Cap. 15 - Flat

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Saí do banheiro ainda enrolada na toalha, o pensamento nas nuvens, ou melhor, em Sheeran, que naquele momento provavelmente estava do outro lado da cidade escrevendo músicas sobre seu eterno amor.

Estava tão absorta que levei alguns segundos para perceber que Harry estava sentado em minha cama.

– Hey babe – Ele sorriu – Vim ver se você já tava pronta, mas parece que ainda não...

– GAROTO! O que você... Sai daqui, eu tô de toalha! – Senti minhas bochechas queimarem, vermelhas.

Ele balançou a cabeça, aquele sorriso mais que safado nos lábios – Você quer mesmo que eu saia?

– Mas é claro que eu quero! – Meus olhos já deviam estar quase saltando das órbitas de tão arregalados – Eu... Grrrrr! Sai! – Bati o pé no chão – Por favor, Harry.

Harry não saiu, apenas se levantou e caminhou lentamente em minha direção, me prendendo na parede ao lado da porta do banheiro.

– Porque você torna as coisas tão difíceis? – Ele resmungou num suspiro, roçando seus lábios nos meus quase como uma carícia.

Eu prendi a respiração, tentando encontrar as palavras certas.

– Harry, é que...

– Diz que você não quer e eu vou te esperar lá fora – Senti sua mão direita deslizar pela parte externa de minha coxa esquerda, me causando arrepios.

Não respondi, apenas suspirei. Era difícil resistir aos encantos daquele garoto. Eu, Thamara, que jamais havia me interessado por alguém mais novo, estava ali, sem palavras para um garoto de vinte anos.

Harry sorriu e antes mesmo que eu pudesse pensar em uma desculpa, me beijou. Eu não pude evitar, senão retribuir. Logo senti a mão que estava em minha perna deslizar para minhas costas, por cima da toalha, me prendendo firmemente junto à ele. Num puxão rápido, ele me levou da parede para a cama.

Eu sabia que aquilo não era certo, mas havia algo em Styles que me intoxicava, me dominava. Já não havia mais controle entre nós dois.
Ele sabia que eu o queria e brincava distraidamente com a ponta presa da toalha que eu usava, ameaçando tirá-la, quando ouvimos a porta se abrir.

– HOLY SHIT! – Escutamos Liam exclamar – Desculpa, eu... Achei que vocês estavam prontos e... Ah tchau! – Ele estava tão deslocado que não sabia se continuava ali ou de fato voltava para a sala de miss Geraldine, com os garotos.

É óbvio que o clima havia ido embora. Tanto eu como Harry estávamos com o coração acelerado, assustados.

– Não, fica. LIAM! Não... – Eu gaguejei.

– Desculpa, cara! – Harry riu, nervoso – A gente... é...

Harry se levantou e eu também, prendendo bem a toalha novamente. Liam parecia entre o choque e o riso, cara que fez nós dois rirmos.

– Não, sério... Desculpa eu. – Liam riu mais, coçando a cabeça – É que...

– Sem explicações de nenhum lado, obrigado. – Antes que a situação se piorasse, encerrei o assunto, pegando as roupas que estavam sob a cadeira e levando para o banheiro. Vesti as peças rapidamente e voltei para o quarto, ajeitando o cabelo com as mãos, bochechas mais vermelhas do que nunca. – Isso não vai sair daqui, né? POR FAVOR!

– Relaxa, Tami – Liam estava sem graça e eu também – Não vi nem ouvi nada. Simplesmente vim chamar vocês e encontrei os dois prontinhos aqui pra descer.

– Valeu, cara. – Styles deu um abraço em Payne e aproveitou para desamarrotar sua roupa.

– Sem problemas – Liam piscou – Agora por favor, vamos embora antes que alguém realmente comece a desconfiar de alguma coisa e ME incluam na história. – Ele riu – Louis e Niall estão na sala, estavam conversando com a neta da dona do quarto pelo telefone. Zayn desceu pra fumar.

Cada um pegou uma de minhas malas, me deixando com a mais leve das três.

