C a p í t u l o 63

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Larissa Tateno

Bocejei enrolada no cobertor, vendo o céu ainda escuro me perguntando por que diacho acordei essa hora. Rael vai pegar turno mais cedo e acordei junto com ele, infelizmente 4h30 da manhã.

Eu - Vai almoçar em casa? - perguntei, vendo Rael vestir a farda, que homem gostoso - Se vier vou ter que tirar uma carne pra descongelar.

Rael - Hoje não, vou passar no apê pra não deixar abandonado - as vezes não lembro nem que ele mora no apê - Vai ficar deitada aí? - sorriu pegando uma pistola encima do guarda-roupa, eu só finjo que não tem nada ali.

Eu - Preciso achar coragem - sorri com preguiça vendo ele negar deitando em mim - Quando chegar avisa, ok? - falei começando um cafuné nele.

Rael - Sempre, linda - fechei os olhos e senti um beijo no queixo - Preciso que me responda uma coisa sobre seu pai.

Abri os olhos encarando ele, falar dele passa longe do meu assunto preferido, Rael sentou esperando uma resposta e fiz o mesmo, prendendo meu cabelo.

Rael - Abriram as visitas na cadeia, sei que você quer visitar André pra saber se ele sente remorso pelo que fez com dona Rita - suspirei assentindo - 15h10 abrem as visitas, se quiser ir vou junto com você.

Eu - Melhor resolver isso de uma vez - Rael sorriu me beijando, fugir não vai resolver esse problema, então, quanto antes resolver, melhor vai ser.

Fui no banheiro antes de descer, olhei Richard que dormia todo coberto e fui pra cozinha vendo Rael passando café para não ir em jejum, entrei sem fazer barulho abraçando ele por trás, dando um beijo nas costas do mesmo que me olhou sorrindo, me dando um selinho.

Rael - Vou deixar café pra vocês, sei de alguém que vai voltar a dormir - virou me encarando divertido, fingi olhar os cantos procurando alguém.

Eu - Não vi ninguém aqui - Rael negou rindo, abri a geladeira pegando água e sentei na banqueta - Hoje vai ficar nas ruas?

Rael - Uma parte do dia sim, depois na delegacia mesmo - assenti, Rael pegou uma xícara colocando café puro, só de olhar tenho arrepio - Peçanha quer no mínimo três policiais na ronda.

Eu - Não consigo esquecer ele e minha mãe juntos - Rael riu terminando com o café, lavando a xícara - Lindo, talvez eles comecem a namorar, vamos viver com outro policial na família.

Rael - Vocês gostam de uma farda - riu me fazendo erguer a sobrancelha com os braços cruzados - Claro que eu amo isso, linda - falou cínico, dando a volta na bancada pra me abraçar, empurrei ele que gargalhou - Ficou brava?

Eu - Mas neguinho gosta de perturbar, impressionante - debochei levantando pra olhar as horas - Que horas vai sair daqui, lindo?

Rael - 5h20 - mostrei o relógio para ele que fez careta ajeitando a farda, cinco minutos era tudo que ele tinha pra ter tudo pronto e sair de casa - Vou rápido escovar os dentes e reagir pra vida, de pobre só minha carteira - brincou e ri, beijando ele que subiu.

Esperei Rael deitada no sofá, tentando não dormir enquanto isso, quando ele desceu saímos e quase me arrependi e entrei correndo, de tão frio que estava na rua em pleno Rio de janeiro que no normal só falta cozinhar alguém.

Rael - Venho te buscar aqui 14h30 e se quiser desistir, me avisa - me olhou de dentro do carro, assenti vendo Rael se pendurar na janela, me fazendo rir - E meu beijinho de despedida? - fez bico, fechando os olhos.

Eu - Bobão - ri abraçando meus braços na ilusão de acabar com o frio, e fui lá beijar o manhoso - Bom trabalho, meu manhoso - desejei saindo de perto não querendo ser atropelada.

Um Amor SecretoOnde histórias criam vida. Descubra agora