O sol já estava se pondo quando saímos do hospital. Eu ainda não havia me acostumado em como Londres escurecia cedo nos meses mais frios. Me encolhi ao entrar na van, gelada do vento que nos cercou enquanto estávamos do lado de fora.
– Nós já vamos pra casa, babe. – Ed falou baixo em meu ouvido, se sentando ao meu lado e me envolvendo com seus braços para me aquecer.
Harry, sentado no banco da frente ao lado de Paul, nos olhou pelo retrovisor. Ele não parecia triste, mas era notável que algo o incomodava levemente. Eu precisava conversar com ele.
Com todos os garotos no carro e rumo à casa de Harry, senti meu celular vibrar no bolso da jaqueta que eu usava sob o moletom. Fazia séculos que eu não falava com ninguém do Brasil. Quem poderia ser?
– Ah, Jenny! – Eu sorri ao ver o clássico papel de parede do Loki na tela de meu celular, imagem de chamada de minha amiga louca – Fala, sua puta!
– Cara, cê não tem modos não? – Ouvi ela resmungar do outro lado da linha – Seguinte, tá sabendo que eu chego quarta-feira, né? Esteja me esperando no aeroporto. Trabalhar na coisa da pontualidade.
– Mas você não vinha na sexta? – Virei para Niall, procurando uma resposta. É claro que ele não fazia idéia do que eu estava falando, em português.
– Eu ia. Mas Barcelona joga aí no final de semana e eu queria dar uma stalkeada no M...
– No Messi. – Terminei a frase por ela. Foi só ouvir “Barcelona” que eu entendi as intenções de minha amiga. Jenny sempre foi doente pelo Lionel. Nunca vi. Se duvidar, quando tiver um filho, vai chama-lo de Andrés.
– SIIIIIIIIM! Já conseguiu emprego aí né? Trabalhar na coisa do ingresso de graça.
– Ah claro, porque sou comentarista esportiva!
– Não cara, cadê os dotes de produtora? Vai dar em cima de um segurança aí, garota!
– Jenny...
– Não quero nem saber. Dê um jeito. Descubra o hotel. Quero ver o Messi.
– Jenny...
– Porque se eu não ver o Messi...
– NIALL?! Dá um jeito na sua mulher aqui, por favor?
– Quê que cê disse? – Ouvi Jenny reclamar do outro lado.
– O quê? Você tá falando com a minha Jenny? – Os olhos de Niall brilharam – Dá o telefone aqui.
– Thamara? – Jenny estava confusa do outro lado, enquanto eu passava o celular para Niall.
– Whassup honey? – Horan fez tipo com a voz, como se absolutamente do nada ele tivesse ficado rouco. Tentativa frustrada de parecer sexy. Todos riram, é claro.
– AAAAAAAAI NINI! – Jenny praticamente gritava.
Eu apontei o dedo para minha boca, aberta, fazendo cara de nojo e todos riram novamente. Estava prestes a zoar Niall quando senti Ed me apertando para mais junto dele.
– Shh, deixa eles. – Ele sorriu de forma tímida e puxou meu rosto para me beijar suavemente. Dessa vez, não ouvimos risos, apenas um coro de “awwwn” pelo carro.
A viagem até a casa de Harry transcorreu relativamente bem. Relativamente, porque Niall não desgrudou de meu telefone, o que fez minha bateria acabar rapidinho. O que havia de errado com esses iPhones?
Quando Paul nos deixou em frente ao portão, pediu que esperássemos um pouco antes de entrar, pois tinha um recado da Modest. Eu gelei e ele deve ter percebido minha cara, pois tentou me acalmar.
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Evergreen
Fanfiction"Era uma vez uma cidade cheia de cor, um ano cheio de promessas e uma garota com uma mochila cheia de sonhos. A cidade? Londres. O ano? 2014. E a garota? Sou eu. Para mim, uma garota brasileira, viver no Reino Unido é como morar em um lugar onde as...