Um Amor Secreto

C a p í t u l o 73

• Rael Guimarães

Faz meia hora que saí de casa, Larissa nem abrir os olhos se deu trabalho, só vai acordar lá para às 9h enquanto eu, o motorista sem pagamento, acorda às
04h30 no maior frio pra buscar rainha e bobo da corte no aeroporto.

Ainda tenho que passar no mercado, o pão acabou e vou comprar mais coisas que o pessoal gosta, assim Larissa não precisa ficar fazendo tudo e ainda tem que adiantar o baião, muita coisa para acabar em segundos com tanta cabeça pra comer, tudo mortos de fome.

Não demorou muito e logo cheguei no aeroporto, meu celular apitou e ri dos trezentos áudios de dona Juliana, nem precisei ouvir todos pra me ofender, o amor de mãe é lindo, cara.

"Até uma lesma é mais rápida, Rael! Já estamos te esperando, criatura amada da mamãe"

Entrei procurando a beldade que meu eu tenho como mãe, vendo a mesma e Jonas se acabando com um café, ainda tem coragem de reclamar que atrasei.

Eu - Bonito... Me ofende pra depois ser madame com cafezinho na mão - falei me aproximando deles, vendo o olhar super simpático de dona Juliana - Não esperam ninguém, cara - ri negando e Jonas deu de ombros, levantando.

Jonas - Em minha defesa, fui obrigado a tomar café - se defendeu, recebendo um tapa em troca - Aí, tia - fez careta - O tapa acordou com as galinhas, foi?

Juliana - Para beber ninguém reclama que foi obrigado - empinou o nariz me envolvendo nos braços, saltitando - Oi meu amor, que saudade de você, filho.

Rael - Também está com saudades das suas loucuras, dona Juliana - ri, vendo a mesma revirar os olhos, apertando o abraço - Lá em casa ninguém saiu pra trabalhar nem estudar, só para ver os dois - falei me afastando dela indo pra perto do Jonas - Fala, irmão.

Jonas - Ei, cara - fizemos um toque - Já sabia que iríamos ser celebridades - se fez jogando o cabelo que nem tem, ele gosta de se iludir - Larissa não quis vir não? - perguntou procurando por ela - Buscar o bonitão aqui.

Eu - Nem acordou, deixei ela dormir e vim sozinho mesmo - peguei as malas, vendo minha mãe pegar umas sacolas gigantescas, como isso veio no avião?

Juliana - Então vamos, quero dar uma lembrancinha para cada - lembrança.. quase um shopping inteiro dentro das sacolas - Meus netinhos vão amar, não me aguentei, cada coisa linda pra eles, Soso vai amar a boneca e Richard tem dinheiro para ele escolher o que quer, é adolescente, fica difícil comprar sem perguntar o que eles querem - falou já se afastando da gente e rimos, mulher quando se empolga não para mais, eu só quero ver quando souber que mais um neto vem por aí.

Saímos do aeroporto colocando tudo e mais um pouco no carro, indo atrás de algum mercado aberto essa hora, ouvi todo trajeto da viagem mais as fofocas de Santa Catarina com direito a áudio, alguém duvida que eles vão contar de novo para Larissa assim que chegar lá em casa?

Achamos um mercado aberto e peguei tudo que eles gostam, aproveitei que a lista estava no celular e comprei todas as coisas que faltavam para o baião de dois, gastar dinheiro nunca para, uma hora falta isso... Outra aquilo, carteira vira enfeite vazio no final do mês.

Jonas - Dona Rita já acordou, me deixa nela que depois mais tarde volto junto - pediu no meio das sacolas - Ela sabe? - perguntou ansioso, batucando a mão no meu banco, até um burro sabe que ele pensou na amada.

Eu - Naiume? Nem sonha - ri entrando na rua principal, andamos tanto que o sol apareceu dando soco em cada um - Só Dona Rita acordou?

Jonas - Peçanha está lá, ouvi ele - sorri malicioso vendo minha mãe rir - É um safado, resgatou a princesa pra cuidar depois - brincou divertido e gargalhei, como se não tivéssemos feito igual.