Na sala, encontramos miss Geraldine sentada entre Niall e Louis, os dois tentando ensinar a velhinha a dançar da forma típica como eles dançam. Aquela coisa com os braços que eu nunca aprendi.

– Desculpe por isso, miss Geraldine – Liam riu e passou por mim e deu um tapinha na perna de Niall – Vamos, gente?

– Ah! Okay! – Horan exclamou – Então, miss, ainda essa semana, alguém da nossa produção vai ligar e marcar para trazer os ingressos, tudo bem?

– Tudo bem, meu filho! Vou esperar! – Apesar de não ser tão velha assim, a voz da senhoria era um tanto quanto... Antiga, por assim dizer. Como daquelas vovozinhas de filme, mas fisicamente, ela parecia muito mais nova – Agora vem aqui, Thamara. Não pudemos nem conversar direito, mas a casa está aberta sempre que você quiser beber um chá comigo. Minha neta vai adorar te conhecer!

Eu sorri. Aparentemente havia conquistado mais uma amiga, ou no caso, duas.

– Claro! Eu apareço sim. Obrigado por tudo, miss!

Nos despedimos, Harry me ajudou com a mala que eu estava levando e descemos, encontramos lá embaixo um Zayn super distraído, checando seu Twitter e fumando Marlboro. Assim que percebeu que estávamos ali, entregou o celular pra Niall.

– Ai que merda! – Niall corria as mensagens rapidamente com a ponta dos dedos – Esse povo não tem mais nada pra fazer?

Ele por sua vez, entregou o celular para Louis, que, super discreto como sempre, deu um grito no meio da rua – AH MAS EU NÃO ACREDITO! Bando de desocupadas!

Liam pegou o telefone de Louis e olhou também. Eu procurei Harry para tentar entender o que estava acontecendo, mas ele só deu de ombros e fez sinal para entrarmos no carro. Os garotos nos seguiram, e lá dentro, Liam mostrou para Harry e eu a razão de todo o estresse.

Aparentemente, algumas “fãs” haviam visto minha foto com Zayn e Louis no instagram de Malik na noite anterior e não gostaram nenhum pouco. Li tudo que é tipo de xingamento referente “à menina da jaqueta de couro” nos comentários.

– Pelo menos elas não sabem meu nome... – Devolvi o celular para Zayn.

– Mas isso é questão de tempo, Tami. Se não te acharem, porque elas procuram, vamos acabar hora ou outra aparecendo com você nas fotos dos paparazzi. Só não vou te seguir já pra não facilitar o trabalho dessas stalkers.

– Não esquenta com isso que a gente vai dar um jeito! – Harry manobrou para sair da vaga apertada e logo estávamos dirigindo outra vez para a casa dele, dessa vez, em Islington.

Algumas quadras antes de chegarmos, paramos em outra casa, onde Harry desceu falar com um homem mais velho e pegar as chaves da minha nova moradia. Aparentemente, era esse homem que lidava com as negociações quando Harry não queria mostrar as caras. Evitava a atenção da mídia e isso era especialmente conveniente naquele momento.

Confesso que eu estava esperando por um apartamento simples, estilo sobradinho, um andar só para mim, mas eu não pude evitar de deixar meu queixo cair assim que passamos pela porta.

Eu estava em um dos flats mais lindos que já havia visto em toda minha vida. Okay, Thamara, menos. Mas que era bonito, ah era! O prédio ficava em uma espécie de parque que pegava toda uma quadra. “Arundel Square”, como Harry me explicou enquanto subíamos.

– Quando te perguntarem onde você mora, pode chamar de Islington mesmo, ou Barnsbury, é o equivalente aos “bairros” americanos. Greater London > London > Islington > Barnsbury. – Ele continuou, mas sinceramente, eu não prestava atenção em nada além daquele espaço lindo.

Caminhei até a grande janela da sala e respirei profundamente, absorvendo tudo aquilo à minha volta.

– Realmente, aqui dá pra respirar melhor, a janela é maiorzinha! – Fiz graça com Styles, já que a janela era absurdamente grande e tomava do piso ao teto. Maravilhosa. 

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