Depois da minha grande “confissão”, decidimos que era hora de almoçar. Ainda bem, pois não sei aguentaria comentários sobre meu “top 3 melhores coisas do mundo”.
Ed e Niall estavam loucos para comer no Nando’s, mas era impossível chegar em um dos restaurantes comigo. Ou será que era? Depois de algumas ligações dos garotos para Paul e de Ed para Stuart, eles combinaram de postar algo no Twitter sobre estarem do outro lado da cidade, todos reunidos, o que em teoria, poderia afastar possíveis haters da região para onde estávamos indo.
Por sorte, havia um restaurante da rede a pouco mais de um km de minha nova casa. Niall mencionou algo sobre irmos apé, mas Harry não queria arriscar. Perguntou se havia algo que eu queria levar para casa dele. Achei melhor pegar mais uma muda de roupas, em caso de emergência. Enfiei tudo dentro de minha mochila rapidamente e após trancarmos o apartamento, descemos para o estacionamento que guardava aquele monstro que Harry dirigia.
Todos os garotos entraram no carro, menos Styles. Quando fui subir, ele segurou meu braço e pediu para eu esperar, fechando a porta para que os garotos não escutassem nossa conversa. Seu rosto passou da tranquilidade para algo próximo da preocupação.
– Você tá bem? – Ele procurava qualquer vestígio de mentiras em minha expressão, os olhos sempre muito curiosos.
– Claro, porque a pergunta? – Eu estava confusa.
– Por hoje cedo. Eu não quis... Parecer abusado ou nem nada do tipo. Me passou pela cabeça agora que você pode ter interpretado mal e... Eu não sou de fazer isso... Na verdade, sou, mas... Ah! Você tá bem, Tami? Fala a verdade...
Eu comecei a rir. Mania de quando me pegam de surpresa e eu não sei o que responder.
– Harry – tentei encontrar as palavras certas – Se eu não quisesse, teria cortado ali mesmo – senti minhas bochechas esquentarem um pouco, mas ignorei – Eu só acho que... Isso vai soar super clichê, mas eu não quero afetar essa amizade linda que a gente tá construindo. Eu sei lidar com essa coisa de “friends with benefits”, mas fico pensando nas merdas que a mídia vai falar sobre você se a gente começar a aparecer juntos por aí. Eu me preocupo com você, porque eu... Pfft, quem sou eu?
Foi a vez de Harry rir.
– Eu juro que nunca nos meus vinte anos ouvi uma garota falando sobre friends with benefits! – Ele balançou a cabeça – O que você tem, ein? Parece um garoto, pensa como um garoto... Vai dizer que assiste pornô, também?
– Ué! Quem nunca? – Dei de ombros, rindo.
Harry pegou minha mão e a beijou suavemente, me puxando para perto dele e me dando mais um selinho.
– Ainda assim, desculpa por qualquer coisa. Achei que isso podia estar te incomodando, por isso achei melhor falar logo.
– Relaxa! – Eu pisquei para ele e me virei para abrir a porta do carro que ele havia fechado, quando percebi, mesmo através do vidro escuro, um par de olhos muito azuis nos observando quase que assustados. Sheeran. Merda! Meu coração deu um pulinho.
Respirei fundo e bati no vidro. Ed logo abriu a porta, ainda meio assustado. Se afastou um pouco para que eu pudesse sentar ao seu lado, mas não disse nada. Achei melhor não perguntar. Na verdade, era muito estranho ele estar agindo dessa forma. Eu não poderia ser motivo daquilo, poderia? Ah Thamara, claro que não! Ele devia estar longe pensando na Alice. Melhor parar com essas bobagens de achar que um dia, quem sabe, você e ele... Ah, esquece.
Harry entrou no carro logo em seguida, batendo a porta do motorista e dando a partida no carro. Ele olhou para nós através do retrovisor e aparentemente, também percebeu que Ed estava estranho, pois semicerrou os olhos como se me perguntasse o que havia acontecido com ele. Novamente, dei de ombros.
– Enfim, vamos lads! – Styles pigarreou.
– NANDOOOOOOO’S! – Niall comemorou no banco da frente.
Eu sou o tipo de pessoa que adora fazer piadas sem graça em momentos inoportunos. É algo natural e sempre, sempre dá errado. Sai antes mesmo que eu pense. Tentei quebrar o gelo e animar Ed.
– Caraca! Quantas meninas não dariam qualquer coisa para estar aqui onde eu estou? No meio de um carro recheado de homens maravilhosos.
– Louis, ao lado de Ed, começou a rir.
– Que foi, Tommo? – Perguntei, rindo da forma como ele ria.
– Ah, elas dariam muita coisa mesmo! E como dariam! – Louis gargalhava – Mas enfim, não sei dessas coisas por motivos de Eleanor. Zayn?
– Eu o quê? Tá louco né? Pergunta essas coisas pro polaquinho ali e pro Liam. Sei de nada não. Harry?
– Ah, Harry é uma princesinha pura e casta – Eu não pude evitar se não continuar com as piadas ruins – Só falta uma coroa de flores! Ou uma aura de anjinho, oh!
– Uhuuuuum – Foi a vez de Liam falar – E Niall e eu somos bailarinas fofas que se vestem de rosa e brincam de casinha!
Risos por todo o carro, exceto por Ed, que parecia menos contente do que alguns minutos antes no apartamento.
– E você, Ed? – Cutuquei ele na barriga – Apronta muito?
– Bem menos que esses lads – Ele sorriu sem graça.
– Hmmm, sei não ein! – Fingi estar cética – Dizem que ruivos são tão... quentes e... inesquecíveis.
Os olhos já arregalados se abriram mais ainda e me fitaram por alguns segundos. Ele definitivamente não estava esperando por isso.
Puxei o braço dele, coberto por um moletom azul marinho e ergui a manga, deixando à mostra as tatuagens.
– E olha, dizem que homens tatuados sabem muito bem o que fazem...
– Ah mas sabem mesmo! – Ouvi um coro de quatro vozes: Harry, Zayn, Liam e Louis.
Ed estava vermelhinho, puxou a manga de volta e quando abriu a boca para me responder, foi interrompido por Niall, rabugento:
– Ah mas isso não vale! É bullying com gente não-tatuada. Desculpa se não quero parecer encardido!
– Ah oh! Parou – Apontei o dedo para ele – Tá me chamando de encardida também, mr. Horan?
– E desde quando você tem tatuagem? – Ele me olhava pelo retrovisor.
– Pergunta pro Harr... – Louis tentou zoar, mas foi interrompido por Liam que deu um cutucão nele – Ai, que foi?
– Você tem tatuagens, então? – Ed parecia lentamente estar voltando ao normal.
– Algumas – Respondi, torcendo mentalmente para que ele não pedisse para vê-las, por motivos óbvios.
– Quantas? Cadê? – Ed parecia procurar, mas ainda bem que eu estava completamente coberta. As únicas visíveis eram a pomba estilizada em meu pescoço, que significava liberdade, além da cruz em minha mão esquerda, representando minha fé – Só essas?
– Tem mais – sorri sem graça. – É que...
– CHEGAMOS! ÊÊÊ NANDO’S! – Harry estacionou e Niall praticamente deixou a todos surdos com a gritaria. Salva pelo irlandêzinho.
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Evergreen
Fanfiction"Era uma vez uma cidade cheia de cor, um ano cheio de promessas e uma garota com uma mochila cheia de sonhos. A cidade? Londres. O ano? 2014. E a garota? Sou eu. Para mim, uma garota brasileira, viver no Reino Unido é como morar em um lugar onde as...