Cap. 127 - Poliamor

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– Zayn não atende – Liam resmungou enquanto segurava o celular firme ao pé do ouvido com uma mão enquanto roía as unhas da outra e batia o pé no chão sem parar, como num tique.

– Relaxa, Leeyum – Sentei ao lado dele, passando uma mão sob suas costas, tentando acalmá-lo, ainda que fosse péssima com isso – Vai ver ele foi comprar teu presente atrasado!

– Tami, não...

– É! Vai ver que ele foi! Você não reclamou que todo mundo esqueceu do teu aniversário Vai ver Zayn quer fazer uma surpresa!

– Ou vai ver ele tá com uma p... – Louis tentou provocar.

– LOUIS! – Harry pisou em seu pé a tempo.

Fiz sinal para alguém me ajudar sem que Liam pudesse ver, então Niall se adiantou.

– Vem, cara. Vem comer bolo! – Ele tomou meu lugar e enfiou na boca de Liam uma garfada da fatia de bolo do pratinho que segurava.

– Niall, não! – Liam resmungou de boca cheia – Colher, não!

– É um garfo, burrão! – Niall sorriu, abraçando Liam da forma como eu estava fazendo antes – Agora vai, come! Você precisa de proteínas!

– Isso na verdade é basicamente carboidrato, mas enfim – Apontei para o prato e desisti de explicar as diferenças, balançando a cabeça – Vocês podem descer comigo?

Harry e Louis confirmaram com um aceno e já se adiantaram pela porta, enquanto Jenny ficou ao meu lado.

– Liam – Suspirei, me abaixando na frente dele para que nossos olhares se encontrassem – Fica tranquilo, Zayn não faria nada errado ou absurdo.

Payne fez apenas me encarar.

– Liam? – Perguntei gentilmente.

– Sim?

– Você passou a noite inteira acordado cuidando de mim, deixa eu cuidar de você agora?

– Tami não é justo, as coisas são diferentes e...

– Ei! Shiu! – Sorri – Conheço a teimosia dos virginianos, agora por favor, dorme um pouco e não discute comigo. Não é um pedido, é uma ordem.

– Tudo bem – Liam sorriu de canto, vencido por alguém tão teimosa quanto ele.

– Bom garoto – Brinquei, dando um beijo em sua testa antes de me levantar – daqui a pouco eu te trago um chá, tá bom?

– Pra mim também? – Niall sorriu.

– Pra você também! – Pisquei -- Agora descansem os dois!

Fiz sinal para Jenny sair na minha frente, ao que ela me encarou ao pararmos na escada, antes de descer até a cozinha. Era o tipo de olhar que dizia muitas coisas. Por vezes nós pensamos da mesma forma, porém com opiniões distintas sobre o assunto em questão.

– Não é errado, dependendo do lado que se vê – ela rompeu o silêncio.

– Claro que é errado! – Tomei cuidado para não erguer demais o tom de voz.

– Não, cara – Ela me empurrou para que eu passasse na frente dela, pulando dois degraus de cada vez – se eles escolheram ter um relacionamento assim...

– Mas eles não escolheram! – cobri o rosto com uma das mãos – Pelo menos não é o que parece!

– Ninguém precisa tatuar na testa pra dizer que é adepto – Ela deu de ombros – Aliás, ninguém precisa tatuar nada na testa pra provar alguma coisa, seja poliamor, seja a pessoa gay, lésbica, bi ou... Assexual.

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