Evergreen

Cap. 107 - Girl

Abri minha boca na tentativa de falar alguma coisa, mas não consegui. Pisquei algumas vezes achando que estava sonhando ou que estava ficando fraca para o vinho, mas Ed estava realmente ali na minha frente.

― Ah... O que você está fazendo aqui? ― Consegui formular uma frase, sorrindo tanto que sentia meu maxilar doer.

― Eu voltei mais cedo e decidi... Sabe ― Ed mordeu o lábio inferior e sorriu ― Te ver, fazer uma surpresa.

― Eu achei que... ― Cobri o rosto, rindo de como eu era burra ― A Taylor... Ah cara!

― É... Eu pedi pra Taylor não te contar. Mas e aí, vai me convidar para entrar ou não?

― Ah, não sei ― Fiz tipo, encostada na porta ― Tenho que ver se meu outro namorado conseguiu fugir pela janela antes, sabe como é...

Ed largou algo que pareceu um pacote marrom ao lado da porta e me interrompeu, me puxando nos braços dele e me beijando com ansiedade. Eu desequilibrei com o salto que havia colocado e cai sob ele, apoiada em seu pescoço.
Assim Sheeran me carregou para dentro do apartamento, encostando a porta com o pé e trancando a fechadura com uma das mãos enquanto a outra procurava o zíper de meu vestido.

― Meu cabelo, eu... que... ― Eu tentava balbuciar algumas palavras, mas Ed não deixava.

― Sim? ― Ele riu, me olhando por cima enquanto com a mão que antes estava na porta, puxava meu cabelo em um rabo, fazendo eu virar a cabeça ― Ah eu adorei ― Então ele se afundou em meu pescoço ― Dirty blonde, dirty blonde ― Ele murmurou em meu ouvido antes de me puxar em seu colo e me levando não para o quarto e sim para o sofá espaçoso do apartamento.

As mãos de Ed sob meu corpo eram tão habilidosas quanto quando ele estava com seus violões. Movimentos calculados, onde mostrava sua delicadeza e força ao mesmo tempo.

Quando me dei conta, estávamos ambos ofegantes, compartilhando o mesmo sofá e a mesma sensação de euforia e relaxamento, a saudade um pouco menor, mas ainda presente. Ed vestindo apenas uma de suas muitas camisas xadrez, aberta, colarinho amassado. Eu à meio caminho de tirar o vestido, descabelada. Cansados, borrados de batom vermelho.

― Eu tava com saudade de você ― Ed murmurou com sua voz melódica no pé de meu ouvido, beijando a linha do meu maxilar até meu queixo. Sua barba fazia cosquinhas.

― Também senti tua falta ― Sorri, brincando com o cabelo dele conforme escutava sua respiração se acalmar ― Achei que você não iria voltar hoje.

― Eu consegui adiantar bastante coisa ― Ed se levantou, vestindo as peças de roupa que havia tirado mas esquecendo de abotoar a camisa ― Amanhã talvez eu precise sair à tarde, mas quero passar a manhã com você.

Nesse momento escutei a campainha tocar outra vez. Me levantei apressada fechando o vestido e vestindo o que faltava, quase tropeçando novamente nos sapatos largados pelo caminho. Ed foi mais rápido e abriu a porta para mim. Dessa vez era o sushi.

― Opa, valeu! ― Escutei ele agradecer o entregador, fechando a porta enquanto eu tirava algumas coisas que estavam sobre a mesinha de centro.

― Resolvi retribuir o favor ― Ed passou por mim para colocar o barquinho na mesinha ― Lembra de quando a gente se conheceu?

― Eu descabelada e vermelha? ― Tentei ajeitar o cabelo o melhor que pude, corando levemente ― É, não tava muito diferente de hoje.

― É... E com a cabeça enfiada na blusa de Louis Tomlinson ― Ed suspirou ― Mas não é disso que tô falando! ― Ele então voltou buscar o pacote marrom que havia deixado ao lado da porta quando entrou, tirando de dentro uma garrafa de tequila.