C a p í t u l o 65

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Larissa Tateno

Meu despertador tocou cedo com Rael indo trabalhar, definitivamente hoje a rotina começou aqui em casa, tenho me preparado pra voltar ao trabalho faz tempo, mas não para cinco caixas com roupas pra catalogar no sistema.

Richard - Como vocês conseguem usar isso? - fez careta segurando um body - Vai partir tudo no meio, coitado, meus amigos sofrem vendo isso.

Eu - Em você vai mesmo, mas não fica na gente - tirei dele guardando com os outros, depois do caos de ontem, achei melhor deixar ele em casa hoje mas se não perturbasse, não seria Richard.

Gisele - Vai andar por aí, menino - não vi Gisele parar um minuto hoje, talvez tenha colocado pilha na bunda pra ter energia depois do chupão que ganhou no pescoço - Maitê tá na escola mas as lojas estão abertas pra você andar e se decepcionar por ser pobre - brincou.

Marlene - Abriu uma loja de açaí, aqui pertinho mesmo - parou no balcão, sei que Richard ficou interessado, ouviu a palavra açaí ele vira bicho querendo.

Ele me olhou pidão ajoelhando com as mãos juntas, esse garoto é interesseiro pra caramba, neguei pegando vinte de pirraça porque não tinha trocado, não vou sentir mais o cheiro dessa nota na minha mão.

Richard - Adeus pessoas sem dinheiro, vou comer açaí - ironizou balançando o dinheiro todo se querendo, Gisele se aproximou dele dando um peteleco, ri da careta que Richard fez - Agressiva - sussurrou assustado.

Gisele - Some antes que minha filha se irrite e pegue seu açaí - apontou sem a menor intenção de brincadeira e olhei Richard sussurrando um "corre".

Não precisei dizer duas vezes antes de ver Richard mandar beijo e correr pra fora da loja, Gisele chegou na parte da gestação que tudo se resolve no tapa e aí da gente trabalhando com ela.

Eu - Vou mandar você lá para casa, vai me poupar brigas - brinquei dobrando as últimas peças GG, debruçando meu corpo no balcão - Preciso marcar uma porrada de exame de rotina, deixei de lado falando que ia marcar depois, fui é ignorando até quando pude.

Marlene - Nem me fala, sempre faço a bateria de exames no final do ano, me esqueci completamente e preciso dele pra voltar na médica - negou pegando as peças catalogadas, vou ver se posso marcar tudo hoje.

Gisele - Os meus estão em dia, grávida tem muito exame pra fazer, cruzes - ri vendo ela deitar na cadeira, erguendo os pés - Cansei de trabalhar, e não tem nem três horas que voltamos - choramingou tombando a cabeça para trás.

Eu - Bem-vinda ao perrengue pobre, ri para não chorar - Gisele fez drama me empurrando com os pés - Vamos fazer nosso trabalho e torcer para passar no modo flash.

Por ter bastante movimento na loja as roupas ficaram com Gisele, tinha mais funcionários esse ano e como ela nem pode ficar se mexendo muito, deixei a futura mãe sentada enquanto atendia, pelo tempo achei que tinha perdido as manhas, mas não.

Vou ficar na parte da manhã na loja, a grade de funcionários aumentou e um pouquinho de vitória chegou, amores, os humilhados serão exaltados.

Richard - Desenrola... Bate... E joga de ladinho - entrou na loja dançando em câmera lenta com o açaí na mão, uma menina passou do lado dele rindo - Oi mamãezinha, voltei - sorriu inocente -
Não tive troco, poxa, o cara me deu as balas no lugar - mostrou três balas, as de maçã verde que é gostoso se colocar várias de uma vez na boca.

Eu - Açaí caro, né? - debochei, Richard assentiu comendo uma jujuba e puxei uma bala da mão dele, meu dinheiro, minha bala - Vai ficar aqui até 13h, ou vai embora? Rael vai sair mais tarde hoje.

Um Amor SecretoOnde histórias criam vida. Descubra agora