreen

Cap. 46 - Marmite

O mercado estava cheio, mas quase ninguém fez muito caso sobre os garotos que haviam acabado de pisar no mercado. Quase, pois assim que viramos na primeira seção, uma menina na faixa dos 15, 16 anos começou a gritar, puxando a mãe pela blusa e cobrindo a boca com a outra mão, prestes a chorar.

– E lá vamos nós... – Zayn falou baixo de forma que só eu pudesse ouvir e logo sorriu para disfarçar, estacionando o carrinho um pouco antes do local onde a menina estava parada.

– Hey girl! – Harry, sempre o mais simpático, deu o braço para Liam e logo foram até a fã que a esse ponto já chorava sem parar e continuava gritando.

– Eu não acredito! Eu não acredito! Eu não acredito! – Ela gritava – Mãããe! – E puxava a mãe pela manga quase sem reação – Harry! Zayn! Liam! Louis! Ahhh! Niall!

– Vai lá, garoto – Resmunguei para Zayn, segurando o riso enquanto Niall e Liam também iam conversar com a garota e tentar acalmá-la.

– Espera. – Zayn murmurou entre dentes – Não antes dela parar de gritar.

Finalmente, depois de abraçar os quatro primeiros, aparentemente, a garota havia ficado sem voz. Ou isso, ou ela estava entrando em choque, mas parecia que estava mais calma mesmo. Zayn então foi até ela, dando um abraço mais apertado do que esperava que ele fosse dar. Pela atitude no primeiro momento, achei que ele mal fosse cumprimentar a menina, mas não, Zayn era legal, ele só era como eu, odiava gritos.

Passada a social com a fã, todos se despediram e viramos com nosso carrinho para a próxima seção, onde pegamos alguns ingredientes para fazer mais comidinhas especiais. Os garotos não haviam esquecido do jantar que eu havia feito e é claro, queriam que eu preparasse outras coisas.

– O que você sugere? – Niall estava parado na frente das gôndolas dos enlatados, os braços abertos como se estivesse me mostrando os melhores produtos do mundo

– Nossa, que delícia, macarrão com almôndega em lata, tudo que eu sempre quis, hmmm, delícia – Carreguei minhas palavras com toda ironia que consegui reunir enquanto não conseguia disfarçar a cara de nojo ao pegar uma das latas na mão.

– Cara, não zoa não que isso é bom pra caramba! – Niall tirou a lata da minha mão, pegou mais duas e as colocou no carrinho.

Olhei para Harry, apoiado com Zayn no carrinho, mas eles fizeram a mesma cara de nojo que eu havia feito.

– Pior que isso é bom mesmo! – Foi Liam quem rompeu o silêncio, confirmando com a cabeça.

– Eu ein. Irlandeses e ingleses tem hábitos estranhos. Medo. – Me afastei das latas, procurando Louis para zoar um pouco – Gente... Cadê Louis?

– Alô putas! – E ele reapareceu no final do corredor – Tequila, tequila – Louis segurava duas garrafas de José Cuervo e veio rebolando até nós – Se a Tami gosta, a Jenny... É Jenny, né? Também deve gostar. Ai, credo, esse nome, uuuugh!

– O que tem o nome da Jenny? – Niall já havia cruzado os braços novamente, na defensiva.

– Nada, Nialler. Nada. – Louis balançou a cabeça e empurrou Zayn e Harry do carrinho para assumir o posto de condutor.

Antes de ir embora, ainda pegamos muitos doces, como de costume, congelados e para minha surpresa, decoração de festa com tema britânico. Passamos as compras pelo caixa de forma diferente, automática. Sim! Em Londres alguns mercados da rede Tesco não tem funcionários para passar tudo. São os próprios clientes que escaneiam os códigos de barra e pagam com o cartão. Moderno e ideal para nós, assim poupamos muitos minutos.