Não tínhamos relógio e havíamos deixado os celulares na casa de Zayn, mas aparentemente, passamos algumas boas horas deitados sob aquela árvore, olhando as estrelas e conversando sobre a vida, pois conseguimos ver a lua se movimentar um pouco, indicando que o tempo estava passando mais rápido do que nós gostaríamos.
Estávamos os dois deitados lado a lado, ele de barriga para cima, eu de bruços, apoiada pelos cotovelos. Contávamos os goles na garrafa de whiskey fazendo o tempo durar mais, porém não economizávamos beijos. Éramos como adolescentes conhecendo o amor pela primeira vez e como dois velhos contando das antigas experiências, positivas e negativas... No entanto, parece que ambos tomamos cuidado para não falar sobre amores passados. Esse assunto, no momento, era proibido para os dois. Terreno desconhecido, lápides cujo cimento ainda estava fresco demais para se colocar a mão.
– A gente deveria voltar logo. Os garotos devem estar preocupados. – Cocei a cabeça, me perguntando a quanto tempo estávamos ali.
– Eles provavelmente devem estar jogando Fifa. – Ed deu de ombros – Niall comendo, Zayn também, mas... Não esse tipo de comida. – Ele gargalhou.
– Eduardo! – Tentei o repreender, mas acabei rindo também.
– Si, señora? Que foi? É verdade! – Ele fez bico, pensativo, logo balançando a cabeça em uma afirmativa – Malik, esse sabe das coisas.
– E você, também sabe? Aproveitar, hm, as coisas boas da vida? – Com a mão direita, percorri do peito dele à barriga, dando “passinhos” com os dedos, até chegar no cinto da calça, olhos fixos nos dele.
– Thamara... – Ele segurou a respiração por um momento – Eu... – E suspirou, levando uma das mãos que apoiava a cabeça na testa.
– Whaaat? – Eu caí no riso, abraçando seu corpo pela lateral com a mão “boba” e me aninhando em seu ombro, me demorando um beijo em seu pescoço.
– Você é impossível! – Ele riu também – Notei que era na nossa primeira noite, na casa do Harry, com a tequila. Não acredito em amor à primeira vista, mas quando você veio me servir uma dose, não sei...
– Eu tava muito sem graça perto de você. Eu nunca fico sem graça perto de ninguém. Nunca. – Pensei por um momento – Viu? Era um sinal, um sinal pra eu me afastar correndo desse ruivo que rouba almas de boas moças!
– Boa moça... – Ed riu tanto que sua voz reverberou pelo pequeno bosque – Uhum. Tá bom – Ele me beijou e logo se levantou, apenas por tempo suficiente para me fazer levantar também e chegar mais perto do violão de Niall e sentar novamente, agora na parte não coberta pelas árvores, deixando a luz da lua nos banhar por inteiro.
– Tem uma música... – Ele pigarreou. – Me veio agora, me faz pensar em você... Ou talvez você me faça lembrar da música. Se encaixam. Parece que... compus pra você, o que é louco, porque a gente claramente não se conhecia. – Ele estava com o cenho franzido, indeciso – Ah, mas ela é boba, nem sei se vale a pena cant...
– Ed – eu o olhei com cara de quem manda uma criança birrenta parar – Por favor, eu quero ouvir. Nada de você pode ser bobo.
Sheeran, bochechas vermelhas.
– Por favor, boo? Canta pra mim?
– Só uma parte. – Ele batucou no violão de Niall, logo depois o afinando.
– Inteira! – Cruzei os braços, agora eu era a criança birrenta.
– Allllllright, miss! – Ele assentiu com a cabeça, ainda levemente vermelho. Logo reconheci os primeiros acordes da música que ele começou a tocar:
![](https://img.wattpad.com/cover/28995981-288-k185392.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Evergreen
Fanfiction"Era uma vez uma cidade cheia de cor, um ano cheio de promessas e uma garota com uma mochila cheia de sonhos. A cidade? Londres. O ano? 2014. E a garota? Sou eu. Para mim, uma garota brasileira, viver no Reino Unido é como morar em um lugar onde as...