Um Amor Secreto

C a p í t u l o 68

• Larissa Tateno

Acordei antes mesmo do despertador tocar sentindo um bolo na garganta e sentei rápido acordando Rael que não entendeu nada, mas sentou assim que viu minha careta, tocando minha mão na cama.

Ele ia falar alguma coisa mas senti vir mais forte e empurrei as pernas do mesmo, correndo para o banheiro a tempo de vomitar no vaso e não no chão limpo.

Ouvi Rael entrar no banheiro rápido e senti tocar meu ombro afastando meu cabelo pro lado, massageando minhas costas esperando eu terminar, odeio a sensação que vomitar deixa.

Terminei ainda me sentindo mal, Rael abaixou na minha frente e sorri fraco, deitando a cabeça no peito dele que se sentou no chão me trazendo para seu colo.

Rael - O que você sentiu, linda? - olhei seu rosto marcado pelo travesseiro, só Rael pra entrar no banheiro e ver isso, mesmo sendo noivos, não deixa de ser nojento.

Eu - Acho que meu fígado atacou, nem consigo raciocinar agora - murmurei e Rael beijou minha testa me abraçando com cuidado, vira e mexe acontece, só eu comer algo engordurado que ataca, faz tempo que não tenho na verdade.

Rael - Toma banho que eu busco a sua toalha - mandou e assenti levantando, enquanto Rael buscava tirei a roupa e entrei no box, ligando o chuveiro que deixei desde ontem no quente.

Enchi a mão de água botando na boca, bochecho pra tirar o gosto ruim e Rael entrou com nossas toalha, cuspi ainda sentindo o vômito querendo sair e ele tirou a roupa, entrando no box.

Rael - São 6h agora - resmunguei, nem quero imaginar trabalhar assim - Fala com Marlene e fica em casa hoje, você assim não é bom trabalhar, linda - me olhou e neguei, fazendo ele suspirar.

Eu - Não posso faltar por isso, tenho as caixas de coleção pra terminar ainda - entrei embaixo da água me molhando inteira vendo Rael preocupado, e sorri puxando ele para perto de mim - Logo isso passa, lindo, não se preocupa com esse mal estar - juntei nossas mãos, sei que não é nada demais.

Rael - Como não me preocupar, linda? Tudo sobre você me preocupa, até um fígado atacado - falou óbvio fazendo o sorriso bobo aparecer no meu rosto.

Eu - Vou ficar bem, prometo - ele sabe, independente de estar bem ou não, eu ainda vou trabalhar, então desistiu me dando um selinho, tomamos banho em silêncio e saímos vendo Richard ainda dormindo, esse vai se atrasar - Filho? - chamei mexendo no cabelo dele.

Richard - Hum... Tá na hora? - abriu os olhos sonolento, assenti devagar e isso foi suficiente pra me deixar enjoada, oh que dia promete pelo visto.

Eu - Vai se arrumar, daqui a pouco vai se atrasar, meu amor - Richard sentou olhando nos dois de toalha, e negou se arrastando pra fora da cama.

Richard - Uma hora dessas, mas é uma pouca vergonha nessa casa - Rael riu e Richard saiu do quarto sem olhar para trás, ainda resmungando.

Sentei engolindo a seco tentando tirar esse enjôo chato, parece que um carro passou por cima de mim, Rael tinha os olhos vidrados em mim mas não falou uma palavra, melhor assim, preciso ir trabalhar e não posso ficar deitada em casa sem fazer nada o dia todo, queria eu ter esse luxo, mas nasci pobre e não herdeira.

Levantei pegando meu uniforme, com calma me vesti desembaraçado todo o ninho de mafagafos que se formou na minha cabeça e passei um pouquinho de corretivo só pra fingir que estou de bem com a vida, mentira pura.

Rael - Não vou te impedir de ir, mas se dependesse de mim, você não ia hoje - falou calmo vestindo a farda, quer me irritar é falar assim tentando mudar a situação sem deixar na cara.