Tentar se salvar as vezes é como se matar aos poucos. Ninguém que se foi, será mais um na lista das vítimas do grande mistério que essa cidade enfrentou. Você será parte das pessoas mais fortes e corajosas que permaneceram vivos até o próprio limite...
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17h45, SEXTA-FEIRA
25 DE MARÇO
Origem.
Essa palavra não trazia com si um bom significado para Emily Skinner. A garota sempre preferiu não saber sua história de vida e como tudo começou apenas para que sua dor emocional não fosse tão grande. Durante quase 20 anos, Emily apenas aceitou sua vida e aceitou como tudo estava ali. Ela aceitou que não tinha nem mãe e pai, aceitou seus amigos de escola, aceitou sua namorada e por fim... Por fim aceitou que bem na sua frente, havia uma enquete virtual onde perguntavam se Emily Skinner merecia continuar viva ou não.
Ela olhou para aquela tela escura por exatos 10 minutos. Nem mesmo aqueles 10 minutos foram capazes de parar sua grande vontade de saber sua história naquele mundo. Era certa hipocrisia para Emily querer saber tanto sobre sua vida quando ela sempre deixou claro que aqueles detalhes não iriam mudar absolutamente nada em sua vida, mas e se mudassem? Emily sabia explicar o motivo de sua curiosidade e a primeira coisa que ela faria, era ir atrás de tudo.
Sadie estava quase chegando do trabalho e na enquete era possível ver que o resultado sairia em 24 horas. Emily tinha apenas 24 horas para aproveitar e ir em paz com si mesma e com aqueles que a amavam. Ela escreveu um bilhete e deixou pregado na geladeira para quando Sadie chegasse e assegurou no pedaço de papel com toda certeza que estava bem e voltaria antes de tudo acontecer.
Em busca de saber mais sobre sua vida e toda sua história, Emily seguiu até o prédio onde morava com a tal senhora que se revelou como Lauren. Emily apenas sabia que aquela senhora tinha um de seus sobrenomes, mas afirmava nunca ter a visto na vida e portanto não ter parentesco algum com ela. Era óbvio que Lauren ainda morava naquele prédio, então para Emily foi fácil subir as escadas e ir até a porta.
Ela viu muitas memórias enquanto subia aqueles degraus. Se lembrou de como era ter um apartamento só para ela quanto alguém fingia ser responsável nas visitas da assistente social e do quanto era triste e sozinha, mas que infelizmente aquela palavra sempre estaria com ela: sozinha. Emily sempre esteve sozinha e iria descobrir tudo sobre sua vida sozinha como ela sempre esteve.
Ao ver Lauren abrindo a porta, a garota se emocionou e partiu para um abraço apertado vendo que a senhora não aparentava estar tão feliz quanto ela.
— Lauren, sou eu! — ela se apresentou. — Não lembra da Emily Skinner? Que foi embora daqui a uns meses? Qual é? Mudei tanto assim?
— Eu sei quem é você e sei que saiu daqui a uns meses! — a mais velha sorriu. — Só fiquei surpresa porque faz muito tempo que não te vejo. Pensei que tivesse até mesmo saído da cidade. Entre, fique a vontade! — ela disse dando espaço para Emily entrar.
