Cap. 95 - Decisões

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― Quando você pensa em contar tudo isso pra Jenny? ― Perguntei para Louis enquanto revirava os armários de sua cozinha atrás de canecas.

― Contar o quê? ― Ele se aproximou, me mostrando onde guardava as louças ― Que eu sou um otário?

― Já disse pra você parar de se chamar assim! ― O repreendi, agradecendo as duas canecas que ele me entregou com um aceno ― Só que eu realmente acho que você precisa contar pra ela o que você viu e o que você sente.

― Nem eu mesmo sei o que sinto ― Louis deu a volta na cozinha para ligar a chaleira elétrica ― Como posso explicar isso?

― Eu só acho que essa história toda pode machucar muita gente ― Abri a latinha de chá preto sob a bancada com o nome de Louis gravado, tirando dois saquinhos e colocando cada um em uma caneca ― Você, ela, Niall... Talvez Harry? ― Respondi como em uma pergunta, ainda confusa demais com toda a suposta história Larry.

― Harry já tá vacinado com tudo isso ― Louis riu ― E a gente ainda vai te explicar tudo, como te disse, prefiro que ele esteja aqui ― Ele concordou com a cabeça no momento em que a chaleira apitou sinalizando que a água havia fervido, enchendo nossas canecas ― Mas você tá certa, Jenny pode não gostar de tudo isso.

― Você não se preocupa com o Niall? ― Franzi o cenho, novamente confusa.

― Tami ― Louis começou, então decidiu continuar a história da mesa de jantar, pegando nossas canecas e me empurrando com o cotovelo ― Niall não é tão inocente como todo mundo pensa. Ele parece sim um floquinho de neve, mas não é um bebê e sabe se virar muito bem.

― Mas ele é teu amigo! ― Insisti, me colocando no lugar dele.

― Eu nunca disse que ele não era ― Louis sorriu de forma amarela ― Mas sugiro que você converse com Ed, por exemplo. Ele parece guardar alguma coisa sobre Niall, todo mundo já reparou.

― É... Eu notei que apesar da amizade, às vezes rola uma ironia nos comentários ― Concordei ― Mas a gente não tá aqui pra falar de Ed, ou de mim.

― Eu sei ― Ele bebericou seu chá quente, ansioso ― É pra falar da puta da Eleanor.

― Não, é pra contar pra Jenny tudo que aconteceu e tudo que você sente.

― Tami, não ― Louis insistiu.

― Louis sim! ― Não pude evitar de rir, dando um tapinha na mão dele quando percebi que novamente Louis ia tentar beber de seu chá fervendo ― Tem que esperar, você mesmo me ensinou!

― Eu não sei o que fazer, Tami ― Ele suspirou, os olhos cansados como eu jamais havia visto ― E isso me assusta mais do que qualquer outra coisa.

― É normal ― Tentei reconforta-lo, ainda que sem saber exatamente o que dizer.

― Não, não é! ― Louis ergueu o tom de voz, quase desesperado ― Eu sempre fui o homem da casa, sempre soube o que dizer, o que fazer, usar das minhas ironias pra disfarçar qualquer coisa. E agora eu não sei o que fazer.

― E se eu ligar pra Jennifer e pedir pra ela vir pra cá? ― Sugeri.

― Você tá louca? ― Louis gargalhou, nervoso ― Não agora, não hoje, não com a casa nesse estado.

― Era justamente na casa que eu tava pensando ― Ri baixo, imaginando em como eu e Jenny juntas daríamos um jeito de sumir com tudo que pertencia a Eleanor e ainda estava no chão do quarto de Louis ― Mas se você não quiser...

― O que você quer dizer com isso? ― Ele perguntou, desconfiado.

― Nada demais ― Sorri ― Mas é uma boa idéia, sabe... Essa que eu tive. Deixa a organização comigo, amanhã cedo dou um jeito nisso! ― Bebi um gole de meu chá apressada e me levantei, dando a volta na mesa e puxando Louis pelo braço ― Agora vem que a gente tem muito o que fazer.

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